FGV Projetos

  • Postado por editora em Atualidades, Destaques em 07/10/2015 - 13:20

    A década de 1950 registra o surgimento de artistas ligados aos movimentos concreto e neoconcreto, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Esses movimentos permitiram a assimilação dos resultados das inovações da linguagem visual desenvolvidas desde o cubismo, na Europa, sobretudo por Mondrian e Malevich, e ganharam uma força e uma estética próprias que distinguem os artistas brasileiros. Entre eles está Decio Vieira, artista petropolitano que talvez por sua timidez seja pouco conhecido do grande público, mas que teve uma destacada atuação entre seus pares, tendo assumido inclusive a liderança do Grupo Frente, criado em 1954.
    O curador Paulo Herkenhoff, parceiro da FGV Projetos em diversos trabalhos voltados para a arte e a cultura, descobriu que Decio Vieira havia iniciado seus estudos de arte na Fundação Getulio Vargas (FGV), e este foi o ponto de partida para o presente livro. A oportunidade consolidou-se com a proximidade da celebração dos 70 anos da FGV, o que levou a equipe da FGV Projetos a se dedicar a este projeto editorial, que se completa com uma contribuição inédita de Frederico Morais sobre o artista.
    De fato, a trajetória artística de Decio Vieira se iniciou no Curso de Desenho de Propaganda e de Artes Gráficas oferecido pela FGV, na cidade do Rio de Janeiro, no segundo semestre de 1946, no qual teve contato com professores como Axl Leskoschek, Carlos Oswald, Hanna Levy e com colegas como Ivan Serpa, Fayga Ostrower, Renina Katz, Edith Behring e Almir Mavignier.
    O objetivo do curso era atender a “profissionais em atividade em empresas gráficas particulares e em institutos oficiais ou paraestatais que mantêm serviços nesse ramo de desenho técnico”, como ocorria com alguns dos matriculados, mas não com um Decio Vieira que mal se iniciava no aprendizado. Objetivava ainda a “dar aos conhecedores do desenho básico o domínio seguro do desenho de propaganda e artes gráficas, especialização que dia a dia se torna mais necessária, em face do avanço da técnica de publicidade”. O curso, em tempo integral, estendeu-se de 29 de junho a 19 de dezembro e chegou a ter 39 alunos inscritos. Na ocasião, Decio Vieira conviveu e firmou laços de amizade com artistas que lhe deram a base conceitual que desenvolveria ao longo de sua carreira e que o levaria a destacar-se em meio aos artistas neoconcretos de sua geração.
    Para dar conta da tarefa que se propôs, Paulo Herkenhoff buscou conhecer a vida pessoal do artista. Entrevistou assim Dulce Holzmeister, viúva de Decio Vieira, sua companheira desde o final dos anos 1960 até sua morte em 1988. Foram mais de 20 horas de conversas sobre a vida do casal, revivendo o cotidiano na casa de São Conrado, lembrando amigos, leituras, identificando datas de obras, rememorando o interesse de Decio pelas cores e pelos tecidos. A pesquisa cuidadosa, que se desenvolveu ao longo de dois anos, permitiu também, com a colaboração de galeristas e colecionadores, identificar e fotografar as obras reunidas neste livro, que certamente permitirão aos interessados conhecer todas as
    fases e tendências do trabalho de Decio Vieira.
    Este livro não se organiza a partir da ordem cronológica da vida do artista. O primeiro capítulo contextualiza sua formação, as primeiras exposições, as amizades, leituras e influências, com especial destaque para Ivan Serpa, trazendo ainda referências à limitada bibliografia disponível sobre a sua obra. Apresenta também a colaboração entre o artista e Alfredo Volpi, a partir da parceria que estabeleceram ao trabalhar juntos no painel Dom Bosco, no Palácio dos Arcos, em Brasília, em 1966. A relação entre os dois artistas se inicia por intermédio da irmã de Decio, Gilda Vieira, que foi musa inspiradora de Volpi.

     

    A obra bilíngue  possui mais de 400 páginas, entre imagens das obras e histórias do artista.

     

    Decio Vieira

    Paulo Herkenhoff

    FGV Projetos

    R$290

    #frete gratuito

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