O historiador Felipe Magalhães mostra neste livro o sucesso do jogo do bicho nos primeiros tempos, o início e o acirramento da repressão, a ligação com malandros e com grandes empresários cariocas, a oscilação constante entre escândalo e folclore.
Esta leitura leva o leitor à seara da história social deste e de outros jogos no Rio de Janeiro com zelo, paixão e qualidade invejáveis no autor, com base em depoimentos, trechos de jornais da época, propagandas, textos literários e belas ilustrações.
Ganhou, leva! O jogo do bicho no Rio de Janeiro (1890-1960) apresenta grande parte da história do Rio de Janeiro, com suas permissões e repressões, que devem refletir até os dias de hoje.
Um livro repleto de imagens e textos de época que provocam uma viagem a um Rio de Janeiro ainda Capital Federal, recheado de inovações, divertimentos e contravenção.
Confira alguns trechos e imagens:
Tornando-se indecoroso o modo por que vendedores de bilhetes de loteria (sem licença), rifas, bichos etc […] infestam os corredores e mais dependências do edifício da municipalidade, em detrimento às posturas e resoluções municipais, abusando principalmente do local onde deverá haver severa fiscalização; peço vênia para lembrar-vos o alvitre de ser compelido o cidadão porteiro e seus auxiliares a fazer cessar semelhante abuso, empregando os meios a seu alcance, não só por intermédio da força policial que aqui se acha destacada, como ainda pelo agente distrital respectivo, a fim de ser cumprida e respeitada a postura municipal em vigor, principalmente dentro do edifício da municipalidade do Distrito Federal. AGCRJ, Loterias, códice 46-1-47, fl. 20.
Pobre Hilário! Não merecias os remoques e as graçolas com que te flechou a imprensa… O teu caso é um simples sinal dos tempos, um sintoma. Hoje, no Rio de Janeiro, o jogo é tudo. Não há criados, porque todos os criados passam a comprar bilhetes de bichos. Não há conforto nas casas, A loteria dos sentidos ou os sentidos da loteria porque as famílias gastam todo o dinheiro do mês no elefante ou no cachorro. Ninguém trabalha! Todo mundo joga… Crônica de Olavo Bilac - 1904
Era nos tempos heroicos da boêmia carioca, em que a vida era amável, e havia fome, mas a vítima a suportava contente. Trabalhava-se pouco, sonhava-se muito, e amava-se nem muito, nem pouco. Os cafés formigavam de gente jovial que esperava o almoço e a fortuna sem saber de onde, e as confeitarias eram o quartel-general dos que haviam jogado no bicho. Imprevidência e alegria. Despreocupação e uma grande, profunda, inflexível confiança no Destino e no Acaso. Crônica de Humberto de Campos – 1935
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Ganhou, leva! O jogo do bicho no Rio de Janeiro (1890 - 1960)
Felipe Magalhães
Promoção Meio a Meio | R$28 (impresso) e R$20 (eBook)
Válida apenas em 22/8/2013