Arquivo de Novembro 2016

  • Postado por editora em em 22/11/2016 - 10:33

    Nossos livros são dedicados a vocês: estudantes, futuros profissionais, empresários, empreendedores, professores, mestres, doutores, curiosos, etc.

    Mas, se todos vocês que nos acompanham não tivessem conhecido os livros infantis, provavelmente não teriam chegado onde estão e não chegarão onde pretendem.

    Por acreditar na importância da educação, desde a infantil até os vários níveis de graduação, selecionamos algumas obras da Editora FGV para entregá-los.

    Em troca, entregue-nos livros infantis, infanto-juvenis ou brinquedos educativos, que vamos nos responsabilizar pela doação de Natal para algumas instituições.

    Um livro seu por um livro nosso acontece na Biblioteca Mario Henrique Simonsen, no Centro Cultural FGV, entre os dias 22 e 25 de Novembro.

     

    Esperamos por vocês!

     

  • Postado por editora em em 11/11/2016 - 10:26

    A Primavera Literária do Rio acontecerá de 17 a 20 de novembro nos jardins do Museu da República. Como todo ano, a feira terá uma programação cultural gratuita para seus visitantes e nós estaremos lá também.

    Para esta edição, a organização repensou a estrutura das atividades e revitalizou sua forma. A programação da Primavera Literária do Rio está mais dinâmica e jovial, sem perder a qualidade que sempre guiou a curadoria do evento.

    Espera-se grande interlocução do público nas mesas temáticas atuais com palestrantes que gostam de conversar. Também haverá oficinas e workshops e apresentações do Sarau Negro e do coral Encanta Santa nos jardins do museu.

    A Feira ainda terá o 'troca troca' de livros da Secretaria Municipal de Cultura. Leve um livro para trocar, visite o museu e aproveite a programação!

    O Museu do Palácio do Catete é aberto à visitação, possui uma praça de alimentação de bikefoods e um bicicletário.

    Levaremos cerca de 250 títulos do nosso catálogo e todos estarão com 50% de desconto.

    Esperamos sua visita!!

  • Postado por editora em em 11/11/2016 - 08:35

    A Editora FGV lança a tradução do livro de Victor Delbos sobre a obra do filósofo Benedictus Spinoza, Le problème moral dans la philosophie de Spinoza et dans l’histoire du spinozisme. A tradução, feita a partir do original francês, publicado em Paris em 1893, inaugura o que viria posteriormente a ser denominado de “história estrutural da filosofia” e torna-se fundamental para aqueles que querem entender a filosofia de Spinoza a partir do próprio autor.

    Em português, a obra intitulada O problema moral na filosofia de Spinoza e na história do spinozismo, traduzida por Martha de Aratanha, com revisão técnica de Emanuel Angelo da Rocha Fragoso, foi editada em celebração do centenário da morte de Delbos.

    As relações que Spinoza estabeleceu entre sua filosofia geral e sua teoria da moralidade são tais que é necessário antes de tudo evitar destruí-las ou alterá-las. Deve-se tentar compreendê-las. Spinoza mostrou que não existe moral fora da verdade, e, por outro lado, que a verdade compreendida é por si mesma, sem adição exterior, toda a moral.

    Confira uma parte da introdução:

    "O grande interesse que suscitam atualmente os problemas da vida moral não pode deixar de estar relacionado, em parte, com as doutrinas que em outras épocas trataram deles ou tentaram resolvê-los. Sobretudo se essas doutrinas ultrapassaram ou o espírito de seu autor ou o espírito de seu tempo, sobretudo se elas foram capazes de sobreviver à forma original que as envolvia, e criar, na variedade de inteligências, formas novas e diversas, então nos parece que elas receberam desse contato com as consciências uma marca de humanidade; e elas conseguem nos interessar, talvez menos por serem teorias originais e vigorosas do que por terem tido esse dom da longevidade ou esse poder de ressurreição. Com certeza, não é de surpreender que nossa personalidade moral se ligue vigorosamente a tudo aquilo que, no sentido e no destino dos sistemas, a excite ou a emocione; mas alguns dizem que tal curiosidade é bem perigosa para a verdade histórica. Nós somos geralmente muito ávidos em exigir das diversas doutrinas a solução de problemas que elas não levantaram e que impomos a elas: somos rápidos em acomodar as ideias aos nossos desejos, e as consequências aos nossos preconceitos, favoráveis ou desfavoráveis. E quando se trata de problemas morais, a tentação é bem poderosa: é difícil esquecê-los, mesmo temporariamente; eles são o “pensamento subliminar”, que vem julgar tudo, que critica todos os pensamentos, os pensamentos hostis que com frequência ele imagina, os pensamentos indiferentes que quase sempre ele desvia. Existe aí uma tendência do espírito que, por ser muito forte, nem por isso é mais legítima; desconfiar disso é uma precaução necessária.
    Estas observações gerais contêm, em primeiro lugar, uma verdade que nosso trabalho apenas confirma: a moral que por muito tempo atribuíram a Spinoza, portanto forçada, não tem nada em comum com a doutrina spinozista. Elas contêm, em seguida, uma espécie de crítica preventiva que foge, me parece, do objeto do nosso estudo. Não é de nossas preocupações atuais que a moral de Spinoza retira sua importância, ela foi a obra sobre a qual o próprio Spinoza quis melhorar sua vida; o sentido humano que ela tomou aos nossos olhos não lhe veio de fora, mas sim de dentro e nasceu no mais profundo âmago de uma alma; se ela apareceu como doutrina, essa é a prova de que ela foi julgada boa. Por outro lado, ela não tem, no conjunto das ideias spinozistas, um lugar onde a possamos arbitrariamente restringir ou aumentar; ela é, para Spinoza, toda a filosofia: tudo leva a ela, nada é fora dela.
    Estamos, portanto, dispensados de colocar artificialmente em evidência um problema que, por si mesmo, está em primeiro plano, e sobretudo operar no sistema de Spinoza um trabalho desajeitado de discernimento e de separação.
    Nenhuma doutrina se presta menos a uma triagem de ideias. Existe nela uma potência de organização que nossas distinções usuais não devem tentar dividir. O que estaríamos tentados a perguntar a Spinoza, partindo do termo comum “moral”, é precisamente o que ele nos recusa, ou seja, uma concepção fechada do dever que valha por si só e que se exprima em preceitos legais. Ao contrário, o que surge de seu pensamento é que existe, como que envolvido pela unidade absoluta que tudo abarca, uma unidade indivisível de todas as funções da vida espiritual; é que as abordagens da natureza em direção ao entendimento não têm necessidade de um motor externo, tendo nelas sua razão interna. O sistema é como a natureza que o justifica, e como o entendimento que o consagra: ele não admite que o problema moral venha de fora; ele o despoja sem piedade das formas vãs dadas pela consciência comum; ele coloca o problema moral em termos que lhe sejam expressamente adequados; de tal forma que o sistema, no seu desenvolvimento, é o problema em vias de se explicar, tendendo ele mesmo à sua solução.
    Desconhecer essa identidade essencial entre o problema e o sistema seria abordar o estudo do spinozismo por um contrassenso. Trata-se de fazer um esforço não para quebrar a unidade natural da doutrina, mas para achá-la, ao contrário, engendrada e definida pela concepção moral à qual todo o resto se subordina. Não se trata de destacar um fragmento da obra, mas de reconstruir a obra, tanto quanto possível, no seu todo, segundo o pensamento mestre que a construiu. As relações que Spinoza estabeleceu entre sua filosofia geral e sua teoria da moralidade são tais que é necessário antes de tudo evitar destruí-las ou alterá-las. Devemos tentar compreendê-las.
    Se é assim, admitiremos que o caráter deste trabalho deve seguir escrupulosamente a forma sistemática e mesmo a forma literal do spinozismo. Existiria a esse respeito alguma superstição? Seria verdade, considerando outras doutrinas parecidas, que perseguiremos fantasmas sem ter certeza de alcançar a viva realidade?
    No livro consagrado a Spinoza,Frederick Pollock sustenta que em toda filosofia o sistema, como tal, responde simplesmente a uma necessidade de ordenamento artístico, ou, ainda, a uma tentação de imobilidade intelectual. Ele tem, para o filósofo que o compõe, apenas um valor acessório, o valor de um símbolo que o faz lembrar seu pensamento; mas simula nos discípulos que o reproduzem um valor absoluto, o valor do próprio pensamento: de discurso ativo e fecundo que era, se torna fórmula inerte e estéril. O espírito é retirado, permanece a letra morta. O que faz então a grandeza de uma filosofia é, segundo Pollock, o núcleo de ideias originais que ela contém: as ideias originais possuem uma força irresistível de difusão, e fazem explodir o envoltório estreito que o sistema lhes impõe.
    Essas opiniões de Pollock são certamente sedutoras; elas parecem, além disso, confirmadas ao longo de toda a sua obra. Pollock, com efeito, se esforçou em decompor o spinozismo em suas ideias constitutivas. Retomando essas ideias em sua origem, ele quis marcar mais a significação intrínseca do que o encadeamento; ele até negou que elas pudessem se fundir em uma unidade verdadeiramente interna. Porém, não parece que o spinozismo esteja por inteiro nessa coleção de ideias justapostas. A obra de organização na qual o spinozismo se produziu está bem longe de ser estranha à sua essência. Se ela foi simplesmente uma obra de arte sem interesse intelectual, teria Spinoza a concebido tão vigorosamente e a perseguido tão pacientemente? Ao contrário, mais do que qualquer outra doutrina, o spinozismo teve de procurar uma forma adequada: destinada, na intenção de seu autor, a mostrar a veleidade de tantas opiniões fictícias e de teorias verbais, ele teve de trabalhar para criar a sua linguagem. Como o Deus que ele coloca na origem, e sem dúvida pelas mesmas razões, ele necessariamente se revelou sem sair de si mesmo; sua palavra é ainda sua natureza, com certeza natureza perecível, natureza naturada, mas não exterior, nem ilusória, já que ela exprime, à sua maneira, a ideia eterna que a fundamenta. Além disso, consideramos que, segundo o pensamento de Spinoza, a unidade substancial das coisas e a unidade inteligível da doutrina devem coincidir exatamente, não deve nem ter vazios na obra do filósofo nem na obra de Deus, que a razão filosófica deve participar da virtude da ação divina, ou seja, excluir do ser aquilo que ela não compreende: diríamos ainda que a unidade sintética do spinozismo se adiciona ou se impõe de fora aos elementos que ela domina. (...)"

     

    O lançamento será dia 21/11/16, na Livraria FGV do Rio.

    O problema moral na filosofia de Spinoza e na história do spinozismo

  • Postado por editora em em 10/11/2016 - 11:00

    Reunindo ensaios de um grupo de curadores, professores e especialistas, o livro Arte e mercado no Brasil, organizado por Cesar Cunha Campos, diretor da FGV Projetos, lança olhares interdisciplinares sobre um aspecto pouco discutido da arte: sua relação com o mercado.

    Apesar da recente retração da economia brasileira, o mercado de arte mantém, há alguns anos, sua expansão, tanto no que se refere à produção, quanto ao volume de negócios, bem como pelo crescente interesse do grande público, como mostram os números recentes de visitações de exposições e museus. Artistas brasileiros ganham destaque no país e no exterior, as feiras de arte adquirem corpo e visibilidade, movimentando um volume consistente de recursos e impulsionando serviços direta e indiretamente ligados ao setor. Soma-se a isso, o processo de profissionalização, com a complexificação de papéis e o surgimento de diversos agentes e instituições. Colecionadores, galeristas, marchands e leiloeiros têm papel fundamental na constituição e na dinâmica deste mercado. “Minha motivação inicial para a organização deste livro foi compreender como se organiza este mercado, sobretudo do ponto de vista daquilo que o movimenta. A arte se realiza quando vai a público, o que não acontece sem a ação desses agentes” afirma Cesar Cunha Campos.

    O livro Arte e Mercado no Brasil, publicado pela Editora FGV em parceria com a FGV Projetos reúne textos de curadores e professores como Frederico Coelho, Ligia Canongia, Daniela Labra, Felipe Scovino e George Kornis, além de especialistas da FGV, oferecendo várias perspectivas de diferentes momentos da arte brasileira, em sua relação com a formação do mercado. Por vezes contraditórias, as visões que ele apresenta contribuem para a formação de um panorama que permite ao leitor refletir sobre as nuances e paradoxos deste tema, pouco explorado pelo mundo da arte. O prefácio fica por conta de Paulo Herkenhoff, também responsável pela direção de arte do livro.

     

    Arte e mercado no Brasil - Art and market in Brazil

  • Postado por editora em em 03/11/2016 - 11:46

    A última catástrofe, publicado inicialmente na França e lançado agora pela FGV Editora, apresenta um quadro geral dos debates sobre os desafios e especificidades da história do tempo presente.
    A história do tempo presente é uma história como as outras? Quais são os marcos cronológicos que a delimitam? Como a história do tempo presente pode lidar com as demandas memoriais e garantir seu compromisso com as regras do ofício do historiador? Qual sua relação
    com o regime de historicidade presentista? Por que a história dos períodos recentes que enfrentou tantas resistências vem conquistando uma grande visibilidade tanto na esfera universitária quanto no espaço público?
    Henry Rousso, um dos principais expoentes da historiografia francesa dedicados ao estudo da história do tempo presente, busca responder essas questões tomando as seguintes diretrizes: “a história já não se caracteriza por tradições a respeitar, por heranças a transmitir, por mortos a celebrar, mas antes, por problemas a ‘gerir’” mediante um constante trabalho de crítica.
    O autor chama atenção ainda para os desafios que se colocam a seus profissionais, ao mesmo tempo observadores, investigadores e atores de uma história que está sendo produzida.
    Como desdobramento dessa perspectiva, propõe uma reflexão sobre certa maneira de pensar a história do tempo presente que não é apenas acompanhar uma visão traumática do passado, mas ajudar a compreendê-la e estabelecer a distância necessária ante as imposições
    da memória. Outra contribuição relevante é tornar acessível não só para os estudiosos, mas também para o público em geral alguns princípios básicos que norteiam a prática dos historiadores, que não pode ser apenas a produção de uma seleção de fatos, já que a escrita da história é produto de um lugar social e de sua relação com um corpo social mais amplo, e deve estar condicionada por uma prática científica.
    Cabe ainda mencionar que a obra apresenta indicações para a compreensão dos princípios, desafios e debates que se colocam para o historiador e a função social da história, bem como acompanhar a bibliografia atualizada acerca das grandes questões historiográficas das últimas décadas.
     

    Confira a apresentação da edição brasileira da obra:

    "A tradução desta obra no Brasil, publicada originalmente na França em 2012, constitui para mim uma honra e uma felicidade. Com efeito, pude constatar muitas vezes, seja na ocasião de algumas estadas no Brasil, seja pelos intercâmbios regulares com colegas brasileiros, quão comum era o interesse pela prática da história do presente em nossos países. De ambos os lados, houve nesses 30 últimos anos um grande investimento intelectual na maneira de abordar uma história no processo de se fazer, nos papéis respectivos da história e da memória, na importância decisiva do testemunho, da história oral e dos arquivos orais. Ainda que os contextos políticos ou sociais sejam diferentes, sinto que há uma mesma sensibilidade no Brasil e na França (assim como na Europa de modo geral) no que diz respeito à maneira de tratar as sequelas dos períodos de guerra e de violência política que deixam rastros e cicatrizes duradouros.
    Esses acontecimentos, que marcaram a história do século XX e já a do nascente século XXI, modificaram profundamente o ofício do historiador, obrigando-o a se engajar de modo permanente no espaço público, sabendo ao mesmo tempo que sua missão, que consiste em explicar
    o mais amplamente possível a complexidade do passado, iria adensar sua prática, fazendo-o sair da torre de marfim da universidade para que adentrasse um pouco mais nos vivos combates do tempo presente, tanto o seu quanto o dos homens e das mulheres que ele estuda."

    Henry Rousso | Professor pesquisador no Instituto de História do Tempo Presente (Centro Nacional da Pesquisa Científica, Paris). Escreveu inúmeros trabalhos sobre a Segunda Guerra Mundial e sobre a história da memória dos traumatismos contemporâneos.

     

    A última catástrofe: a história, o presente, o contemporâneo

    Henry Rousso