"Bora fazer o perfil no @skoobnews, a maior comunidade de leitores do Brasil!!" Convocações como esta e elogios rasgados são frequentes no twitter. Com mais de 30 mil seguidores em seu perfil, o Skoob, a maior rede social de leitores do país, contabiliza 25 milhões de visualizações de página por mês e 675 mil usuários ativos. Gente interessada em compartilhar uma paixão comum: a leitura.
Fizemos 3 perguntas para Lindenberg Moreira, fundador da comunidade:
1. Qual é a fórmula para o sucesso de uma rede social?
Não acreditamos que exista uma fórmula sistemática para o sucesso de uma rede social. Principalmente se for uma rede social com um tema específico, como é o caso do Skoob, totalmente dedicado a livros e leitores. A única certeza que temos é que o mais importante é fazer com que os usuários se sintam bem, sintam que realmente fazem parte de uma rede e que sua participação é desejada e importante para todos ali.
2. Como assimilar o conceito de plataforma colaborativa em diferentes modelos de negócio?
É possível aplicar o conceito colaborativo em praticamente quase todo tipo de negócio. Quando os usuários gostam do seu produto, eles querem ajudar de alguma forma, só precisam ter as ferramentas certas para que possam colaborar. Cada tipo de negócio vai exigir uma ou várias ferramentas diferentes para que haja uma colaboração satisfatória. Por exemplo: uma loja de eletrodomésticos pode ter um fórum onde seus clientes troquem pequenas informações sobre montagem e configuração de aparelhos. Certamente as dúvidas mais simples serão respondidas rapidamente pelos usuários mais experientes, e isso já iria diminuir bastante o número de ligações que a empresa recebe com dúvidas.
Precisamos entender que o livro não é forma, é conteúdo, e que agora precisa se tornar experiência"
3. Como você vê o futuro do mercado editorial, considerando desafios impostos pela internet . como programas que permitem a publicação de livros de forma independente, a pirataria digital e o relacionamento com o leitor através das redes sociais?
Os desafios que o mercado editorial está enfrentando agora são quase os mesmos que as gravadoras enfrentaram poucos anos atrás. A diferença é que hoje temos muito mais conectividade e mobilidade, o número de pessoas com banda larga e de locais onde a internet está disponível gratuitamente estão crescendo bastante. Além disso, temos celulares muito poderosos, que rodam quase todo tipo de aplicação que usaríamos em um computador comum. E este é o ambiente perfeito para o compartilhamento fácil e rápido de arquivos, principalmente músicas, filmes e os livros.
O mercado editorial precisa encarar o fato de que a pirataria existe e sempre irá existir. A única forma de diminuir o seu efeito é oferecer preços competitivos e gerar mais atrativos para os produtos. Precisamos entender que o livro não é forma, é conteúdo, e que agora precisa se tornar experiência. Autores, editoras e livrarias terão que resolver rapidamente as suas diferenças e se unir para criar espaços onde seus leitores tenham opções que vão além da história do livro. Debates, entrevistas com autores, curiosidades, opiniões de outros leitores e participação em eventos especiais são algumas das inúmeras possibilidades para gerar uma experiência que ultrapasse o conteúdo do livro, mostrando que o leitor está pagando para ter algo a mais.