Arquivo de Outubro 2018

  • Postado por editora em em 24/10/2018 - 13:29

    Obra fundamental para quem se interessa, ensina ou pesquisa no domínio das ciências humanas e sociais, o livro Homo Historicus de Christophe Charle, traduzido e publicado pela Editora FGV em coedição com a Editora da UFRGS e apoio à publicação do Institut Français, propõe de modo constante a necessidade de uma cooperação interdisciplinar.

    Conhecido por seu trabalho sobre a sociedade no século XIX, Christophe Charle faz nesta obra uma reflexão geral crítica sobre a prática da história social e da história cultural e os elos entre esses dois ramos da disciplina, e vai muito além. 

    No livro, Charle dedica-se a um percurso elucidativo de sua própria trajetória, enquanto pesquisador, colocando às claras um conjunto de determinantes do trabalho científico e suas condições de controle.

    Percorrendo um vasto campo de reflexões, a proposta se encaminha para a utilização combinada de diferentes perspectivas analíticas, ao mesmo tempo em que retoma as discussões sobre uso da prosopografia e análise de circulação internacional de bens culturais, seus desafios e perspectivas.

    De modo geral, trata-se muito mais de fazer perguntas do que propor soluções acabadas, abrindo, assim, um instigante leque de problemáticas de pesquisa cuja fecundidade torna-se fundamental para a reflexão sobre o período atual, marcado, segundo o autor, pela “modernização universitária” e a especialização disciplinar.

    De acordo com Charle, os historiadores fazem parte de um universo institucionalizado cada vez mais hierarquizado e interdependente, mas também em competição com outros espaços intelectuais: outras comunidades disciplinares –  filosofia, sociologia, antropologia –, historiadores de outros países, relações de força instáveis entre as disciplinas no seio dos estabelecimentos, mundo da edição e da mídia. E tudo isso, em sua visão, remete às contingências ou é resumido pelo vocabulário pobre da “profissionalização”.

    Os textos reunidos nesta obra foram escolhidos pelo autor entre todos os que redigiu nos últimos anos, utilizando o critério de coerência que apresentam uns com os outros e sobretudo para responder a inquietações anteriores (próprias), disciplinares ou metodológicas: “sempre conectar reflexão teórica e modalidades práticas de sua utilização no trabalho historiográfico concreto”.

    Embora os textos tenham sido escritos durante um período relativamente longo e abordem temas bastante diversos, Charle afirma que as continuidades metodológicas, temáticas e teóricas que caracterizam seus sucessivos trabalhos permitem que eles repercutam uns sobre os outros.

    Os escritos reflexivos produzidos por encontros intelectuais durante sua carreira com “colegas criativos, alunos exigentes e inovadores e sobretudo com mestres estimulantes”, a respeito de temáticas que marcaram renovações duradouras da historiografia contemporânea, apresentam um valor mais geral de compreensão da evolução de diversos campos historiográficos ou disciplinares e de resposta a certos debates ainda atuais.

    Homo historicus

     

     

  • Postado por editora em em 11/10/2018 - 14:11

    A Primavera Literária do Rio acontecerá entre os dias 18 e 21 de outubro, de volta aos jardins do Museu da República.

    Como todo ano, esta 18ª edição da feira terá uma programação cultural gratuita para seus visitantes e nós estaremos lá também.

    E nesta edição, nossa participação está mais que especial.

    Nossas autoras Hildete Pereira de Melo (Mulheres e poder), Glaucia Fraccaro (Os direitos das mulheres) e Angela de Castro Gomes (Trabalho escravo contemporâneo) estarão presentes na Tenda, dia 21, domingo, às 10h, para o bate-papo Mulheres no poder.

    Após a conversa, todas poderão autografar seus livros no mesmo local.

    É bom chegar cedo pra garantir seu exemplar em nosso estande e sua partipação nessa conversa.

     

    Mais da programação pode ser conferida na página da LIBRE, no Facebook. Clique AQUI, que te mandamos pra lá ou confira tudinho mais abaixo.

     

    O Museu do Palácio do Catete é aberto à visitação, possui uma praça de alimentação de bikefoods, restaurante e um bicicletário.

    A feira é gratuita e a entrada  do Museu fica em frente ao metrô do Catete.

    Não dá pra não ir.

     

    Levaremos cerca de 200 títulos do nosso catálogo, entre lançamentos e acervo, e todos estarão com 50% de desconto.

    Esperamos sua visita!!

     

     

    PROGRAMAÇÃO COMPLETA | PRIMAVERA LITERÁRIA 2018

    ESPAÇO INFANTIL

    QUINTA-FEIRA 18/10
    11h Contação de histórias do livro Um pra cada lado e oficina de criatividade | Luciana Rigueira e Elizabeth Teixeira
    14h Oficina Como nascem as histórias | Helena Lima Apresentação sobre processo criativo: como nascem as histórias e em que consiste o trabalho de uma editora. Programação complementada com contação de histórias.
    15h Conversa sobre o livro Peixe de abril | Simone Mota || A história do pescador, do menino e dos peixes, mais particularmente o Peixe de abril, entre reinos e reis, seduz o leitor desde as primeiras linhas e o transporta para mundos feéricos de sabedoria e de ensinamentos. Simone Mota consegue condensar o máximo de informações num mínimo de espaço, técnica fundamental nesse gênero literário. O leitor é conduzido com habilidade e gênio para o "efeito do real", qualidades que fazem do Peixe de abril obra indispensável para apreciadores de literatura de todas as idades." (Godofredo de Oliveira Neto)"

    SEXTA-FEIRA 19/10
    10h Desafios da mediação da leitura literária hoje | Cíntia Barreto || Uma apresentação da formação em Literatura Infantil e Juvenio dos profissionais do livro no contexto atual e do impacto no mercado editorial no processo de formação de leitores.
    11h Palestra Oralidade e contos africanos : Histórias de Ouvir da África Fabulosa | Carlos Alberto de Carvalho e Fabio Maciel || Em algum lugar da África, crianças ouvem fabulações, nas quais, humanos, animais e seres fantásticos fazem parte da narrativa.
    14h Oficina de ilustrações do livro Histórias de ouvir da África fabulosa | Fabio Maciel || Trabalho sobre as ilustrações do livro Histórias de ouvir da África fabulosa.
    15h Contação de histórias do livro Como tudo começou – A primeira aventura da Turma do Planeta Silvana Gontijo || A autora encanta as crianças ao apresentar seu livro Como tudo começou - A primeira aventura da Turma do Planeta de forma muito interativa consegue a participação de todos ao contar sobre a aventura do livro.
    18h Bate Papo sobre o Livro "Bordados" Projeto MANOS QUE CUENTAN. Peru- Brasil Rosana Reategui. || A narradora peruana, Rosana Reategui, integrante do grupo Os Tapetes Contadores de Histórias apresentará seu projeto de livros bordados junto com artesãs arpilleras: Manos que Cuentan. Livros de pano que contam histórias e lendas bordadas assim como falará das origens do bordado da arpillera, registros têxteis de diversas realidades latinoamericanas.

    SÁBADO 20/10
    10h Belé Salsicha | Contação de Histórias + Autógrafos || Autora Ana Sampaio ||| Ilustração Heitor Corrêa Contação de Histórias do livro Belé Salsicha: Belé é um cachorrinho com rodinhas no lugar das patas traseiras e nem se importa com isso. Ele é muito especial por ser um grande caçador de formigas e destruidor de chinelos. Aprenda com Belé como ser feliz e um arteiro tão amado.
    11h É conversando que a gente se entende | Julia Luz || Bate papo sobre comunicação não violenta ||| Conversa, bate papo sobre Comunicação Não Violenta com a autora do livro "É conversando que a gente se entende".
    14h Contação de histórias e sessão de autógrafos | Os 2 porquinhos e meio || Marta Lagarta ||| Ah, as diferenças! Elas podem se unir de maneiras tão mágicas. Será que um dia as pessoas perceberão isso? Neste texto delicioso, de poesia, sabores e imagens, Leo Cunha e Marta Lagarta contam uma divertida história sobre as desavenças entre dois vizinhos. Mas se a Dona Edy e o Seu Elias não se toleram, não podemos dizer o mesmo de seus porquinhos de estimação: Kid e Lik.
    16h Representação negra na literatura infantil | Cássia Valle, Luciana Palmeira, Kenia Maria, Simone Motta, Mediação: Ernesto Xavier || Representação negra da literatura infantil. Bate-papo com autoras de livros infantis com personagens negros.
    17h - Biodanza para crianças + Lançamento do livro Biodanza - um caminho para o mundo biocêntrico | Beatriz Câmara e Julia Rodrigues, Semente Editorial || Oficina que propõe uma prática através da dança e da música - conduzida por facilitadoras da metodologia Biodanza fundada por Rolando. Tem por objetivo fundamental valorizar e reforçar as qualidades mais belas do ser humano, que poderiam se expressar naturalmente na infância se o meio o permitisse.
    18h Conversa sobre o livro Tempo de brincar Marília Pirillo O tempo de brincar e a infância estão ameaçados pela rotina estressante que estamos adotando para as nossas vidas e de nossas crianças. Acho fundamental termos um momento para rir, relaxar, sentir, desfrutar da vida e do mundo que nos cerca. Brincar é aprendizado, é experimentação, é descoberta. Brincar é jogar, ganhar, perder, recomeçar, fazer de conta, fantasiar, se encantar! Desenhar, ler, escrever e contar histórias também podem ser uma deliciosa brincadeira. Vamos brincar!"

    DOMINGO 21/10
    10h Aulão de Boxe Infantil | Professor Peppe || (a partir de 12 anos)
    11h Contação de histórias do livro Um marido para Dona Baratinha | Autora Dircéa Damasceno || Dona Baratinha era vaidosa e caprichosa. No dia em que encontra uma moeda, se sente rica e sai em busca do noivo perfeito. Entre tantas qualidades e defeitos, será que ela vai encontrar seu par?
    14h Primavera convida Clube de Leitura Quindim | Slam de ilustração Os participantes são desafiados, por meio de uma temática surpresa a criarem uma narrativa visual. Um ilustrador intervém no desenho do outro mudando o traço e o pensamento, criando uma história coletiva com diferentes olhares.
    15h Cantação de Histórias Ana Clara das Vestes e Trio e Lançamento do Livro Dois dinossauros e uma duna imensa Ana Clara Vestes Ilustração Camilo Martins Semente Editorial || A magia escorrega mansamente no cenário quase lunar do sono. Embalados pelas histórias contadas pela mãe de Adnan, ele e os dinossaurinhos veem-se diante de uma montanha gigante, uma estrada a ser caminhada e vencida a cada noite.
    16h #PapoComZero : uma campanha de diálogo inspirada no conto 'A fuga do zero' e Oficina de contação de histórias e brincadeiras com as Boconas | Ana Luiza Novis || A partir do projeto #PapoComZero, a psicóloga e terapeuta Ana Luiza Novis trabalha a comunicação e o diálogo.
    17h Conversa sobre o livro A Princesa Maravilha ou de como uma ervilha incômoda Provocou um final feliz. Cristina Villaça "Escrevi esta história em formato de cordel para homenagear Sylvia Orthof, mestra imaginária de minhas viagens literárias. Escolhi a redondilha maior porque quis seguir sua intenção de perpetuar a forma tradicional dos cantadores do nordeste e todo um manancial cultural que não pode ser esquecido. A minha Princesa Maravilha é parente de Ervilina, ambas descendentes da Princesa do conto de Andersen. Mas, como a Ervilina de Sylvia, ela é protagonista de sua história, é ela quem decide seu destino. Maravilha chega nessas páginas para ressaltar minha crença na educação e nos estudos avançados.
    18h Bate-papo Não Somos Anjinhos com Gusti Rosemffet Apresentação do livro Não Somos Anjinhos, seus processo de criação, tradução, edição. O livro, originalmente publicado pela editora Oceanos - Mexico/ Barcelona, acabou de ser selecionado para a prestigiosa lista WHITE RAVENS, da Biblioteca Internacional da Juventude, de Munique. Roda de conversa com Gusti, autor que vem de Barcelona lançar seu recente livro ―Não Somos Anjinhos‖, sobre suas motivações e processo de criação desse livro ilustrado, inspirado pela vida cotidiana em família, no convívio com seu filho que tem síndrome de Down.

    ESPAÇO EDUCATIVO

    QUINTA 18/10
    Programação Especial Dia do Editor
    9h Café da Manhã
    10h Panorama: Cenário do mercado editorial brasileiro | Ismael Borges – Nielsen || Apresentação de um panorama sobre o mercao editorial brasieliro, sob a perspectiva da Nilsen.
    11h Revolução 4.0 - Economia em rede | Raíssa Pena - Catarse || Carolina Herszenhut – Aborda ||| Apresentação de cases sobre empreendedorismo criativo e a importância das microcomunidades para o fortalecimento das marcas.
    14h Internacionalização e seus processos | Bia Alves – HarperCollins || A Gerente de internacionalização da HaperColins fala sobre sua expeiência na área na América Latina
    15h Painel Forma Certa | Apresentação das soluções e inovação em impressão digital.
    15h30 Workshop Como fazer para vender seu livro ainda em 2018 | Bruno Mendes – Coisa de Livreiro || Um workshop para os editores observarem como algumas medidas e novações podem aumentar o faturamento ainda nos meses faltantes para findar 2018.
    17h Pega na minha mão e vem | Simei Jr. – Metabooks || Camila Cabete – Kobo ||| Um passo a passo para ensinar o mercado a fazer um bom preenchimento de metadados e seus benefícios para o gaturamente e organização das editoras.
    18h O livro e o licenciamento | Mariana Rolier - HarperCollins, Sintia Mattar – Trevisan Mattar Consultoria Jurídica, Eduardo Albano - Ubook, Janaina Ávila Brasil - Produtora outrastorias, Mediação Cassia Carrenho – Lab Pub || Uma roda de conversa sobre licenciamento de livros para outras mídias.

    SEXTA-FEIRA 19/10
    10h Workshop de autopublicação e pitch para autores independentes Plataforma Bibliomundi e Palestrantes convidados | Seja autor da sua própria história. Pitch aberto para escritores de todos os gêneros. Apresente sua ideia para profissionais do mercado. Prêmio para o vencedor do pitching: Consultoria grátis com a Bibliomundi para publicação digital do livro.
    11h30 Oficina de escrita Oulipiana | Ana de Alencar e Ana Lúcia Moraes | Palestra de Ana de Alencar sobre o grupo literário francês OULIPO e sobre a literatura potencial, seguida de uma oficina de escrita — com a participação da professora e doutora em literatura francesa, Ana Lúcia Moraes — baseada nos princípios oulipianos.
    14h Oficina de formação de contadores de histórias e mediadores de leitura | Francisco Gregório || Oficina de formação de contadores de histórias, mediadores de leitura, e formação do leitor através de "Ler e Contar, Contar e Ler", em rodas de leitura e leitura dramatizada.
    15h30 Mini Curso: Como escrever boa ficção fantástica, sagas e trilogias | Julio Algaze Mansour e Ilmar Penna Marinho Júnior Como escrever boa ficção fantástica, sagas e trilogias
    17h Literatura e Fantasia | Juva Batella, Miguel Conde || Quarteto mágico – quatro formas de ser estranho Formas de ser estranho – Num país em que o valor da criação literária é muitas vezes medido em relação a sua capacidade de denunciar mazelas sociais, qual o lugar de autores que exploram em suas obras o devaneio e a fantasia, às vezes chegando até o non-sense? À margem da escrita realista de crítica social, seria possível falar numa tradição alternativa na história literária brasileira, mais afeita ao estranho e ao improvável do que à concretude do real? Os críticos Juva Batella e Miguel Conde conversam nesta mesa sobre alguns autores que poderiam integrar uma tal tradição, tais como Murilo Rubião, José J. Veiga, Campos de Carvalho e Victor Giudice.
    18h30 Marcos Legais para formar leitores | Renata Costa, Guilherme Relvas, Francisco Gregório, Mediação: Volnei Canônica || A sanção da Lei Castilho e a discussão acerca da regulamentação do mercado do livro são os temas desta conversa que vislumbra refletir sobre a necessidade de políticas publicas para formar leitores e fortalecer o setor livreiro.

    SÁBADO 20/10
    10h Primavera Convida Puxadinho | Carol Delgado || Puxadinho, um lab de experimentações antropológicas, com metodologias e preços acessíveis, que tem seu foco na instrumentalização e democratização da produção simbólica, e atua em três frentes: uma escola livre e ateliê de pesquisa, mentoring para movimentos, projetos e pessoas e consultoria criativa.
    14h Pitch do livro: como seduzir editoras com o seu original | Vagner Amaro, Paula Cajaty, Valéria Martins, Michelle Strzoda || Como seduzir editoras com o seu original: o olhar do mercado editorial.
    16h Primavera convida Revista Philos | Oficina de escrita poética || Thássio Ferreira ||| Diante da moldura vazada colocada no jardim, o facilitador estimula os/as participantes a escreverem de forma poética sobre a paisagem, demonstrando possibilidades de construção de escrita criativa a partir de obras de autores/as clássicos/as e contemporâneos.
    17h Primavera Convida Agência ONZE - UVA | Economia Criativa: As potencialidades do Rio como Cidade Criativa Leonardo Amato Marcos Machado Vera Zunino || A Economia Criativa propõe um novo olhar sobre como integrar pessoas e cidades, gerando novos caminhos para o desenvolvimento sustentável através das potencialidades criativas. O encontro irá analisar a economia criativa na Cidade do Rio de Janeiro através de estudos envolvendo equipamentos públicos, a arte e o carnaval.
    18h30 Workshop: Vamos viajar? O que você precisa saber para se tornar um viajante | Claudia Liechavicius || Claudia Liechavicius é uma apaixonada pelo mundo. Além de ser uma especialista em todo tipo de viagem e destino. Desde 2008 comanda o Viajar pelo mundo!, Um dos sites mais populares da blogosfera, com cerca de um milhão de visualizações por mês. E depois de uma década compartilhando suas viagens e ouvindo os desejos de seus seguidores, escreveu um livro para mostrar que o mundo também pode ser o seu quintal.

    DOMINGO 21/10
    10h Literatura e Astrologia: alguns encontros | Roberta Ferraz
    11h30 O poder dos nutrientes Dr. Raimundo Santos || Palestra do Dr. Raimundo Santos, médico e tradutor do livro "O poder dos nutrientes", escrito pelo médico norte-americano dr. William Walsh, que defende o uso da bioquímica natural em substituição aos remédios psiquiátricos no tratamento de distúrbios mentais. Com milhares de exemplares vendidos em outros países, o trabalho do dr. William Walsh abre uma nova porta para o tratamento da saúde mental, incluindo deficit de atenção, ansiedade, esquizofrenia, hiperatividade, doença de Alzheimer e outros.
    14h Oficina de autobiografia | Tania Carvalho Apresentação de experiências, técnicas e inspiração para ajudar o leitor a virar escritor de sua própria história.
    15h30 Nuvens e Bigornas - a poesia de Hilda Machado e Yasmin Nigri | Cide Piquet, Yasmin Nigri, A jovem poeta carioca Yasmin Nigri e o editor Cide Piquet conversam sobre os livros Bigornas, de autoria de Yasmin, e Nuvens, da poeta Hilda Machado, falecida em 2007, explorando afinidades nas obras dessas duas poetas de diferentes gerações, ambas fortemente imagéticas e influenciadas pelas artes visuais.
    17h Bate Papo Carolina Maria de Jesus - uma biografia Tom Farias Bate-papo sobre a atualidade da obra de Carolina Maria de Jesus

    TENDA FAÇA AMOR, NÃO FAÇA GUERRA
    QUINTA 18/10

    10h Primavera Convida Nespe | Workshop: 3 ou 4 coisinhas sobre técnicas de escrita criativa || Leandro Müller, Flávia Iriarte ||| Os criadores do curso de Escrita criativa do Nespe (Núcleo de Estratégias e Políticas Editoriais) apresentam ao público algumas técnicas para ser escritor.
    14h Ocupa Museu - Políticas Públicas e Direito à Memória | Ana Paula Zaquieu Álvaro Marins Aline Montenegro A importância de um projeto de Estado em relação ao direito à memória no que tange a politicas publicas para a área de museus.
    15h30 Reconstruindo as bibliotecas | Andreia Rangel Verônica Lessa || Conversa sobre o papel da biblioteca como agente de transformação social, com base nos ODS da agenda 2030 e no plano de trabalho proposto pelo programa Conecta Biblioteca, uma iniciativa implementada pela ONG Recode e patrocinada pela Fundação Bill&Melinda Gates. De que forma a biblioteca poderia também incidir sobre indicadores ligados, por exemplo, a desemprego e à saúde da comunidade local? Apresentaremos também cases bem-sucedidos de atividades, realizadas nas bibliotecas do Conecta Biblioteca, pautadas pela agenda 2030.
    17h Narrativas indígenas: produção cultural de resistência | Eliane Potiguara || A produção cultural indígena em festivais de literatura
    18h30 Poesia e paisagem | Michel Collot, Masé Lemos, Marcelo Reis de Melo || Uma conversa sobre produção de poesia contemporâena à luz da teoria da paisagem. Como a paisagem se apresenta nos textos do autores contempoâneos? Qual o papel da emoção na criação de uma obra? O que sefala quando se falar em inspiração, emoção, paisagem e técnica?

    SEXTA-FEIRA 19/10
    10h Workshop: Life Coaching | Claudia Guimarães || Dicas para uma vida mais harmonizada, através de um percurso que vai desde autoconhecimento, reconhecimento da própria história, autocompaixão e compaixão até cuidados com o corpo e com a nossa alma. Depois, abriremos para uma roda de conversa com o público presente.
    11h30 A Formação do Jornalista 2.0 Agência ONZE – UVA Renata Feital | Refletir sobre a profissão de jornalista diante dos novos cenários políticos, sociais e culturais. A palestra versará sobre o papel social do jornalista nas sociedades democráticas, focalizando as transformações do know-how jornalístico. Dessa forma será realizado um debate sobre a profissão jornalista, seguindo um itinerário desde o marco da sua institucionalização até hoje, além de contemplar as mudanças nas rotinas de produção, em níveis econômicos, políticos e editoriais, que impactaram os jornalistas brasileiros. O ensino do Jornalismo nas universidades e por fim, a reflexão contempla a identidade jornalista e o seu papel social no atual ambiente informatizado.
    14h Primavera Convida MultiRio | Roda de Conversa sobre o livro Animação Brasileira: 100 filmes essenciais produzido pela ABRACCINE e a Associação Brasileira de Cinema de Animação, entre outros, e lançado pelo Grupo Editoral Letramento.
    15h30 Ativismo jovem | Coletivo Papo Reto, Slam das Minas, Coletivo Ocupa Amaro, Mediação Ywerson Pimentel || Bate papo com jovens que estão interferindo em seus meios sociais e dando visibilidade a diferentes narrativas por meio de dispositivos como a arte, tecnologia e ativismo político.
    17h Linguagens poéticas e ativismo antidiscriminatório Ramon Nunes Mello Paulo Sabino | Simone Mazzer || Como a arte pode mitigar preconceitos e sensibilizar para temas sobre os quais ainda pouco se fala.
    18h30 Até onde pode o judiciário? | Ricardo Lísias, Wadih Damous || Discussão acerca das liminares concedidas pelo desembargador Rogerio Favreto a partir do novo livro de Ricardo Lisias Sem título – uma performance contra Sergio Moro, à luz do Direito. Análise dos diversos acontecimentos recentes da sociedade brasileira.

    SÁBADO 20/10
    10h Carreira de autor | Alessandro Thomé, Janda Montenegro, Thássio Ferreira || Mesa sobre o papel do autor na costrução de sua carreira. Venda de livros, autopromoção, agenciamento e prêmios serão algus dos temas.
    11h30 Brasilidades Luis Antonio Simas Marcelo Moutinho | Um inventário do Brasil popular pelas lentes de Luiz Antonio Simas e Marcelo Moutinho. Entram na roda personagens, literatura, ritmos, conflitos, etnias, festas da fé, saberes e fazeres dos brasileiros.
    14h Tabu na literatura | Andrea Viviana Taubman, Alessandro Thomé, Fátima Pacheco || Tristeza, separação, morte, violência, abuso sexual. Como falar sobre esses assuntos difíceis para os adultos com as crianças. Há temas-tabu a serem evitados na literatura infantil e juvenil? Para muitos pais, educadores e mediadores de leitura que pensam para além da simples fruição, a literatura pode ser sim um caminho para provocar nas crianças reflexão sobre situações difíceis ou de risco, de uma maneira lúdica e não simplista.
    15h30 Primavera convida Quatro Cinco Um Raquel Menezes Antonio Freitas | Mediação Fernanda Diamant || Bate papo sobre mercado editorial independente, jornalismo e ativismo cultural a partir das experiências da Libre, da Tapera Taperá e da Quatro Cinco Um.
    17h 1968: 50 anos depois | Ítalo Moriconi, Eduardo Jardim || Os movimentos de 1968 e aqueles que dele derivaram serão o fio condutor do bate-papo, utilizando outros ângulos de observação e perspectivas sobre o momento e sua época. A ideia é trazer novos enfoques para alguns eventos bastante, e outros muito pouco, conhecidos, com atenção às reações, aos desdobramentos e heranças que aqueles eventos suscitaram no e ao longo do tempo. Exatamente no mês outubro de 2018, o foco das comemorações dos 40 anos estará sobre a queda de Ibiúna, e este momento será abordado no bate-papo, bem como as comparações com os eventos de 2013.
    18h30 Os diários na literatura Felipe Charbel Kelvin Falcão Klein Conversa entre Felipe Charbel (autor de "Janelas irreais - um diário de releituras", Relicário, 2018) e o crítico Kelvin Falcão Klein (autor de "Wilcock. Ficção e arquivo", Páginas Selvagens, 2018) sobre diários de escritores, e sobre romances escritos em diários.

    DOMINGO 21/10
    10h Mesa Mulheres no Poder | Hildete Pereira de Melo (Mulheres e Poder),  Glaucia Faccaro (Os direitos das mulheres), Angela de Castro Gomes (Trabalho escravo contemporâneo), Maria Claudia Badan Ribeiro || Por que as mulheres não ocupam as chefias de empresas? Por que ganham salários menores que o dos homens? Por que há tão poucas deputadas? Bate papo sobre a importância de ter mais mulheres ocupando cargos de poder e sobre as barreiras que elas enfrentam.
    11h30 Mulheres Negras na Literatura | Conceição Evaristo, Paloma Franca Amorim, Eliana Alves Cruz, Teresa Cárdenas
    14h Publique Sexo | Bella Prudencio, Ara Nogueira Seane Melo, Camila Cabete | Mediação: Cassia Carrenho || Discussão sobre o feminismo e o corpo da mulher a partir de publicações cujo sexo é o eixo central e o modo se libertar do patriarcado. A partir de lemas como ―Meu corpo, minhas regras‖ as mulheresm se empoderam e assumem esapço na sociaedade.
    15h30 Reflete o feminino por que o feminino importa Palmira Margarida Helena D’Aradia Mediação: Crib Tanaka
    17h Primavera Convida Mulheres que Escrevem | Escritas Híbridas || Leticia Novaes, Dara Bandeira, Estela Rosa Mediação: Tais Bravo ||| Conversa com autoras sobre escritas híbridas que escapam de um único gênero.
    18h30 Mulheres do Funk | Verônica Costa, Adriana Facina, Taísa Machado, Ingrid Neponucemo || Mediação: Carol Rodriguez ||| Sexualidade, objetificação do corpo, visibilidade. O Funk como movimento de expressão de mulheres negras e periféricas.

    ESPAÇO LANÇAMENTOS
    SEXTA-FEIRA 19/10

    15h Arte dos contos
    Vários autores
    MultiRio e Secretaria Municipal de Educação
    16h Marx e a História
    Gustavo Machado
    Editora Sundermann
    17h Por que não escrevi nenhum de meus livros
    Marcel Bénabou
    Tradução: Ana de Alencar Editora TABLA
    18h Guardados do Coração
    Franciso Gregório
    Semente Editorial

    SÁBADO 20/10
    13h Itinerários
    Autor Thássio Ferreira
    UFPR
    14h Lançamento Coletivo Ibis Libris
    Editora Ibis Libris
    15h Caveiras
    Bate papo + autógrafos
    Autor Victor Abdala
    Editora Évora
    16h Não me toca, seu boboca
    Autora Andrea Viviana Taubman
    Ilustrações Thais Linhares
    Editora Aletria
    17h Contos de encantar o céu
    Bate papo + autógrafos
    Autoras Helena Lima
    Ângela Leite de Souza
    Ana Luiza Figueiredo Editora Lago de Histórias
    18h Amores Desvalidos
    Autor Rogério Athayde
    Editora Oficina Raquel

    DOMINGO 21/10

    11h30 | Hildete Pereira de Melo, Glaucia Fraccaro e Angela de Castro Gomes augrafam seus respectivos livros após a mesa 'Mulheres no poder'

    15h O som de um coração vazio
    Bate Papo + Autógrafos
    Autora Graciela Mayrink
    Editora Bambolê
    16h Sebastian
    Autora Bella Prudencio
    Editora Oficina Raquel
    17h Lançamento coletivo de autores independentes
    18h Sexo a três
    Autor Vinni Corrêa
    Editora Jaguatirica

    CINEMA
    SEXTA-FEIRA 19/10
    11h às 17h Ocupação Cineclubista Cine&Manas
    Cineclube produzido pelo Coletivo Manas, com exibição de filmes sobre feminilidade, trazendo o debate sobre gênero, identidade e sustentabilidade feminina.

    SÁBADO 20/10
    11 ás 16h Ocupação Cineclubista MultiRio - Animação Brasileira: 100 filmes essenciais
    Empresa Municipal de Multimeios, vinculada à Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, apresenta filmes do livro Animação Brasileira, 100 filmes essenciais.

    DOMINGO 21/10
    10 ás 11h30 – Aulão ENEM Parte I
    11h30 h às 17h Ocupação Cineclubista Subúrbio em Transe
    O coletivo Subúrbio em Transe, organizado por Luiz Claudio Motta, promove atividades culturais espalhadas por bairros do subúrbio com o objetivo de retratar e debater o subúrbio como paisagem e lugar.
    14 às 15h30 – Aulão ENEM Parte II
    Nome do professor

    CHAFARIZ - OCUPAÇÕES ARTÍSTICAS

    QUINTA-FEIRA 18/10
    19h Dj Nado

    SEXTA-FEIRA 19/10
    19h Slam das Minas

    SÁBADO 20/10
    15h Palestra + Prática de meditação transcendental | Valéria Portugal, Professor Aloísio Reis Nunes | Valéria Portugal , autora do título: Olhando para dentro (Editora Gryphus). Estará com o professor convidado: Aloisio Reis Júnior, no dia 20/10/2018 horário 15:00 as 16:00hs abordando o temas: Criatividade e Meditação Transcendental. Ao término da palestra, o professor Aloisio estará aplicando a prática de Meditação Transcendental no local.
    16h Juventude-raiz: histórias do Norte brasileiro | Leão Zagury, Anatole Jelihovschi Leão Zagury apresenta as reminiscências da infância e da juventude, passadas em Macapá, tem uma pegada a la Gabriel García Márquez. O livro é muito bem escrito e ganhou prefácio do Cláudio Murilo Leal, que é da ABL. Anatole Jelihovschi, em romance dramatizado, compara a vida do protagonista Salvador ao de Lampião, em uma narrativa que explora ―uma multidão de despojados encerrados num inferno coletivo‖, seja no sertão do passado, seja no ambiente urbano do presente, um entrelace entre tempos, chegando a um ponto onde o passado se funde ao presente, unindo o real ao fantástico.
    17h 12º Festival de Poesia da Primavera Literária
    Tradicional Sarau de poesia da Primavera Literária realizdo pela Editora Ibis Libris
    18h Bloco Cartola é do Catete

    DOMINGO 21/10
    16:30 Performance Poética com Ara Nogueira
    17h Leitura dramatizada do Livro Sexo a Três com Vinni Corrêa

    Até 2019!!

  • Postado por editora em em 01/10/2018 - 10:52

    Por que uma história da historiografia brasileira? Qual a importância desse tema para um público amplo, além dos especialistas da área?
    O livro Uma introdução à história da historiografia brasileira (1870-1970) traz uma proposta para a análise dos estudos históricos no Brasil. Da relação da produção historiográfica brasileira com o contexto internacional, os autores propõem uma periodização para seu estudo e uma conceituação, que inclui a relação da história com o ensino. Organizam também a produção historiográfica em dois momentos, que correspondem aos processos de modernização do país, destacando os autores que tiveram preocupação com a história da história.

    Confira o sumário e, na sequência, a apresentação da obra de Thiago Lima Nicodemo, Pedro Afonso Cristovão dos Santos e Mateus Henrique de Faria Pereira.

    CAPÍTULO 1: Mutações globais do conceito moderno de história e a historiografia brasileira 
    “Historiografia” em escala transnacional 
    O desafio de pensar a história da historiografia brasileira: recorte, critérios e problemas 
    A produção de um cânone e questões para uma autonomia relativa e negociada para a história da historiografia 
    CAPÍTULO 2: Figurações da historiografia na crise do Império e nos primeiros tempos republicanos 
    Preâmbulo: sobre uma história científica 
    O “Necrológio de Francisco Adolfo de Varnhagen” entre o passado e o futuro 
    “Das entranhas do passado o segredo angustioso do presente”: Varnhagen segundo Capistrano 
    Cronista, historiógrafo, historiador: modulações semânticas e usos discursivos do conceito de historiografia 
    Capistrano de Abreu, documento histórico, evolução e síntese 
    CAPÍTULO 3: A emergência do discurso sobre a universidade (1930-1950) 
    Os sentidos da “profissão” nas letras: do modernismo ao pós-Segunda Guerra 
    Necrológio de Capistrano? “O pensamento histórico no Brasil nos últimos 50 anos” 
    Horizontes de um historiador profissional na década de 1950 
    CAPÍTULO 4: Como se deve escrever e ensinar história do Brasil depois da universidade? Instituições, novos agentes e mercado editorial 
    A emergência dos “estudos brasileiros”: circulação internacional no pós-Segunda Guerra 
    Historiografia no Manual bibliográfico de estudos brasileiros 
    Apontamentos sobre a Revista de História da USP 
    Alguns dos primeiros manuais formadores e o desafio de ensinar teoria da história e historiografia brasileira 
    De volta ao começo: como se deve escrever a história do Brasil no projeto História geral da civilização brasileira (1961-1972) 
    CAPÍTULO 5: A “historiografia” e caminhos para a consolidação da profissão de historiador (anos 1960-1970) 
    José Honório Rodrigues outra vez 
    Amaral Lapa: historiografia no pós-1964 
    A história da historiografia nos currículos universitários 
    CONSIDERAÇÕES FINAIS: Dilemas e encruzilhadas do século XXI 
     

    O que parece indiscutível é que o pensamento histórico é uma evolução historicamente singular da experiência temporal [Luckamann, 2008:65].

    O que propiciou a difusão e consolidação do conceito de historiografia sobre outras formas de se referir ao trabalho do historiador? A experiência brasileira nos sugere uma associação íntima entre historiografia e o estabelecimento dos cursos universitários de história no país. Historiografia seria, nessa linha, o conceito articulador das expectativas e desejos de uma história escrita nas/para as universidades: uma história científica? As representações do passado construídas fora dessas lógicas de poder e saber podem até ser história, mas seriam historiografia?
    Essas experiências e expectativas e desejos foram expressos nos primeiros balanços e estudos que são considerados história da historiografia no/do Brasil, entre 1870 e 1970. Desde Capistrano de Abreu, escrevendo o necrológio de Francisco Adolfo de Varnhagen, em 1878, e ultrapassando a análise da obra do visconde de Porto Seguro para chegar a um retrato do historiador ideal, até a produção do século XX, nas universidades e associações profissionais (Associação Nacional de História — Anpuh), procuramos analisar como os historiadores brasileiros definiram seu ofício, processo concomitante com sua historicização. Os textos de reflexão, os momentos em que os historiadores se dedicaram a pensar o passado de sua disciplina, seu tempo presente e suas necessidades e projetos para o futuro formam o cerne
    de nossas fontes aqui.
    A reflexão sobre o conceito moderno de história atravessa, entre as décadas de 1870 e 1970, as análises de muitos historiadores brasileiros. Em outras palavras, muito antes de a história dos conceitos de origem alemã fazer fama mundial, o tema, de forma direta ou indireta, era frequentado por aqueles que se dispunham a refletir sobre a história e/ou prática histórica. Não é casual, desse modo, que o texto “É a história uma ciência? Introdução à História da civilização de Bukle” de Pedro Lessa, publicado em 1900, tenha sido republicado pela Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, em 1908, com o título “Reflexões sobre o conceito de história”. E, ainda, que em 1905 o primeiro parágrafo do prefácio de Rocha Pombo para seu livro História do Brasil, ilustrada chame-se: “A concepção moderna da história”.
    O conjunto de textos e fontes analisados não poderia, por certo, deixar de demonstrar a grande importância de José Honório Rodrigues para a história da historiografia brasileira. Nossa própria pesquisa partiu de sua identificação do que chama de “pioneiros” dessa história da historiografia ou, em suas palavras, de uma história da história. No entanto, o corpus que discutimos no livro também nos permite relativizar a ideia de “grandes nomes” nessa história, apresentando um debate difuso e complexo: desde a historiografia da crise do Império (década de 1870) e início da República até os debates na Anpuh a respeito do lugar da incorporação da história da historiografia e da teoria da história nos currículos, no início da década de 1970, quando o sistema universitário brasileiro é reestruturado a partir da Reforma Universitária, de 1968.
    Podemos até falar em certa autonomia adquirida pela história da historiografia a partir da década de 1970, quando aparecem obras monográficas dedicadas à análise da escrita da história, tais como as obras de José Roberto do Amaral Lapa, Maria Odila L. S. Dias, Nilo Odália, Maria de Lourdes Mônaco Janotti, Raquel Glezer, entre outros. No entanto, nossa argumentação pretende ir além de uma “formação” da história da historiografia brasileira, partindo do objeto dado no presente, nossa subdisciplina, e, assim como fizeram nossos antecessores, recriando uma tradição, em seus “momentos decisivos” e em suas principais figuras. O que se propõe aqui é deslocar e suplementar algumas dessas perspectivas ao optar por enfocar os problemas e as ambiguidades do conceito e da experiência moderna de história em suas interações entre a matriz europeia e sua fixação e apropriação no Brasil.
    O que salta aos olhos é um forte impulso e responsabilidade de rearticular essas ferramentas com as demandas mais imediatas e mais agudas do presente. Foi exatamente isso que boa parte dos historiadores aqui analisados fizeram e é exatamente isso que esperamos deste texto. Afinal, a reflexão sobre a história nunca esteve apartada de uma dimensão pedagógica e cidadã. Fica evidente, na análise de muitos textos, essa preocupação, historiadores assumindo que era preciso repensar a história, tornando-a pertinente para as próximas gerações.
    No primeiro capítulo, realizamos um esforço de pensar o conceito de historiografia em perspectiva transnacional. Com o auxílio da ferramenta Google NGram Viewer, sondamos a emergência do conceito (e/ou seus equivalentes) em alguns idiomas (inglês, espanhol, alemão, francês, entre outros), confrontando os achados com nossa pesquisa acerca do seu surgimento em português (idioma não contemplado na ferramenta do Google). A pesquisa nos permite refletir sobre a relação entre a emergência do conceito de historiografia e o período apontado por  Reinhardt Koselleck para o aparecimento do conceito moderno de história (1750-1850). Nossa pesquisa demonstra que adensamento global no uso do termo “historiografia” representou uma fase em que o conceito moderno de história ajuda a dar identidade para a cultura acadêmica universitária em história no século XX. O que procuramos mostrar é que o Brasil não é uma mera “periferia” desse processo; pelo contrário, demonstramos certa sincronicidade entre a cultura histórica especializada brasileira e as historiografias referentes aos países cujas línguas levamos em consideração. Pensar o lugar global da historiografia brasileira em finais do século XIX e início do século XX, considerando a diversidade linguística e as modulações do próprio conceito de história, se apresenta assim como a porta de entrada de um estudo que procura detalhar o processo de produção de uma cultura historiográfica especializada no século XX.
    O segundo capítulo expõe o início de nosso estudo sobre os momentos em que essa historiografia se voltou para si mesma.
    A partir de Capistrano de Abreu e o “Necrológio de Francisco Adolfo de Varnhagen” (1878), examinamos os textos de reflexão historiográfica tanto enquanto análises da historicidade de seus objetos como enquanto projeções das expectativas de seus autores acerca do que acreditavam ser, propriamente, a escrita da história (ou, de uma história “científica”). No contexto do final do século XIX e primeiras décadas do século XX, examinamos as diferentes possibilidades de se definir o autor de estudos históricos (cronista, historiógrafo, historiador), e as disputas e debates difusos em torno dessas definições, bem como a busca por antecessores e marcos inaugurais.
    O terceiro capítulo abre a reflexão sobre as mudanças trazidas pela universidade (como instituição e discurso) sobre a forma como os historiadores definiam seu ofício. Examinamos as perspectivas de atuação do historiador profissional a partir da década de 1930. É ponto pacífico que a universidade no Brasil seja um fenômeno tardio, não só porque os primeiros grandes centros surgem apenas na década de 1930, mas também porque o desenvolvimento de uma cultura historiográfica efetivamente ligada à universidade levou décadas para ocorrer. Por isso, o capítulo se propõe a investigar não exatamente como as condições concretas do conhecimento produzido na universidade apareceram na década de 1930, mas sim como alguns historiadores rotinizam o uso do conhecimento universitário e especializado como uma realidade linguística dotada de valor qualificativo e positivo. Complementando a análise, o quarto capítulo retoma a questão proposta em concurso do IHGB na década de 1840, “Como se deve escrever a história do Brasil?”, atualizando-a para o contexto pós-universidades. Procuramos trabalhar com alguns exemplos de história produzida no contexto da universidade atentando sobretudo para a dinâmica material e contingente: revistas, coleções, destinadas ao novo público (que em si também carregavam esse debate). Estudando o mercado editorial, acrescentamos a essa questão algumas ponderações sobre “para quem” e “sob que formatos” essa história seria escrita, e examinamos seus (autodeclarados) princípios ao estudarmos os primeiros manuais de escrita da história posteriores à articulação dos cursos superiores de história.
    As mudanças no Brasil pós-1964 e a Reforma Universitária de 1968 aparecem no quinto capítulo, dedicado ao exame dos debates sobre como inserir história da historiografia e teoria e metodologia da história nos currículos universitários, a partir, especialmente, da organização dos historiadores em torno da Associação Nacional de História (Anpuh). Assistimos e interrogamos a construção da “evidência disciplinar” de uma história da historiografia, que vai se consolidar com maior vigor a partir dos anos 1980. Por isso, discutimos, nas “Considerações finais”, a historiografia no período da redemocratização, bem como lançamos problematizações sobre a produção das últimas décadas. Destarte, esperamos acompanhar, criticamente, os percursos do conceito de historiografia à luz de sua apropriação (pois é anterior a esta) pela cultura universitária, como selo de distinção de uma produção em história particularmente sua (isto é, das universidades). Mais além, vemos esse conceito em suas relações com os projetos e as vivências de uma modernidade brasileira, seu uso como forma de olhar o passado da disciplina à luz das questões que o presente do país permanentemente coloca a seus historiadores.
    Para que este livro chegasse às mãos dos leitores, foi preciso que um evento existisse: o Seminário Brasileiro de História da Historiografia. Foi no espaço desse evento, até então só realizado em Mariana desde 2007, que os três autores se conheceram e entraram na aventura de um trabalho coletivo e colaborativo.
    Pensar com o colega foi o maior desafio. Mas foi, também, uma postura ética e política de questionar o narcisismo que está articulado com a ideia de autoria. Os textos foram assim produzidos em camadas, de modo que a autoria individual foi se diluindo até que esse sentido  praticamente se dissipasse.
    Desse modo, o projeto deste livro nasceu dos encontros realizados pelo Núcleo de História da Historiografia e Modernidade (Nehm-Ufop) desde 2007. Utilizamos como matéria-prima para o livro textos anteriores nossos (individuais e coletivos), bem como ideias inéditas, para tentar produzir uma reflexão, como já afirmamos, que tem como público-alvo o estudante de graduação em seus primeiros passos no “mundo” da história da historiografia. Em alguns capítulos, por essa preocupação didática, repetimos alguns argumentos e blibliografia para que os
    mesmos possam também ser utilizados e lidos com certa autonomia.
    Ainda assim, desejamos que todos possam ler todo o livro para compreender de forma global nossas teses centrais que estão articuladas no encadeamento entre os capítulos.

     

    Confira alguns eventos de lançamentos da obra:

    5/10/2018 | Livraria FGV - Rio de Janeiro