Autoritarismo e cultura política

Confira a apresentação dos organizadores Luciano Aronne de Abreu e Rodrigo Patto Sá Motta sobre a obra Autoritarismo e cultura política, uma coedição com a Editora da PUC do Rio Grande do Sul.

A aproximação analítica entre os temas Autoritarismo e Cultura Política, abrangendo o Brasil e outros países latino-americanos (Argentina, Chile e Uruguai), pode gerar chaves interpretativas e
explicativas inovadoras para a história da região. Com efeito, tais nações passaram por experiências autoritárias recentes que, em boa parte, contribuíram para a sua configuração atual, quer seja pela ação direta na moldagem de suas estruturas econômico-sociais contemporâneas, quer seja pela própria reação adversa que geraram na forma de movimentos de combate a esses regimes e suas heranças ainda atuantes, em especial no campo da construção da memória.
O enfoque ganha especial pertinência quando consideramos que, em alguns desses países, como o Brasil, o autoritarismo não é um fenômeno político recente, mas possui uma vasta História. Não apenas porque tais países já tenham passado por regimes não democráticos anteriormente, mas porque também eles foram palco da elaboração de toda uma tradição teórica autoritária, ou seja, de intelectuais que pensaram e projetaram a sociedade (brasileira e latino-americana) como incompatível com a democracia liberal. E muitos elementos desse pensamento autoritário eram compartilhados ou apropriados por outras correntes de pensamento – mesmo à esquerda do espectro político-intelectual – e, inclusive, pelos grandes meios de comunicação, alcançando uma abrangência maior que o restrito círculo dos intelectuais. Dessa maneira, torna-se muito pertinente procurar associar o autoritarismo à cultura política, na medida em que as bases do pensamento autoritário contribuíram difusamente na própria maneira como a realidade política dessas sociedades vem sendo concebida ao longo das últimas décadas.
Por outro lado, há que se considerar também a manifestação de determinados traços de cultura política tanto nos períodos de governo autoritário quanto nas fases consideradas democráticas. Tendo em vista especialmente o caso brasileiro, podemos mencionar como exemplos o reiterado recurso à conciliação entre setores da elite, a reprodução de práticas clientelistas, o arraigado corporativismo e a tradicional personalização das relações políticas.
Sob a inspiração desses pressupostos teóricos, selecionamos e convidamos os autores que contribuem para esta coletânea, na expectativa de oferecer reflexões úteis à compreensão da história política do Brasil e de países do Cone Sul.A aproximação analítica entre os temas Autoritarismo e Cultura Política, abrangendo o Brasil e outros países latino-americanos (Argentina, Chile e Uruguai), pode gerar chaves interpretativas e explicativas inovadoras para a história da região. Com efeito, tais nações passaram por experiências autoritárias recentes que, em boa parte, contribuíram para a sua configuração atual, quer seja pela ação direta na moldagem de suas estruturas econômico-sociais contemporâneas, quer seja pela própria reação adversa que geraram na forma de movimentos de combate a esses regimes e suas heranças ainda atuantes, em especial no campo da construção da memória.
O enfoque ganha especial pertinência quando consideramos que, em alguns desses países, como o Brasil, o autoritarismo não é um fenômeno político recente, mas possui uma vasta História. Não apenas porque tais países já tenham passado por regimes não democráticos anteriormente, mas porque também eles foram palco da elaboração de toda uma tradição teórica autoritária, ou seja, de intelectuais que pensaram e projetaram a sociedade (brasileira e latino-americana) como incompatível com a democracia liberal. E muitos elementos desse pensamento autoritário eram compartilhados ou apropriados por outras correntes de pensamento – mesmo à esquerda do espectro político-intelectual – e, inclusive, pelos grandes meios de comunicação, alcançando uma abrangência maior que o restrito círculo dos intelectuais. Dessa maneira, torna-se muito pertinente procurar associar o autoritarismo à cultura política, na medida em que as bases do pensamento autoritário contribuíram difusamente na própria maneira como a realidade política dessas sociedades vem sendo concebida ao longo das últimas décadas.
Por outro lado, há que se considerar também a manifestação de determinados traços de cultura política tanto nos períodos de governo autoritário quanto nas fases consideradas democráticas. Tendo em vista especialmente o caso brasileiro, podemos mencionar como exemplos o reiterado recurso à conciliação entre setores da elite, a reprodução de práticas clientelistas, o arraigado corporativismo e a tradicional personalização das relações políticas.
Sob a inspiração desses pressupostos teóricos, selecionamos e convidamos os autores que contribuem para esta coletânea, na expectativa de oferecer reflexões úteis à compreensão da história política do Brasil e de países do Cone Sul.

Autoritarismo e cultra política

Este conteúdo foi postado em 26/03/2019 - 16:02 categorizado como: sem categorias. Você pode deixar um comentário abaixo.

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