Arquivo de Abril 2015

  • Postado por editora em Atualidades, Destaques, Entrevistas, Eventos em 28/04/2015 - 21:42

    No contexto de crescente interesse pela história da ditadura, este livro, da professora Janaina Martins Cordeiro, chega em boa hora. A obra consiste em análise bastante original das festividades dos 150 anos da Independência do Brasil, data comemorada com pompa e circunstância pela ditadura.
    Para qualquer tipo de Estado, mesmo o ditatorial, as estruturas repressivas não são suficientes para manter o poder. Uma dominação estável e duradoura demanda também conquistar o consentimento de uma parte da sociedade. Seguindo essa trilha, o propósito da obra A ditadura em tempos de milagre: comemorações, orgulho e consentimento, é mostrar o lugar das comemorações do sesquicentenário nos esforços da ditadura visando a conquistar legitimidade.

    Fizemos 3 perguntas à autora. Confira:

    De acordo com a orelha do seu livro “Para qualquer tipo de Estado, mesmo o ditatorial, as estruturas repressivas não são suficientes para manter o poder.” Diante desta afirmação, quais foram os principais artifícios, além da repressão, utilizados pela ditadura brasileira?

    São muitas as formas que um regime encontra para manter o equilíbrio social. No caso de regimes autoritários, os mecanismos de repressão e informação são fundamentais, mas não bastam. Especificamente no caso da ditadura civil-militar brasileira, foi de fundamental importância criar uma narrativa histórica na qual o regime de 1964 aparecesse como desdobramento do "devir nacional". Nesse sentido, as comemorações do Sesquicentenário em 1972 configuram o auge do processo de construção dessa narrativa. Além disso, o diálogo com antigas tradições nacionais e o projeto de construção de um futuro grandioso - o "Brasil potência" - foram elementos que ajudaram a fortalecer o pacto social em torno da ditadura.

     O governo ditatorial logrou êxito em suas tentativas de criar popularidade junto à sociedade civil?

    É muito difícil afirmar categoricamente que sim ou que não. Mesmo porque, sob este aspecto, não podemos considerar a ditadura como um todo homogêneo. No caso particular do período de que trata o livro, ou seja, do governo Médici - e ainda mais especificamente, do ano de 1972 -, é possível dizer que naquele momento a ditadura desfrutou de expressiva popularidade. A capitalização da vitória da Copa do Mundo de futebol em 1970, as comemorações do Sesquicentenário da Independência e o crescimento da economia proporcionado pelo Milagre Brasileiro podem dar, em certa medida, a dimensão de um momento em que a ditadura conseguiu estabelecer algum diálogo com segmentos importantes da sociedade. Mas devemos levar em conta a particularidade do contexto daqueles primeiros anos da década de 1970.

     Qual a principal contribuição de sua obra para a história do Brasil?

    É muito difícil avaliar isso, mas penso que meu trabalho se insere em um contexto mais amplo da historiografia sobre a ditadura no Brasil. Recentemente, alguns estudos no Brasil têm buscado analisar os comportamentos coletivos sob a ditadura buscando compreende-la como um processo de construção social, seguindo uma tendência que vem se firmando na Europa e América Latina, no que tange aos estudos sobre as experiências autoritárias do século XX. Penso que meu trabalho é uma pequena contribuição nesse sentido.

     

    A obra será lançada na quarta-feira, dia 6 de maio, na Blooks Livraria. Todos convidados!!

     

     

     

  • Postado por editora em Atualidades, Destaques, Eventos em 10/04/2015 - 11:56

    Em Foucault, a ideia de dispositivo, essencialmente estratégica, é de um conjunto produzido pelo cruzamento heterogêneo de relações de poder e de saber.

    Partindo deste conceito, mas mantendo suas análises pessoais, os autores do livro Dispositivos urbanos e trama dos viventes: ordens e resistências, que será laçado no próximo dia 13 de abril, pensaram algumas questões relativas ao “urbano” associadas à produção de desigualdades e às formas específicas de precarização da vida.

    Escritos por sociólogos, antropólogos e historiadores, os vinte artigos contidos nesta coletânea debatem e levantam essas questões que se desdobram sobre uma situação: o urbano e seus contextos, suas multiplicidades, seus modos de organização da vida, a produção de desigualdades e da precariedade, sem a preocupação de oferecer soluções para os problemas supostamente “ainda” mal resolvidos nas cidades, mas com o objetivo de problematizar a produção deles como “questões sociais” que mobilizam o medo, o racismo e favorecem as políticas de exclusão e de segregação de grande parte de seus habitantes.

    A transversalidade e os sentidos das experiências relatadas e analisadas na obra e os elementos de tangência e de conexão que se entreveem a partir da leitura dos diferentes textos apontam para a constituição de uma ordem globalizada que ancora e produz subalternidades, precarizações, impossibilidade de absorção de contingentes de população no quadro de uma vida urbana digna, gerando territorialização e gestão da pobreza que é menos exclusão do que inserção.

    Em breve, entrevista com os autores.

     

    Esperamos todos no lançamento!

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    Dispositivos urbanos e trama dos viventes: ordens e resistências

    Organização: Patricia Birman, Márcia Pereira Leite, Carly Machado, Sandra de Sa Carneiro

    Impresso: R$49

    Ebook: R$35

  • Postado por editora em Atualidades, Destaques em 02/04/2015 - 15:43

    Os elementos para o debate da reforma do processo orçamentário são discutidos em mais esta obra do professor Fernando Rezende.

    Autor de livros já publicados pela Editora FGV como, 'Reforma fiscal e equidade social', os dois volumes de 'A reforma esquecida', O federalismo brasileiro em seu labirinto: crise e necessidade de reformas', entre outros, Rezende aponta, nesta nova publicação, as análises sobre a urgência na revisão das escolhas orçamentárias, no ajuste fiscal e na gestão pública nacionais.

    O livro A política e a economia da despesa pública: escolhas orçamentárias, ajuste fiscal e gestão pública (elementos para o debate da reforma do processo orçamentário) aborda questões que conduzem a uma reflexão que associa a natureza do processo orçamentário brasileiro a um jogo, em que os ganhadores já estão previamente definidos, e no qual a participação de outros parceiros é bloqueada ou limita-se a disputar o que sobra do salão principal.

    O objetivo da obra é provocar um debate político, assentado na exploração desses conflitos e na exploração dos limites à continuidade das opções que vêm sendo adotadas. Através de uma leitura atenta do texto apresentado, compreende-se o estímulo à proposta de uma revisão das regras do jogo orçamentário, de modo a que seu resultado possa gerar maiores e melhores benefícios para a sociedade brasileira.

    De acordo com o autor, não restam dúvidas com respeito ao fato de que a implementação das regras adotadas no texto da Constituição contribuiu significativamente para a melhoria das condições sociais do país, mas ainda é preciso avaliar se é possível sustentar esses ganhos sem mudanças nas regras que comandam o processo orçamentário.

    Rezende conclui que esta obra "dá mais um passo na direção de reunir elementos e argumentos que visam inserir a reforma do processo orçamentário no topo da lista das reformas prioritárias, para sustentar taxas de crescimento econômico compatíveis com o objetivo de dar continuidade ao processo de redução das desigualdades e de melhoria das condições sociais de uma parcela expressiva da população brasileira."

    Confira o livro:

     

     

     

    A política e a economia da despesa pública: escolhas orçamentárias, ajuste fiscal e gestão pública

    Fernando Rezende

    R$37