O diplomata e internacionalista João Paulo Soares Alsina Júnior lança obra que revisa a imagem de ‘pacifista’ ligada ao barão do Rio-Branco e apresenta um novo perfil do patrono da diplomacia brasileira – o de um homem pragmático e consciente da importância do uso do poder militar na proteção dos interesses brasileiros.
O livro Rio-Branco, grande estratégia e o poder naval apresenta uma reinterpretação do pensamento e da ação do barão do Rio-Branco baseada em meticulosa investigação histórica e bibliográfica sobre o seu papel no esforço de modernização e fortalecimento da Marinha no começo do século XX, momento sem precedente em termos de ampliação das capacidades bélicas do Brasil.
Contrariando a figura registrada pela historiografia oficialista, Alsina Júnior mostra que Rio-Branco era um realista da melhor escola bismarckiana, pois sempre associou o êxito da ação diplomática a uma prévia avaliação da correlação de forças e a uma bem calibrada ameaça do uso do poder militar.
Confira a breve resenha da obra e alguns depoimentos especiais sobre sua importância:
"O Brasil atravessa crise profunda, cuja solução, ainda que parcial, demandará uma verdadeira reinvenção do País. Um novo olhar sobre a história representaria passo importante nessa direção: "Rio-Branco, Grande Estratégia e o Poder Naval" nos ajuda a refletir sobre o que fizemos de errado ao longo do nosso percurso histórico e os mitos do passado que nos aprisionam ainda hoje.
Ao reinterpretar o legado de um dos emblemas do nacionalismo brasileiro, Alsina Jr. nos apresenta um barão do Rio-Branco muito distinto daquele difundido pelas narrativas oficialistas. O programa de reorganização da Marinha na primeira década do século XX - a mais importante iniciativa de incorporação de armamento naval da nossa história - serve de pano de fundo para a inquirição sobre a visão de mundo do Patrono do Itamaraty.
O brilhante estudo desenvolvido pelo autor nos revela um estadista pragmático, realista, profundamente consciente de que, sem poder militar respeitável, o país estaria condenado à dependência e a uma posição subalterna no concerto das nações. Rio-Branco defendia a estreita simbiose entre diplomacia e defesa, voltada a permitir que o Brasil atuasse no plano internacional a partir de posição de força, jamais de fraqueza.
Como decisiva contribuição à historiografia sobre um dos raros heróis nacionais brasileiros, este livro está destinado a se tornar marco incontornável sobre a obra do nosso diplomata-mor e o papel desempenhado pelas Forças Armadas na história do País."
Depoimentos:
"Ao mostrar, com precisão analítica e factual, os equívocos do oficialismo historiográfico acerca do barão – que o vê como um pacifista que só esgrimia argumentos históricos e geográficos -, o trabalho de Alsina Júnior está destinado a ser um ponto de inflexão nos estudos sobre a vida e a obra do nosso maior diplomata." Carlos Ivan Simonsen Leal, Presidente da Fundação Getúlio Vargas
"João Paulo Alsina Jr. alerta para um tema que continua válido hoje, como ao tempo de Rio Branco: o desenvolvimento em paz e tranqüilidade precisa do respaldo de poder militar que o garanta. Rio Branco entendia assim, para o bem de nossa história." Mario Cesar Flores, Almirante-de-Esquadra
"(...) um estudo impressionante (...) Baseado em pesquisa exaustiva João Paulo Alsina Jr. demonstra que o Barão do Rio-Branco (...) apoiou o rearmamento naval (...) para atingir, a um só tempo, os objetivos diplomáticos que proporcionaram a atual conformação geográfica do país e a posição proeminente obtida no equilíbrio regional de poder no início do século XX. No Brasil contemporâneo, o mantra oficial de que "o Brasil não tem inimigos" tanto interpetra equivocadamente a realidade da diplomacia esposada pelo Barão do Rio-Branco quanto demonstra que o Brasil ainda não está pronto a assumir a liderança regional, sem falar na global, que se esperaria de um país com tamanho, população e riqueza equivalentes." Thomas Bruneau, Professor Emérito, Naval Postgraduate School, Monterey, California.
"João Paulo Alsina Jr., o mais destacado diplomata-acadêmico de sua geração, lustra o legado de Rio Branco. Diplomatas sim são importantes para um país. E sobretudo para o Brasil, pois foi sob a égide do maior de todos que se construíram as nossas fronteiras. Por sinal, o Brasil deve ser o único país no mundo que tem um diplomata como Herói da Pátria. O novo e instigante trabalho de Alsina Jr. honra as tradições semeadas pelo nosso patrono." Hélio Vitor Ramos Filho, Embaixador
"O Brasil sempre foi um país pacífico que resolveu os seus conflitos pela via diplomática. (...) Ou não? Com profundidade erudita e fervor nacional, Alsina Jr. demonstra que o Barão não agia por principismo nem juridicismo abstrato. (...) Foi esse pragmatismo que o levou a desenvolver instrumentos de hard power, entre os quais o estratégico poder naval. Combinando a análise histórica das políticas externa e de defesa do Brasil, este livro é fundamental para perceber a brecha que separa o discurso oficial da realidade dos fatos." Andrés Malamud, Professor de Ciência Política, Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa
Rio-Branco, grande estratégia e o poder naval
Editora FGV
Impresso | R$45