Arquivo de Outubro 2012

  • Postado por editora em Atualidades em 30/10/2012 - 17:13

    Algumas ferramentas facilitam bastante a vida de quem administra o perfil de uma marca ou instituição no Twitter. Abaixo, destacamos algumas que são úteis para nós – e podem ser para você também:

     

    ? Para saber quantos de seus seguidores são falsos, quantos são inativos e quantos são “bons”, acesse: http://fakers.statuspeople.com/

    ? Precisa de gráficos com a evolução dos seus seguidores, amigos e quem você segue), listas e tweets? Fácil: www.tweetrank.com.br.

    ? Sorteios no twitter, quando coerentes com sua área de atuação e a imagem que você deseja passar, podem ser boas ferramentas de fidelização dos seguidores. A ferramenta Sorteie.me é bastante fácil de usar: http://beta.sorteie.me/

    ? Para atrair mais seguidores, uma ideia é fazer um sorteio em parceria com o twitter de outra organização (ou pessoa) que tenha a ver com sua área. Para participar, o internauta deve seguir os dois perfis e retuitar o link encurtado pelo Sorteie.me. Os resultados costumam ser bastante positivos.

    ? O Twitter seguiu os passos do Facebook e agora permite que os usuários coloquem uma imagem de capa, além do plano de fundo.  Para personalizar sua conta, clique em configurações (alto, à direita) > aparência > alterar a capa.

    Tem outras dicas? Deixe nos comentários.

    Arquivos:
  • Postado por editora em Atualidades, Entrevistas em 25/10/2012 - 17:33

    A História não é mais a mesma. O conteúdo estático, impresso como verdade absoluta em livros pesados (e que, muitas vezes, levavam anos para ter uma atualização), ganhou a internet. Com direito a twitter, Facebook e até rede social – como no caso do Café História. O espaço, criado em 2008 pelo jornalista e historiador Bruno Leal, reúne conteúdo produzido pela equipe e a colaboração dos usuários. Mais de 47 mil pessoas compartilham vídeos, fotos, discussões e artigos, abordando de forma muito mais dinâmica e democrática assuntos do Brasil e do mundo. A principal vantagem de tudo isso? Multiplicar as possibilidades de escrita e interpretação da história.

    Bruno respondeu a 3 perguntas nossas. Confira:

    1. Como a internet e, em especial, as mídias sociais influenciam o registro e a divulgação da história?

    Enumero três grandes mudanças: a) As novas mídias estão contribuindo para uma aceleração da história. Os jornais online, os blogs e as redes sociais relatam um número quase infinito de eventos, segundo a segundo. Ora, isso provoca uma mudança no status da categoria “acontecimento”, uma expansão daquilo que Benedict Anderson chamava de “comunidades imaginadas”. E a nossa comunidade imaginada de hoje vive a história intensamente, globalmente, mais do que qualquer outra civilização. Não à toa, nunca se discutiu, pesquisou, escreveu e publicou tanta história contemporânea.

    b) As novas mídias estão incrementando a produção e a disseminação do conhecimento histórico. Para explicar isso, invento uma historinha: uma instituição pública de Londres digitaliza um fundo histórico inteiro. Mais de 5 mil documentos, que podem ser vistos e copiados gratuitamente por qualquer internauta. E mais: é possível fazer busca por palavra-chave nesse fundo digitalizado. Resultado: a publicação do fundo na internet democratiza o acesso à informação; gera cópias que impedem a perda ou o esquecimento do documento; possibilita mais estudos sobre um mesmo assunto; poupa tempo e favorece novos olhares ao pesquisador; permite que historiadores de diferentes lugares do mundo abordem objetos de estudo que antes lhes eram vetados, fosse por custos ou por distância.

    c) As novas mídias fortalecem o espírito de uma comunidade especializada. Ao usarem blogs, redes sociais, e-mails e outras ferramentas online, os historiadores têm à disposição uma inteligência coletiva poderosa, que é a própria comunidade de historiadores, antes não tanto articulada, organizada, conhecida.

    2. Ser historiador, hoje, é uma boa ideia?

    Ser historiador hoje não é uma boa ideia. É uma ótima ideia (risos). Todas essas transformações, todos esses desafios fazem da história uma área muito mais interessante. O historiador não é mais o sujeito associado somente ao velho, ao que é do passado, habitante do arquivo. Ele também deve ser visto como aquele que: discute os processos complexos do presente; compartilha suas descobertas não só com a comunidade científica (mas também com os não historiadores); e se apropria das novas mídias para alcançar melhores resultados e provocar reflexões. O historiador hoje trabalha em muitas frentes: é pesquisador, professor, consultor, empresário, correspondente, comentarista, blogueiro.

     3. Como você imagina o ensino de história daqui a 50 anos?

    Dizem que o historiador é o profeta do passado. Pensar o futuro não é exercício assim tão comum para nossa “espécie”. Mas vamos lá: em 2062 eu vejo (ou desejo?) o ensino de história preocupando-se menos com o factual e mais com as relações, com as conjecturas, com a problematização dos fatos; o professor de história mais interdisciplinar, multimídia e (claro!) ganhando um salário muito mais justo; uma sala de aula sem quadro-negro e sem carteiras viradas para um mesmo lugar; alunos interessados no que está sendo discutido, não apenas porque “vai cair na prova”, mas porque isso faz muito sentido para suas vidas, faz parte do seu mundo.

  • Postado por editora em Atualidades em 16/10/2012 - 19:41

    O novo UPPs, direitos e justiça, de Faiana Luci de Oliveira,traz um raio-x de duas das maiores favelas cariocas – o Vidigal e o Cantagalo. Pesquisas quantitativas e coleta de depoimentos de moradores e líderes locais traçam o perfil de uma cidadania incompleta: a população conhece pouco seus direitos e as instituições a que deve recorrer para assegurá-los.

    Confira alguns trechos:

    ? 55% dos moradores do Cantagalo e 50% do Vidigal não souberam mencionar sequer um direito garantido às pessoas pela lei brasileira.

    ? 46% dos entrevistados no Cantagalo afirmam que prisões arbitrárias acontecem com grande frequência.

     ? No Cantagalo, a coleta direta de lixo chega a apenas 2%; no Vidigal, a 13,8%.

    ? 56% dos moradores que tiveram seus direitos desrespeitados declarou que não fez nada, "deixou para lá".

    as pessoas têm medo do acesso à Justiça, acham que o tráfico vai saber" (moradora, Vidigal)

    ? 85% dos imóveis no Cantagalo e 66% no Vidigal foram declarados como próprios. Entre os “proprietários”, 89% no Cantagalo e 79% no Vidigal disseram possuir alguma documentação que comprove a posse do imóvel (mas, na maioria das vezes, esse documento é fornecido pela associação de moradores local).

    ? O rendimento familiar per capita médio é de R$ 675 no Vidigal e R$ 493 no Cantagalo. Na primeira comunidade, o valor médio do aluguel é R$ 360. No Cantagalo, R$ 330.

    ? 73% dos entrevistados no Cantagalo não completaram o ensino médio; No Vidigal, a proporção é de 60%.

    A própria lei é feita para doutores, não é? Ela não é feita para o cidadão comum, que fala 'nóis vai, nóis vem'" (mulher, movimento social, Vidigal).

    Quando se fala em direitos se fala em lei, se fala em lei a lei não é cumprida, não é? Favorece os poderosos e massacra os discriminados, então eu não acredito" (homem, líder local, Vidigal).

    ? 77% dos moradores do Cantagalo e 53% do Vidigal são naturais do estado do Rio. Paraíba, Ceará e Minas Gerais são os outros principais estados de origem.

    Vista do Vidigal. Crédito: Luiz Felipe Marques de Paiva

    Vista do Vidigal. Crédito: Luiz Felipe Marques de Paiva

  • Postado por editora em Eventos em 16/10/2012 - 13:55

    Em 1943, dezenas de homens partiam de São Paulo para o interior de Goiás e Mato Grosso. Missão: explorar locais considerados selvagens. Era o início da Expedição Roncador-Xingu (ERX), empreendimento do Estado Novo que mais tarde foi incorporado pela Fundação Brasil Central (FBC). O objetivo era expandir a autoridade federal para regiões que não tinham sequer dados cartográficos e demográficos precisos.

    Essa laboriosa aventura, marcada por projetos grandiosos de desenvolvimento, cidades planejadas, disputas de terras e migrações forçadas, é explorada no livro Estado, território e imaginação espacial, de João Marcelo Ehlert Maia, que explica como certas ideias sobre o território nacional moldaram os contornos do Estado brasileiro – e, por extensão, nossa própria identidade como povo.

    O lançamento é nesta quinta, na Blooks Livraria. Todos convidados!

     

     

     

  • Postado por editora em Promoções em 15/10/2012 - 16:59

    Arquivos:
  • Postado por editora em Atualidades em 08/10/2012 - 17:56

    O Acordo Ortográfico vigora no Brasil desde 2009, mas continua embaralhando a cabeça de muita gente. Este é o último ano da transição: portanto, é bom ficar por dentro das regras. Para facilitar, Daniel Seidl de Moura, da nossa produção editorial, resume os casos de perda de acento – um dos maiores calcanhares de aquiles de quem deseja escrever bem. Vejam como são fáceis de guardar. 

    Perdem o acento:

    Ditongos éi e ói das paroxítonas: ideia, estreia, geleia, plateia, Coreia; eu apoio, eu boio, heroico, joia, Troia.
    Hiatos êe e ôo: leem, veem, creem, deem; voo; abençoo, enjoo, povoo, remoo.
    Palavras que tinham acento diferencial: pára, pêlo, pêra, pólo. Exs.: ele para para respirar, pera; pelo macio; polo industrial. Duas exceções, apenas: continuam as distinções pode (presente) × pôde (passado) e por (preposição) × pôr (verbo).
    ? Nas paroxítonas, os hiatos i e u quando precedidos de ditongo: feiura, maoista, baiuca, bocaiuva.

    Dica de leitura: Comunicação em prosa moderna. O livro foi lançado há mais de 40 anos, está na 27a edição (atualizada em forma e conteúdo) e é um aclamado clássico da Editora FGV. Impresso ou em eBook.
  • Postado por editora em Atualidades, Entrevistas em 03/10/2012 - 18:03

    A Comissão da Verdade e a Lei de Acesso a Informações Públicas estão na pauta do dia: jornais, revistas, TV e internet discutem a decisão de apurar crimes contra os diretos humanos. Fizemos 3 perguntas para a historiadora e diretora da Editora FGV Marieta de Moraes Ferreira, que publicou, no recém-lançado Tempo presente & usos do passado, um artigo comentando os desafios do historiador diante da abertura dessa caixa-preta. Confira:

    1. Para o historiador, o que muda com a instituição da Comissão Nacional da Verdade e a Lei de Acesso a Informações Públicas?

    O historiador do tempo presente lida com a memória viva dos seus contemporâneos e está exposto, por conta disso, a uma pressão social e política inegável. Por exemplo: grupos que viveram eventos traumáticos (como o Holocausto, o governo de Vichy, na França, e as ditaduras na América Latina) pressionam os historiadores no sentido de referendar seu ponto de vista. Demandam uma instrumentalização social da memória ainda não arrefecida, de um passado que havia se transformado em história de forma incompleta.

    Com a divulgação inédita de documentos ultrassecretos, temas ainda não explorados vão surgir, e nada pode ser mais estimulante para um historiador. Porém, é preciso refletir criticamente sobre o envolvimento desses profissionais nessa nova empreitada. A Associação Nacional dos professores de História (Anpuh) entende que a entidade deve, sim, participar diretamente do debate, inclusive indicando alguns de seus associados para integrar a Comissão da Verdade, que vai revisitar e recontar fatos controversos ocorridos durante a ditadura. Por outro lado, outros profissionais de história enxergam um conflito – teórico, metodológico e ético – entre essa participação e o ofício do historiador, que seria colocado como uma espécie de juiz do passado.

    1. Quais são as maiores dificuldades de produzir uma história do presente?

    O período histórico em questão é definido por balizas móveis. Qual deve ser o marco inicial da história de um tempo presente? Para uns, a última grande ruptura; para outros, a época em que vivemos e de que temos lembranças, ou cujas testemunhas ainda Prisioneiros de Auschwitzsão vivas; ou ainda, para citar Hobsbawm, o tempo presente é o período durante o qual se produzem eventos que pressionam o historiador a rever a significação que ele dá ao passado. Acrescente-se ainda o fato de o historiador, nesse caso, ser também testemunho e ator de seu tempo. Ele pode, por exemplo, supervalorizar determinados eventos do presente, por não ter um certo recuo, uma distância crítica.

    Essa peculiaridade, no entanto, não é necessariamente negativa: o novo lugar do  historiador / observador / personagem pode oferecer novos pontos de vista, outras formas de considerar períodos da história, favorecendo novas abordagens. A singularidade do objeto deve nos alertar sobre a necessidade de buscar métodos específicos para temáticas específicas.

    O historiador do tempo presente lida com a memória viva dos seus contemporâneos. Grupos que viveram eventos traumáticos, como o Holocausto e as ditaduras na América Latina, pressionam os historiadores a referendar seu ponto de vista. Demandam uma instrumentalização social da memória ainda não arrefecida, de um passado que havia se transformado em história de forma incompleta"

    3. Quando o estudo da história, tradicionalmente dedicado ao passado, passou a voltar seus olhos também ao presente?

    O século 20 foi especialmente turbulento. As grandes guerras, a Revolução Soviética, as reorganizações da ordem global mudaram radicalmente a forma de compreender o tempo. Passou a haver uma demanda social crescente pelo conhecimento da história recente, e os historiadores confrontaram-se com a necessidade de refletir sobre o momento vivido e os possíveis cenários resultantes. Assim, especialmente depois da II Guerra expressões como histoire du temps présent, contemporary history e Zeitgeschichte foram incorporadas ao vocabulário do historiador.

     

     

  • Postado por editora em Atualidades em 01/10/2012 - 14:45

    Trechos do livro O futuro da Terra, finalista do Prêmio Jabuti na categoria Ciências Naturais:

    A evolução que deve ocorrer é uma evolução ética. No 'antropoceno' há de emergir um novo tipo de humanidade, que rotulei de 'Homo planetaris', para distinguir do Homo sapiens, cuja sapiência nos pôs nessa rota, um pouco antagônica ao funcionamento da natureza e do sistema terrestre. A religião do Homo planetaris é o conhecimento científico.

    Em meados do século, projeta-se que o aumento da temperatura e consequente diminuição da água do solo irão levar a uma gradual substituição da floresta tropical por savanas na Amazônia oriental".

    Carlos Nobre