Nos últimos anos, o Brasil compartilhou o boom das redes sociais, dos sites de compras coletivas e de crowdfunding, todos eles com o intuito de reunir pessoas com interesses em comum, mas sempre visando, de alguma forma, lucro para seus idealizadores.
Diante desse cenário e na contra mão do benefício pessoal do empreendedor, surgiu um blog, que em seguida viraria uma rede social, com fins exclusivamente sociais: o Social de verdade.
Encontramos Joceir Ribeiro Ramos, o idealizador do projeto, principal redator do Blog Social de Verdade e controlador de sua rede social, e fizemos 3 perguntas. Confira:
1. De onde surgiu a ideia de criar um blog sobre responsabilidade social e como ele evolui para uma rede social de doações sem fins lucrativos?
Na verdade, a ideia inicial sempre foi a rede social, porém para desenvolvê-la havia uma série de dificuldades relacionadas à TI, a formatação, layout, etc. Então, surgiu a ideia de, enquanto isto, criar um blog sobre responsabilidade social e ir fomentando a divulgação de que uma rede Social de Verdade seria lançada em breve, e assim funcionou. Como o blog funcionou bem, resolvemos deixa-lo no ar e, no futuro, ele será usado para ajudar as ONGs com informações relacionados ao terceiro setor e para publicar textos relacionados com o tema. Temos a esperança da rede Social de Verdade alcançar seu objetivo e pretendemos convidar jornalistas para escreverem para o blog, mas isto é futuro e nosso sonho.
2. No texto de apresentação do Social de Verdade, você escreve que o objetivo dessa rede ‘é alcançar a todos os brasileiros que estejam precisando de ajuda’, ‘sem nenhuma forma de interferência e da maneira mais transparente possível’ sobre as doações. De que forma isso é feito?
Vamos por partes. Sem interferência significa que o doador escolherá as instituições cujos projetos e trabalhos tenham consonância com seus propósitos e doará através do sistema de pagamento PagSeguro, do grupo Folha. O dinheiro sai da conta do doador através de cartão de crédito, cartão de débito, débito online ou boleto bancário e vai direto para a conta da instituição escolhida, sem interferência ou intermediários. O Social de Verdade não recebe nenhum valor a título de comissão, corretagem ou qualquer outro tipo. Nenhum recurso passa por qualquer tipo de conta do Social de Verdade.
A questão da transparência, acreditamos que será construída, pois as instituições, após receberem doações, devem postar textos, fotos, vídeos ou qualquer outra forma para mostrar aos doadores os projetos que desenvolvem. Desta forma, como o doador segue aquela instituição, tudo que ela postar ele – doador - poderá ver e acompanhar, inclusive fiscalizar. Entendemos que as instituições vão querer ser transparentes, pois somente assim elas vão conquistar mais amigos, que serão doadores e voluntários em potencial.
Um ponto importante, os botões de doação e seja voluntário só são liberados para a instituição quando ela completar todo o cadastro com informações necessárias, como CNPJ, endereço, etc, e quando fizer o cadastro no Pagseguro. Se não completar o cadastro, a instituição pode postar o que quiser e será visualizada, mas não terá como receber doações. E se a instituição não postar nada em até 90 dias, os botões de ‘doação’ e ‘seja voluntário’ são desabilitados.
3. O que os interessados em ajudar e em receber ajuda precisam fazer para participarem da rede Social de Verdade?
Basta se cadastrar. Se for pessoa física ou jurídica que deseja ajudar, cadastrar-se como doador. Se for instituição que precisa de ajuda, cadastrar-se como instituição. Após isto, funciona como uma rede normal, basta procurar pessoas e instituições, fazer amizades, convidar outras pessoas. E, claro, doar e ser voluntário e as instituições postarem e serem transparentes com o uso do dinheiro recebido.
Seu idealizador ainda comenta que “A rede Social de Verdade ainda está como beta, o que significa que todas suas ferramentas estão aptas e funcionando, mas estamos aprimorando e ajustando diariamente a parte de TI. A rede, às vezes, fica um pouco lenta quando você compartilha alguma foto ou vídeo, mas o principal, que é doação, está funcionando perfeitamente, claro que para as instituições que completaram seu cadastro. O trabalho de melhoria de TI é constante e ininterrupto”.
Nós, da FGV Editora, admiramos iniciativas dessa natureza e, através do providenciamos a doação de exemplares do livro ‘Manual de ONGs’ para serem entregues a algumas das instituições já cadastradas na rede Social de Verdade.
Para saber mais sobre ela, acesse:
http://www.socialdeverdade.com.br/
http://www.sidneyrezende.com/noticia/208377
http://www.pautasocial.com.br/pauta.asp?idPauta=43282