† A primeira Santa Casa de Misericórdia foi criada em 1498, em Lisboa, espalhando-se por Portugal e seu império ao longo dos séculos.
† No Rio de Janeiro, a Santa Casa é a mais antiga instituição da cidade, datada de 1582, e permanece ao pé do extinto morro do Castelo, mesmo lugar onde foi criada.
Numa época em que a ideia de hospitais públicos sequer existia, eram as Misericórdias que cuidavam dos enfermos, dos presos, das viúvas e das crianças abandonadas, caracterizando seu caráter altruísta. Mas a instituição já contava com privilégios e “ambiguidades inerentes ao exercício da caridade” desde sua criação, com o empréstimo a juros como prática recorrente (este rendimento “pertencia aos mortos, era aplicado em benefício das suas almas, e, ainda que em menor grau, na cura das almas e corpos dos pobres, ainda sacralizados”) e com a ‘incorporação’ de “parte das elites sociais e políticas, de quem recebiam a maior quantidade de seus recursos”.
Dona de um patrimônio secular, a Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro passa por vários problemas de administração e ter acesso à história dessas confrarias torna-se essencial para conhecer as dinâmicas de relacionamento social e político nas comunidades do passado e, diante disso, compreender os possíveis resultados de uma herança administrativa nos dias de hoje.
A Editora FGV apresenta o livro 'As Misericórdias portuguesas', da Professora Isabel dos Guimarães Sá, lançado hoje em nosso site.
Coleção FGV de Bolso
Série História
Isabel dos Guimarães Sá
R$20