Arquivo de Junho 2014

  • Postado por editora em Atualidades, Destaques em 30/06/2014 - 17:27

    Diásporas e deslocamentos: travessias críticas é uma coletânea de ensaios que visa a contribuir com o debate acerca do fenômeno chamado de “o contemporâneo” por meio de um variado leque de reflexões cooperativas, a deslizar por entre as fronteiras porosas dos estudos literários e da teoria literária, da antropologia e da sociologia, da história e dos estudos culturais.

    A obra, realizada através de um esforço conjunto de pesquisadores heterogêneos, porém irmanados pelo desejo de questionar a condição dos sujeitos e do mundo contemporâneos, terá no leitor o melhor apreciador e o melhor propagador dos debates que os autores procuraram estabelecer.

    Organizado pelos professores Paulo Oliveira (doutor em poética) e Shirley de Souza Gomes Carreira (doutora em literatura comparada), também autores de artigos, o livro apresenta textos de Heleno Álvares Bezerra Júnior, Cláudio Braga, Robson Dutra, Cláudio do Carmo Gonçalvez, Érica Sarmiento, Robson de Paula, Fernando Monteiro de Barros, Maria Cristina Cardoso Ribas e Nonato Gurgel.

    Os trabalhos vasculham questões que assombram o mundo contemporâneo, como os fenômenos da diversidade cultural, social, étnica, aliados às contradições do processo modernizador de hoje; além das abordagens de sujeitos em “estado diaspórico”, bem como os temas sobre a falta e o excesso, tão característicos de nosso mundo atual, entre tantas outras abordagens.

    De acordo com a apresentação dos organizadores, trata-se de uma obra endereçada ao leitor,  esse 'destinatário desconhecido', onde "o texto, todo texto, nossos textos se destinam, com seu caráter ambíguo, paradoxal, dado por sua intrínseca destinação: ser ponte e travessia."

    AF_capa_diasporas.indd

     

     

     

     

    Diásporas e deslocamentos: travessias críticas

    Paulo César Oliveira e Shirley Souza Gomes Carreira

    Impresso: R$29

    Ebook: R$21

  • Postado por editora em Atualidades, Destaques em 26/06/2014 - 14:10

    Atualmente, não existe desafio global, sejam as mudanças climáticas, seja a proliferação nuclear ou a redução da pobreza, que possa ser enfrentado com êxito sem a contribuição e o engajamento ativos da Índia. A necessidade de se entender a perspectiva indiana nunca foi maior.

    Nesse contexto, a Editora FGV lança A Índia na ordem global, livro que faz parte da Coleção FGV de Bolso, Série Entenda o mundo.

    Trata-se de uma coletânea de 5 artigos traduzidos especialmente para essa publicação, com a coordenação de Oliver Stuenkel.

    Cinco dos principais pensadores da Índia – Nehru, Mohan, Das, Varshney e Menon – discutem a ascensão indiana e suas implicações para o futuro da política global.

    Confira mais sobre os autores e seus textos:

    Ashutosh Varshney é professor de ciências políticas na Universidade de Michigan e autor de Ethnic conflict and civil life: Hindus and Muslims in India [Conflito étnico e vida civil: hindus e muçulmanos na Índia] e Democracy, development, and the countryside: urban-rural struggles in India [Democracia, desenvolvimento e a zona rural: contendas urbano-rurais na Índia]. O texto desta obra tem o título: O desafio democrático da Índia.

    C. Raja Mohan é editor de Assuntos Estratégicos de The Indian Express e membro do Conselho Consultivo de Segurança Nacional da Índia. Seu livro mais recente é Impossible Allies: nuclear India, United States, and the global order [Aliados impossíveis: Índia nuclear, Estados Unidos e a ordem global] e o texto relacionado aqui é A Índia e o equilíbrio de poder.

    Gurcharan Das foi diretor executivo da Procter & Gamble na Índia e é autor de India unbound: the social and economic revolution from independence to the global information age [Índia livre: a revolução social e econômica da independência à era da informação global]. Seu artigo apresenta O modelo indiano.

    Jawaharlal Nehru foi primeiro-ministro da Índia de 1947 até sua morte, em 1964. Liderou o Movimento pela Independência Indiana, seguindo Mahatma Ghandi, e contribuiu com o estabelecimento de uma Índia moderna, através de uma estratégia pela democracia, liberdade e paz. O texto apresentado nesta obra é de 1938 e trata A unidade da Índia.

    Shivshankar Menon é atualmente conselheiro de Segurança Nacional do primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh. Já serviu como secretário de Defesa da Índia, foi alto comissário no Paquistão, tendo também exercido o cargo de embaixador indiano na China e em Israel. A Índia e o cenário global é o título do seu texto.

     

    A_I?ndia_na_ordem_global

     

     

     

    A Índia na ordem global

    Coleção FGV de Bolso | Série Entenda o mundo

    R$ 22

     

    Confira mais obras da Série Entenda o mundo

  • Postado por editora em Atualidades, Entrevistas, Opinião em 10/06/2014 - 16:58

    O livro 'O Bolsa Família e a social-democracia', da jornalista Débora Thomé, foi lançado na XXI Feira Internacional do Livro Universitário da Universidade Veracruzana, na cidade de Xalapa, no México.

    Durante sua estada na cidade, que aconteceu entre os dias 12 e 14 de maio, Thomé participou de uma palestra para pós-graduandos do Colégio Veracruzano e se encontrou com políticos da região para debates sobre as diferenças e semelhanças entre o Bolsa Família e os programas de distribuição de renda do México.

    As comparações entre as políticas dos dois países são quase inevitáveis e, neste encontro, a autora pôde ter acesso e analisar de maneira mais prática, com depoimentos de quem vive a rotina política  mexicana, as realidades que, ao mesmo tempo, aproximam e afastam os dois países.

    Confira essas impressões da autora num comentário feito para o nosso blog:

     

    "Brasil e México são dois países que caminharam sempre em linhas paralelas, com, verdade seja dita, alguma concorrência. Suas similitudes (grandes territorialmente, populosos, latino americanos, com índices de pobreza relevantes) fez com que, muitas vezes, optassem por políticas semelhantes em tempos parecidos, fosse no campo econômico ou social. 

    Assim também aconteceu com os programas de transferência condicionada. Antes de o Brasil desenvolver o Bolsa Família ou, mesmo pré Bolsa Escola, o México começou a aplicar programas de transferência condicionada. O primeiro, o Solidariedad, foi seguido pelo Progresa e, finalmente, pelo Oportunidades. Apesar das diversas semelhanças com o programa brasileiro, o mexicano não apresentou tão bons resultados. Assim, com a volta do PRI ao governo, o partido agora tenta aprender com o Brasil lições que lhes possam ser úteis nas políticas de combate à pobreza.

    O livro "O Bolsa Família e a social-democracia", publicado pela Coleção FGV de Bolso, teve sua origem numa dissertação de mestrado que, por sua vez, tinha como objetivo inicial comparar Brasil e México. O intuito não foi adiante, mas os laços com o país fizeram com que, em maio, o livro fosse apresentado em Xalapa, capital de Veracruz, o terceiro maior estado mexicano. A cidade abrigou a Feira Internacional de Editoras Universitárias, e o livro foi apresentado no Colégio Veracruzano, uma instituição de pós-graduação de política e relações internacionais. A pergunta que a maior parte das pessoas - entre acadêmicos, jornalistas e políticos - queria ver respondida era: afinal, o que o Brasil fez de diferente para conseguir tão bons resultados em termos de redução da pobreza e desigualdade?

    Os dois programas são realmente bem parecidos, mas alguns aspectos que os separam são claros: para começar o valor máximo e médio do benefício, que é muito maior no Brasil. Para continuar, lá existem mais lacunas de institucionalidade: enquanto aqui todas as etapas são profissionalizadas - ou assim se tentar fazer -, o uso de voluntárias, premiadas com eletrodomésticos, é amplamente incentivado no México, estando previsto em orçamento. O mau uso da verba pelos beneficiários, o que pressupõe uma fiscalização custosa e quase artesanal, também ainda é um ponto central da discussão quando, no Brasil, esse tema já é menos relevante do ponto de vista dos responsáveis pela política pública.

    Os dois países têm muito a aprender e trocar para o aperfeiçoamento das políticas em suas trajetórias análogas. Como nem sempre é possível atravessar o continente, o livro acaba sendo uma boa forma de mandar informação de um lado a outro."

     

    bolsa familia

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    O Bolsa Família e a social-democracia

    Débora Thomé

    Coleção FGV de Bolso | Série Sociedade & Cultura

     

     

     

     

    Arquivos:
  • Postado por editora em Atualidades, Destaques, Eventos em 05/06/2014 - 20:51

    Durante os séculos XIII e XV, a Europa Ocidental assistiu à formação de seus primeiros estados territoriais, à reintrodução de instrumentos monetários e à própria recuperação da sua vida econômica em geral.

    “Poder, riqueza, moeda na Europa Medieval: a preeminência naval, mercantil e monetária da Sereníssima República de Veneza nos séculos XIII e XV” tem o objetivo de reinterpretar o processo de remonetização europeia a partir dos desafios e dilemas próprios das guerras da época, cuja geografia monetária resultante moldou as possibilidades de enriquecimento acelerado. Nesse contexto, a história veneziana tem muito a contribuir, pois evidencia o papel decisivo dos conflitos e da geografia política na abertura de oportunidades para a sua acumulação de riqueza.

    Nesta obra, Mauricio Metri defende a tese de que a moeda é uma criação do poder e está sempre a serviço da acumulação do poder, mesmo enquanto opera a serviço da multiplicação da riqueza privada.

    O autor ainda demonstra como até mesmo a Sereníssima República de Veneza, considerada o paradigma de cidade mercantil, utilizou seu poder naval para se transformar em uma espécie de broker financeiro dos grandes impérios da época, obtendo, em troca, o controle de posições que foram decisivas para seu poder, riqueza e glória.

    Pela forma como utilizou a história e a ciência política para tratar de um tema clássico da economia, e por discutir o tema clássico da “moeda” sem utilizar, nem aceitar, a linguagem convencional ou a visão do mainstream econômica sobre suas origens e funções fundamentais, o autor apresenta um livro surpreendente que poderia servir como um guia para as novas gerações de economistas, cansadas do “autismo” da ciência econômica.

    Fizemos 3 perguntas a Metri. Confira:

     

    Qual a principal contribuição dessa obra?

    Eu diria que uma das coisas que mais me entusiasmaram na pesquisa para esse livro e que, na verdade, segue orientando novas investigações relativas a outros “tempos e espaços”, foi a redefinição da “informação histórica relevante” para análise de temas monetários. Como se partiu de um outro entendimento sobre o que é moeda e de sua natureza mais elementar (conceito de moeda cartal), como desenvolvido por autores do início do século XX (sobretudo Knapp), as pistas e as fontes primárias se deslocaram da tradicional noção de moeda cunhada (moeda-mercadoria) e de seu conteúdo metálico para a noção de moeda de conta (unidade monetária) dos instrumentos de tributação, de denominação de créditos e débitos, de “precificação”, etc. Isto permitiu, ao final, uma análise bastante interdisciplinar no sentido de uma articulação, ao meu ver, bastante consistente entre os processos históricos de natureza política e econômica que envolveram de algum modo temas monetários no Medievo.

    Por outro lado, uma segunda razão de grande entusiasmo foi combinar essa visão sobre moeda a uma perspectiva teórica para análise da história do sistema internacional (a teoria do poder global), em que se privilegiam os desafios de poder, os dilemas de segurança e o caráter anárquico do sistema internacional mesmo no que se refere às suas origens medievais.

    Como resultado, pôde-se pensar de modo articulado alguns temas consagrados a partir de um olhar, eu diria, "não convencional". Por exemplo: sobre o tema do reaparecimento das práticas monetárias na Europa Ocidental a partir do século XI e XII, deu-se centralidade às guerras; sobre a circulação de moeda em geral no Medievo, identificaram-se uma geografia monetária e a inexistência de relações de escambo em todos os seus níveis; sobre as origens do que hoje entendemos como altas finanças, ganharam destaque o "jogo cambial" e a igreja católica; sobre a história de Veneza, a natureza cartal e expansiva de sua moeda como resultado não de forças de mercado, mas do poder de sua esquadra.

     

    Qual a importância econômica e histórica em ‘assumir’ as origens da moeda como uma criação do poder em oposição às teorias de economistas e historiadores que defendem um surgimento baseado exclusivamente como substituição ao escambo, ou seja, como uma criação do mercado?

    Eu diria que, ao partir da ideia de que a moeda não é propriamente um bem público derivado de uma construção coletiva, mas um instrumento estratégico das autoridades centrais ligado à tributação e ao financiamento da guerra, torna-se possível identificar hierarquias e assimetrias decorrentes de seu uso favoráveis a quem teve a faculdade de proclamá-la, criá-la e, ao final, impô-la a um coletividade. Isto me faz lembrar da famosa declaração do secretário do tesouro dos Estados Unidos no governo de Nixon, John Connally, quando, após a suspensão unilateral do Estados Unidos a uma paridade fixa entre o dólar e o ouro, disse a ministros das finanças de outros países “A moeda é nossa, mas o problema é de vocês”.

     

    Essa visão política das origens da moeda promove alguma reinterpretação no ensino atual das ciências econômicas?

     

    Esta é uma visão que, em minha experiência acadêmica, tem se desenvolvido de forma mais receptiva no campo disciplinar das Relações Internacionais, onde a interdisciplinaridade constituí-se num desafio, na verdade, num imperativo. A historiografia sobre temas monetários, por sua vez, acabou se tornando, em algum grau, refém das contribuições da própria Economia, por assimilar sobretudo as perspectivas teóricas mais consagradas (sobretudo do mainstream econômico) sobre o tema (moeda). No caso da Economia, ao meu ver, por sua “hipertrofia” atual, sobretudo como lente para se analisar as próprias sociedades em geral, em detrimento de outros campos (olhares) das Humanas (ciência política, filosofia, sociologia, antropologia, etc.), ela acabou por assumir uma postura bastante defensiva e refratária a visões mais plurais. Isto tem ocorrido, por exemplo, com as interpretações e estudos que, de algum modo, vêm relativizando a importância das forças de mercado para interpretação histórica de assuntos econômicos, ainda mais para um tema tão caro quanto moeda. Nesse sentido, eu diria que, no momento, tem sido mais fora do que dentro da Economia que essa visão política da moeda vem encontrando maior interlocução e interesse.

     

     

    O lançamento do livro será sexta-feira, dia 6 de junho, às 18h30, na Livraria FGV (Rua Jornalista orlando Dantas, 44 | Botafogo | RJ). Todos convidados!

    Poder, riqueza e moeda

     

     

     

     

      “Poder, riqueza, moeda na Europa Medieval: a preeminência naval, mercantil e monetária da Sereníssima República de Veneza nos séculos XIII e XV”

    Maurício Metri

    Impresso: R$48 | Ebook: 34