Arquivo de Julho 2014

  • Postado por editora em Atualidades, Destaques em 31/07/2014 - 14:51

    Gestão de negócios turísticos é o primeiro livro da futura Série Turismo da Coleção Práticas de Gestão.

    Como os demais títulos desta Coleção, seu conteúdo é produzido para dar suporte aos componentes curriculares dos cursos de graduação tecnológica da FGV Ebape, e, neste caso específico, aborda os segmentos mais estudados para negócios em turismo, como transportes, hospedagem, restaurantes/alimentação e operadoras e agências de viagens.

    O tripé da sustentabilidade (economia, ecologia e equidade social) está projetado no desenvolvimento do negócio turístico como condição sine qua non de realização. Logo, as abordagens que tradicionalmente operacionalizam e reduzem o turismo a um conjunto de atividades ou transações econômicas entram em choque com as estruturas globais pós-modernas de valorização dos significados e conteúdos do turismo para os indivíduos. Assim, o tema não pode ser encarado nem a partir da imagem bucólica de pessoas viajando e conhecendo outros lugares, nem de um apanhado de negócios espalhados que não seguem diretrizes políticas gerais. Daí a importância de um órgão que dinamize as políticas públicas, de forma a articular as necessidades dos diversos atores, produzindo igualdade social, preservando o meio ambiente e gerando recursos econômicos, emprego e renda.

    Pensar estratégia em turismo significa sintonizar diversos ambientes e tipos de negócio, em um mercado em constante mutação, frágil por conta da perecibilidade dos produtos que oferece, mas extremamente dinâmico no que diz respeito às possibilidades de negócios e serviços. Faz-se necessária então uma abordagem horizontal dos conceitos de estratégia, escolas de pensamento e balizadores gerais do tema, com leve direcionamento para os negócios da indústria do lazer, como forma de fomento aos estudos sobre turismo com foco em planejamento estratégico.

    Gestão de negócios turísticos - 03-P.cdr

     

     

     

     

     

    Gestão de negócios turísticos

    Coleção Práticas de Gestão

    R$28

  • Postado por editora em Destaques em 28/07/2014 - 14:56

    Para ler os clássicos do pensamento político: um guia historiográfico, do professor Marcos Antônio Lopes, apesar de passados mais de dez anos de sua publicação, permanece uma obra atual que apresenta ao leitor a trajetória da história do pensamento político ao longo do século XX, suas mudanças de enfoque e sua atualização recente, especialmente nas obras de Quentin Skinner e J. G. Pocock.

    A obra continua a ser uma importante referência para os estudiosos dedicados ao pensamento político e, ao mesmo tempo, um estímulo para o desenvolvimento de estudos dessa natureza nesse meio acadêmico.

    Confira a introdução:

    A história intelectual possui interesses diversificados e originais suficientemente capazes de lhe garantir, há pelo menos um século, as suas cartas de nobreza. Entre outras formas de caracterização, esse vasto campo de estudos pode ser concebido da maneira como Jean-François Sirinelli o definiu há mais de uma década: uma região de fronteiras entre a história dos intelectuais, a história da cultura política e, em sentido mais amplo, a história das ideias. Região de fronteiras, certamente encoberta até então por uma cortina de fumaça. Assim é que, para Sirinelli, resulta em equívocos o fato de que “...a história dos intelectuais, a das ideias políticas e a da cultura política eram três domínios totalmente estranhos entre si. A obra de Jean Touchard prova exatamente o contrário. (...) As pesquisas de Raoul Girardet sobre o nacionalismo francês e, mais recentemente, sobre o imaginário político constituem outra prova gritante: a história das ideias políticas é inseparável da história de uma sociedade e de uma cultura”.
    Nessa ampla área de pesquisa, as décadas de 1970/80 foram definidoras, em virtude de uma importante injeção de consciência histórica nos estudos sobre o pensamento político. Contudo, muitas das propostas de historiadores de inegável relevo como Quentin Skinner e John Pocock já eram elementos disseminados na historiografia contemporânea, pelo menos desde os anos 1920. Isso parece apontar para o fato de que enfoques acerca de elementos constitutivos da relação texto/contexto — intencionalidade autoral/atos do discurso, por exemplo —, bem como sobre problemas relacionados à linguagem política — vocabulário normativo de uma época/polissemia de expressões-chave, entre outros —, haviam sido lançados desde as primeiras décadas desse século, ainda que esparsa e pontualmente, por um conjunto considerável de historiadores das ideias políticas. Mas é certo que a própria noção de contexto histórico é algo que se alterou significativamente de geração para geração — ou inclusive numa mesma geração de historiadores —, o que acentua ainda mais as contribuições inovadoras das mais recentes tendências da história intelectual.
    Em 1974 o historiador inglês Quentin Skinner publicava seu importante texto “Some problems in the analysis of political thought and action” — artigo que citamos em reedição de 1988 —, no qual afirmava algumas de suas considerações metodológicas: “A percepção do sentido histórico de um determinado texto é uma condição necessária para sua compreensão, e este processo jamais será alcançado simplesmente ao estudarmos apenas o texto”.
    Trata-se, com toda certeza, de um horizonte teórico que apresentou inovações consideráveis. A visada contextualista desenvolvida por Quentin Skinner e outros historiadores intelectuais foi responsável pelo grande vigor e prestígio de que desfruta a história intelectual na atualidade, apesar dos ataques da crítica, sobretudo aqueles da história intelectual de outra extração, desferidos principalmente do campo do pós-estruturalismo. Sem desconsiderar as virtudes das várias correntes de interpretação de textos — com todas as propostas que anunciam como a novidade do dia —, é preciso recordar, com W. H. Greenleaf, que aquilo que se apresenta como novidade é, em certos aspectos, apenas o velho, sob uma outra forma. Avaliando por esse ângulo, ao desenvolvermos os temas deste livro, nossa perspectiva encontra-se bem próxima à de Jacques Le Goff que, empreendendo um amplo estudo sobre o desenvolvimento da historiografia contemporânea, não identificou necessariamente avanço qualitativo com o simples desenvolvimento cronológico do saber histórico.
    Ignorar esse saudável relativismo talvez possa dar margem a perspectivas maniqueístas acerca do avanço da historiografia contemporânea, com um sabor anacrônico de “batalha dos livros” — título da impiedosa obra de Swift (1697), que tomou o partido dos antigos —, para recordar o famoso debate histórico-literário entre os antigos e os modernos, que se iniciou na Itália do século XVII, alastrando-se por toda a Europa, até a época do Iluminismo. Nas Gulliver’s travels into several remote nations of the world (1726), por exemplo — sátira aos costumes de seu tempo e que, curiosa e paradoxalmente, tornou-se desenho animado e título consagrado da literatura infantil em edições edulcoradas —, Jonathan Swift ainda repercute o estado de ânimo dos europeus em relação aos paralelismos que conjeturavam acerca da superioridade das artes e das ciências dos antigos sobre a engenhosidade dos modernos, e vice-versa. Na sátira Battle of books Swift havia afirmado a superioridade dos antigos através da comparação destes com as abelhas. Já os modernos eram equiparados às aranhas, que retiram do próprio corpo os materiais de suas construções.
    Ao analisarmos algumas correntes da historiografia do pensamento político ao longo do século XX, nossa reflexão não pretende realçar comparações do tipo “antigos versus modernos”, como se a exposição de um debate historiográfico — no curso diacrônico de seu movimento — levasse inexoravelmente à superioridade das abordagens mais recentes. Sem negar a natureza cumulativa do conhecimento histórico, os “antigos” e os “modernos” possuem valor equitativo, porque avaliados em seus respectivos tempos históricos. Parafraseando uma máxima acerca das várias faces da política, que citamos de memória por não recordarmos exatamente de sua autoria — mas deve tratar-se da famosa reflexão de Clausewitz sobre a guerra —, o moderno talvez não seja muito mais que a continuação do antigo, por outros meios.
    Sendo assim, alguns dos méritos das novas tendências na área devem-se menos ao que acrescentaram — a título de contribuição própria e original — do que àquilo que recuperaram da tradição anterior, como um conjunto diversificado e eficaz de pistas teóricas no intrincado ofício de dialogar com as ideias daqueles que só deixaram seus livros, como enfatizou Hobbes há séculos. Isso pode significar que, no interior da grande tradição interpretativa em torno dos textos políticos, há espaço de sobra para a continuidade, para a novidade, e, muito mais ainda, para a recriação.
    Este livro é uma breve introdução a algumas das correntes que influenciaram o desenvolvimento da história do pensamento político ao longo do século XX. Pretende-se apenas definir e sintetizar os pressupostos centrais de determinadas teorias da interpretação de textos políticos. Assim sendo, o trabalho não tem a pretensão de constituir-se num histórico da história intelectual do político, ainda que se tenha optado por uma exposição cronológica de seu desenvolvimento.
    Mas como definir um campo de estudos tão vasto? Tarefa árdua, e muito arriscada, pela simples evidência de que não há uma história do pensamento político. A sua trajetória — tão diversificada em correntes teóricas — demonstra apenas que ela não possui uma essência eterna. Tendo em mente os principais riscos desse tipo de abordagem, o propósito é refletir acerca de algumas tendências da história do pensamento político, bem como analisar as formas pelas quais determinados autores as instrumentalizaram em suas pesquisas, e de que maneira elas têm-se refletido na interpretação dos textos políticos.
    Trata-se, portanto, de uma incursão panorâmica pelo campo teórico definido pela historiografia anglo-americana como história intelectual. Expressões aqui empregadas, como história intelectual, história das ideias e história das ideias políticas, salvaguardadas algumas nuanças, referem-se a um objeto comum de reflexão: a história do pensamento político. Pretende-se apontar para as diversas formas postas em prática pelos historiadores — em diferentes contextos da produção historiográfica do século passado —, no trabalho de compreensão das obras políticas.

    Para ler os classicos do pensamento politico - um guia historiog

     

     

     

    Para ler os clássicos do pensamento político: um guia historiográfico

    Marcos Antônio Lopes

    Impresso: R$31

    Ebook: R$23

     

  • Postado por editora em Atualidades, Destaques em 23/07/2014 - 11:58

    A seção de ebooks gratuitos da Editora FGV já conta com cerca de 50 títulos no formato PDF para download imediato.

    Uma das obras de destaque desta seção é A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável: a governança dos atores públicos e privados.

    Trata-se de um conjunto de artigos elaborados como contribuições feitas à Jornada Internacional para a Rio + 20, realizada no Rio de Janeiro em 24 e 25 de junho de 2011, com organização de pesquisadores da FGV na área de Direito Ambiental.

    O livro está dividido em duas partes, sendo que a primeira trata da economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável, contendo: 1) a inclusão dos atores provados na busca do desenvolvimento sustentável e 2) a transferência da tecnologia. A segunda parte aborda a governança dos atores públicos e privados, contendo: 1) metodologia de análise; 2) a governança nacional em áreas específicas — florestas, questões fundiárias e energia renovável; 3) a governança
    internacional, abarcando princípios, modelos de governança, governança internacional e biodiversidade.

    Conheça um trecho da introdução do livro e aproveite para baixá-lo na íntegra, de forma gratuita, em nosso site.

    "A Declaração Rio/92, em seu princípio 10, afirma que “o melhor modo de tratar as questões do meio ambiente é assegurando a participação de todos os cidadãos interessados, no nível pertinente”.
    O meio ambiCapturarente é um “bem de uso comum do povo” (art. 225 da Constituição da República Federativa do Brasil) e a participação é um dos elementos do Estado democrático de direito, pois “todo o poder emana do povo” (art.1º, parágrafo único da mencionada Constituição). Querer participar na formulação da política ambiental e na sua implementação não pode ser visto como um fato esporádico ou pontual na vida de uma nação.
    A necessidade do “controle social” das decisões que afetem o meio ambiente a nível nacional e a nível mundial cresceu diante da intervenção estatal em alguns setores da economia: hidroelétricas, usinas nucleares, prospecção e produção na área petrolífera, transportes (aeroportos, rodovias e portos). Nesses setores, vamos encontrar, muitas vezes, os Estados aliados ao “capital global” perdendo, portanto, os poderes públicos a independência e a imparcialidade para decidir em prol do meio ambiente ecologicamente equilibrado. Os poderes públicos, no licenciamento ambiental, acabam sendo atores e decisores, o que contamina pela parcialidade.
    O direito de participar não está sendo fácil de ser instaurado na ordem internacional. Os que estão no poder político e até intelectual resistem em compartilhar efetivamente. Não entendo que a teoria da governança ambiental implique necessariamente a retirada do Poder Público, mas ocasionará a adoção de uma gestão compartilhada com a sociedade civil no concernente às responsabilidades ambientais. Etapas de implementação estão sendo realizadas, como o
    sistema de acompanhamento previsto na Convenção de Aarhus, não assumida, ainda, em escala planetária.
    A chamada “exclusão social” não se verifica somente no campo da alimentação, da moradia e do emprego. As reivindicações por participar estão “na rua”. A conscientização do valor do meio ambiente equilibrado como essencial à qualidade de vida está contribuindo para gerar a institucionalização da participação.
    As reflexões inseridas neste livro, que me honra apresentar, contribuem significativamente para alimentar a esperança de que a mudança da política ambiental internacional é possível e depende, também, de cada um de nós."

     

    Arquivos:
  • Postado por editora em Atualidades, Destaques em 21/07/2014 - 14:34

    A Coleção Práticas de Gestão é um conjunto de livros cujo conteúdo é produzido para dar suporte aos componentes curriculares dos cursos de graduação tecnológica da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (FGV/Ebape), ofertados na modalidade à distância, por meio de recursos tecnológicos modelados, mediados e gerenciados pelo FGV Online.

    Dentro desta coleção está a Série Gestão pública, que recebe a publicação de três novos títulos que, como os demais, combinam a visão acadêmica com os exemplos práticos, voltados para o mercado de trabalho.

    Gestão financeira no setor público, do professor Istvan Karoly Kasznar, apresenta uma das questões fundamentais das organizações: a alocação do capital - ponto essencial, tendo em vista a finalidade de gerar o equilíbrio das contas públicas e a correta aplicação dos recursos.
    A gestão financeira no setor público é um ramo das finanças corporativas que lida com a alocação de recursos que diz respeito à gestão de recursos financeiros que estão nas mãos do setor público – nas empresas típicas de governo; nas empresas estatais; no ramo da previdência pública nos três níveis de governo, federal, estadual e municipal.
    Essa variedade de empresas públicas faz com que as finanças corporativas se apliquem a elas de forma diferenciada.
    Enquanto uma empresa produtiva estatal pode sujeitar-se às vicissitudes e aos movimentos conjunturais do mercado, faturando de forma flutuante e de acordo com a movimentação econômica, um colégio ou um hospital público pode estar sujeito a uma verba pré-fixada, ou que lhe reduz os graus de liberdade e de ação financeira. É preciso estar atento à situação que se enfrenta e montar uma estratégia financeira que preveja estas restrições.
    Ao gestor financeiro público cabe ter, antes de mais nada, uma visão macro e social, condicionada à realidade política. Em outras circunstâncias, no entanto, o gestor financeiro poderá operar e trabalhar em partes, órgãos ou seções do Estado. Seu foco sairá do macro para o micro, mais específico e menor, frequentemente um projeto ou uma empresa ou repartição pública.

    Planejamento e orçamento público, dos professores Francisco Humberto Vignoli e Francisco Rózsa Funcia, trata dos processos de planejamento do setor público brasileiro e da correspondente execução orçamentária, que devem obedecer a regras legais que retiram, parcialmente, o caráter discricionário do gestor público, bem como aos aspectos que caracterizam o pacto federativo brasileiro, especialmente no que tange ao processo de financiamento das políticas públicas e da rigidez orçamentária e na esfera municipal, cuja receita disponível é excessivamente dependente das transferências intergovernamentais.
    O processo de planejamento do setor público brasileiro é disciplinado por regras constitucionais, legais e infralegais, válidas para a União, estados, Distrito Federal e municípios, o que garante a unidade de seus elementos constitutivos,
    permitindo, com isso, a consolidação das informações orçamentárias e financeiras.
    Contudo, essas regras também conferem ao modelo orçamentário brasileiro um grau de rigidez orçamentária que condiciona o processo de planejamento das três esferas de governo no Brasil.

    Dinâmica comportamental no setor público, do professor Gustavo Andrey de A. L. Fernandes, aborda o comportamento organizacional no setor público, e discute, também, a natureza das organizações públicas e a importância da motivação no trabalho, focando as teorias de motivação e suas implicações para as organizações públicas.
    As organizações públicas e as privadas são diferentes em seus objetivos primários; enquanto as organizações privadas, as firmas, buscam maximizar lucros para sobreviver dentro do mercado, as organizações públicas são capacitadas através da legislação e mantidas com recursos do sistema político. Devido à responsabilidade de administrar perante o corpo político, as organizações públicas são uma espécie de braço executor das tarefas governativas, e, indiretamente, são uma peça da engrenagem que compõe o sistema político.
    Para entender o comportamento organizacional dentro do setor público, é preciso considerar a existência de duas perspectivas principais para a análise da estrutura e do comportamento de uma organização: uma no nível micro ('comportamento organizacional'), centrada nos indivíduos, e outra no âmbito macro ('teoria organizacional'), que tem como unidade de análise a própria organização.

     

    serie gestao publica

     

    Gestão financeira no setor público

    R$32

    Planejamento e orçamento público

    R$32

    Dinâmica comportamental no setor público

    R$39

     

     

     

    Coleção Práticas de gestão | Série Gestão pública

     

  • Postado por editora em Atualidades, Destaques, Eventos em 16/07/2014 - 14:51

    "Mais do que um gênero, jornalismo de dados é uma necessidade."

    A frase, que inicia o prefácio do livro 'Análise política & jornalismo de dados: ensaios a partir do Basômetro' que apresentamos agora, é de um dos organizadores da obra e coordenador do Estadão Dados, José Roberto de Toledo, e sintetiza todo o projeto do Basômetro, incluindo esse ensaio publicado.

    O Basômetro é uma ferramenta de uso aberto que permite a todos analisarem o comportamento em plenário dos parlamentares brasileiros.

    Trata-se de um sistema elaborado para auxiliar as investigações do jornalismo de dados, que organiza centenas de milhares de dados contidos nos sites do Congresso Nacional em uma interface gráfica mais inteligível, onde cientistas políticos, jornalistas e qualquer interessado tem acesso para fazer suas análises.

    Criado em 2012 pelo jornal O Estado de S. Paulo, através do núcleo Estadão Dados, o Basômetro pretende contextualizar uma massa de dados desconexos de forma a viabilizar o entendimento dos resultados consultados por qualquer usuário através do endereço http://estadaodados.com/basometro/

    É exatamente sobre a criação dessa ferramenta e os desdobramentos que seu uso já possibilitou e ainda possibilitará na análise política e na evolução do jornalismo de dados que Humberto Dantas, José Roberto de Toledo e Marco Antônio Carvalho Teixeira tratam no livro ‘Análise política & jornalismo de dados: ensaios a partir do Basômetro'.

    Confira o prefácio da obra e entenda mais sobre o que dados interpretados são capazes:

    Basômetro

    "Mais do que um gênero, jornalismo de dados é uma necessidade. Estima a IBM que o mundo produz 2,5 quintilhões de bytes todo dia. Se cada byte fosse um litro d’água, encheríamos o oceano Pacífico de zeros e uns. Todo ano. E para processar tudo isso? Só para comparar, o cérebro humano é capaz de armazenar, se tanto, uns três terabytes de dados. Vou confiar nas contas do estatístico-estrela do The New York Times, Nate Silver (afinal, ele prognosticou tudo certo sobre as eleições nos EUA em 2008 e em 2012): um milionésimo da produção diária de dados provocaria um aviso de disco cheio até para quem tem memória de elefante. E o volume incomensurável é só o começo do problema. A maior parte desse mar de dados é inacessível aos humanos. São pulsos magnéticos, sinais eletrônicos, bits e bytes. Apenas com interfaces amigáveis eles se tornam compreensíveis aos nossos olhos e mentes. E, mesmo depois de traduzidos em números, sons e imagens precisam ser organizados em tabelas, planilhas e bancos de dados para pleitear o status de informação. Enquanto não são analisados e contextualizados, são só ruído, zoeira, poluição.
    Eis a necessidade. E o jornalismo de dados é uma tentativa de resposta — muito incipiente, diga-se. Como jornalismo, visa separar o joio do trigo e, com sorte, publicar o trigo. Trata-se, essencialmente, de filtrar, filtrar, filtrar de novo — e daí organizar o que sobrou de modo a que o público seja capaz de atribuir sentido ao produto depurado.
    Dito assim, não é muito distinto do que o jornalismo vem tentando fazer — nem sempre com muito sucesso — desde que Gutenberg colocou tinta pela primeira vez nos tipos móveis de sua prensa. A diferença, porém, é quase tão revolucionária quanto a invenção do gênio alemão. O produto do jornalismo de dados não é uma manchete ou uma reportagem. É uma ferramenta. Em sua gênese, os melhores exemplos de Jornalismo de Dados têm vindo do The New York Times. Enquanto corta gente e recursos em editorias tradicionais, para sobreviver à revolução digital, o jornal norte-americano investe em equipes exclusivas de Jornalismo de Dados. É uma área que não gera receita, mas aponta uma saída para o futuro.
    Os casos mais bem-sucedidos do NYTimes.com conseguem apresentar uma massa de dados desconexos em uma interface que qualquer usuário é capaz de desfrutar. Foi assim nas eleições de 2012 ou no caso dos presos em Guantánamo. Mapas, infográficos, tabelas e linhas do tempo ajudam o internauta a criar uma narrativa para os fatos — não a narrativa do jornalista, mas a sua própria.
    Essa é a grande revolução, embora embrionária, do Jornalismo de Dados. Ao fornecer os meios aos que antigamente eram chamados de leitores, a equipe criada por Aron Pilhofer dá a esses usuários o poder de organizar a massa de dados, fazer suas próprias sinapses e tirar conclusões originais. Não é à toa que o nome da editoria que ele comanda chama-se Interactive News (notícias interativas).
    Essa interação propiciada pelas ferramentas do Jornalismo de Dados cria possibilidades muito mais ricas e diversificadas do que um texto jornalístico comum seria capaz de estimular. O ponto de vista do usuário passa a ser necessariamente parte da narrativa. Ganha-se em pluralidade. A perspectiva coletiva é, por definição, mais plural do que a de um só jornalista, por mais “lados” que ele tente incorporar à sua narrativa.
    Pode-se argumentar que transferir a interpretação dos dados para o público só reforça os próprios preconceitos e vieses de quem usa a ferramenta. Talvez sim, mas ao menos os pontos de vista dissonantes estarão destoando
    a partir de uma base comum, o que, em tese, cria espaço para debate, não bate-boca.
    Mais do que isso, uma ferramenta que permite a cada um analisar como quiser uma base de dados é um convite e não uma imposição. Daí que a maior e mais feliz surpresa provocada pelo Basômetro tenha sido a iniciativa espontânea de tantos cientistas políticos de usá-lo para escreverem suas próprias interpretações sobre o comportamento em plenário dos deputados e senadores brasileiros. Este livro é a materialização desse debate.
    Em uma área tão contaminada por paixões e interesses partidários como a política, é essencial partir-se de um terreno comum para avançar em qualquer discussão. No caso desta publicação e do Basômetro, o ponto de partida são os milhares de votos nominais de centenas de parlamentares através do tempo.
    Teoricamente, essas bases estão disponíveis para consulta por qualquer cidadão nos sites da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Mas o formato digital e o volume oceânico, como explicado no começo deste texto, são barreiras intransponíveis para o cidadão comum conseguir ter uma visão ao mesmo tempo ampla e específica do comportamento dos congressistas — seja para comparar partidos, bancadas ou deputados dois a dois.
    O Basômetro organizou centenas de milhares de dados que eram mero ruído nos sites do Congresso em uma interface gráfica que os cientistas políticos puderam e podem usar para fazer suas análises. O efeito disso foi sintetizado num tuíte de um deles, logo no dia de lançamento: “Pirei na ferramenta”. Era tudo o que queríamos ouvir.
    O Jornalismo de Dados ainda está engatinhando. Ele depende do trabalho coletivo de jornalistas, desenvolvedores e designers. Só funciona bem quando suas habilidades conseguem se harmonizar em um objetivo comum e muito claro. É fácil se perder na selva de dados — especialmente quando não há um rumo definido. Embora a Lei de Acesso às Informações Públicas tenha sido um avanço fundamental, dispor das bases é só o primeiro passo.
    É necessário formar equipes e profissionais com perfis que ainda são raros no mercado. É preciso que os jornalistas se familiarizem com números e estatísticas, e que programadores e designers desenvolvam o faro de repórter. E é indispensável que os gestores dos meios de comunicação identifiquem essas necessidades e atuem para atendê-las. Tudo isso é especialmente difícil num mercado em crise, no qual modelos de negócio que sustentaram jornais por séculos evaporam em menos de uma década.
    Como resposta a uma necessidade, o Jornalismo de Dados veio para ficar. É hoje uma tendência de ponta, mas logo deve se transformar em mainstream. Quanto antes melhor. Assim todos nós usuários poderemos “pirar” em ferramentas que nos ajudem a decifrar os 2,5 quintilhões de dados que produzimos diariamente."

     

    A obra será lançada na Livraria Martins Fontes, dia 28/8, às 18h30.

    Todos convidados!!

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    Análise política & jornalismo de dados: ensaios a partir do BasômetroAnalise politica_basometro

    Humberto Dantas, José Roberto de Toledo e Marco Antonio de Carvalho Teixeira

    Impresso: R$52

    Ebook: R$37

     

  • Postado por editora em Atualidades, Destaques em 10/07/2014 - 12:55

    A Série Comércio exterior e negócios internacionais, das Publicações FGV Management,  acaba de receber mais dois novos títulos.

    Gestão de contratos internacionais e Gestão de logística internacional se unem aos demais títulos já existentes nessa série que aborda as principais regras e estratégias desse mercado.

    O livro Gestão de contratos internacionais tem por objetivo fornecer aos leitores uma visão panorâmica sobre o conceito e as características dos contratos internacionais, discorrendo sobre alguns dos principais tipos desses contratos e apresentando aspectos básicos ligados à responsabilidade das partes e à solução de controvérsias relacionadas com obrigações e contratos internacionais.

    A obra está divida em 7 capítulos. O primeiro faz a distinção entre o direito interno e o direito internacional, discorrendo sobre lex mercatória, tratados e integração regional. O capítulo 2 apresenta o conceito de contrato internacional, fala sobre a formação do contrato, os contratos escritos e os não escritos, os vícios de vontade que podem macular o vínculo contratual. Trata, ainda, da alteração e extinção dos contratos. O terceiro capítulo procura apresentar a questão da responsabilidade civil e trata do descumprimento do contrato e suas consequências. O quarto aborda circunstâncias especiais que podem afetar os contratos – as chamadas situações ou eventos de força maior e hardship. Os capítulos 5 e 6 dividem a análise dos principais tipos de contratos. O primeiro deles trata de compra e venda internacional e outros contratos de alguma forma a ela correlacionados: agência e distribuição, licenciamento de marca, franquia. O capítulo 6 versa sobre a prestação de serviços, os acordos de associação e joint ventures, bem como mútuos e garantias. O sétimo capítulo trata dos conflitos de leis e jurisdição internacionais, examina a questão do foro nos contratos internacionais e, em seguida, discorre sobre o contencioso no exterior e a execução de sentença estrangeira no Brasil, aproveitando para tratar das chamadas formas alternativas de resolução de conflitos no âmbito internacional (ADR), da arbitragem e da mediação. O crescimento da presença brasileira em atividades internacionais tem gerado maior atenção aos temas ligados ao comércio exterior, e a contratação comercial internacional se apresenta como um dos assuntos a serem levados em consideração quando se analisa tal situação.

    O livro Gestão de logística internacional apresenta alguns dos princípios teóricos, conceitos, ferramentas e exemplos que podem servir de referência para procedimentos logísticos, usualmente executados para dar suporte às operações realizadas no ambiente internacional de negócios. Neste ambiente, observa-se atualmente o deslocamento do eixo de negócios para outros países, com a economia internacional em forte retração, constatando-se concorrência acirrada e crescente protecionismo.

    Ele está dividido em três capítulos. O primeiro conceitua e mostra a evolução da logística, além de cobrir o universo dos negócios internacionais, percorrendo as estratégias de suprimento e de distribuição internacional; dá destaque aos suprimentos na modalidade just-in-time (JIT) e às estratégias de obtenção conhecidas como global sourcing. Além disso, apresenta os modelos de contratos utilizados nas operações de compra e venda internacional e detalha os principais tipos de custos logísticos que incidem sobre essas operações. O segundo capítulo aborda as características das mercadorias que transitam internacionalmente, destacando-se os contêineres – equipamentos que viabilizam o tráfego internacional de produtos industrializados. É também feita uma breve explanação sobre os terminais de embarque e descarga que movimentam essas mercadorias e sobre os operadores logísticos internacionais, que planejam, coordenam e executam essas operações. Além disso, trata do conhecimento de carga e dos seguros no transporte internacional. O terceiro cobre o sistema internacional de transportes, enfocando os principais modais utilizados nas operações de transferência internacional de mercadorias, ou seja, o rodoviário, o ferroviário, o aéreo, o aquaviário, o dutoviário e o multimodal.
    Sem sombra de dúvida, todos os temas tratados neste livro são fundamentais para gerar valor às cadeias internacionais de suprimento, estabelecendo estratégias para o negócio em si, definindo processos operacionais consagrados e demonstrando procedimentos utilizados para reduzir custos. O grande desafio encarado pelos autores foi buscar abranger os conceitos básicos que apoiam as práticas orientadas para a tomada de decisão nas empresas, de qualquer porte, que operam no mercado internacional.

     

    Gestão de contratos internacionais - rev02.cdr

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    Gestão de contratos internacionais

    Publicações FGV Management

    Série Comércio exterior e negócios internacionais

    Impresso - R$29

    Ebook - R$21

    gestao de logistica internacional - rev03-P.cdr

    Gestão de logística internacional

    Publicações FGV Management

    Série Comércio exterior e negócios internacionais

    Impresso - R$29

    Ebook - R$21

     

    Confira os demais títulos da Série Comércio exterior e negócios internacionais

     

  • Postado por editora em Atualidades, Entrevistas em 07/07/2014 - 17:59

    A Editora FGV, em parceria com a ediPUCRS, lança o livro 'Lições de história: da história científica à crítica da razão metódica no limiar do século XX', do professor Jurandir Malerba.

    Com a mesma proposta do primeiro volume (que tem por subtítulo O caminho da ciência no longo século XIX) – demonstrar ao público brasileiro obras-primas da teoria da história em traduções comentadas, precedidas de estudo introdutório – e conforme lá antecipado, este segundo livro tem como foco o balizamento das principais discussões que marcam a chamada (nem por todos assim entendida) “crise do historicismo”, algo entre o último quarto do século XIX e o primeiro do XX.

    De acordo com o próprio professor na apresentação da obra "O presente volume reúne alguns autores e textos seminais dessa passagem de uma fé quase religiosa dos historiadores nos prodígios do método científico à sua crítica em vários tons e matizes, cujas impugnações, projetos e práticas historiográficas ecoam com força na teoria e na prática do ofício histórico até os dias de hoje. Eu havia pensado originalmente em escrever uma apresentação mais detida, reflexiva, sobre o objeto e o processo de construção desta antologia. Porém, qualquer iniciativa nesse sentido se tornaria vã depois de ter sido presenteado com a generosa “Introdução”, escrita pelo Professor Allan Megill especialmente para este volume.
    Abordando topicamente os debates, os momentos e os personagens da história desta aventura do pensamento ocidental, centrada em torno de questões-chave da teoria da história, o Professor Megill, dando continuidade ao trabalho seminal iniciado por François Dosse na Introdução ao primeiro volume destas Lições de história, traz uma contribuição original e decisiva para a melhor compreensão deste período heroico do pensamento histórico, assim como uma chave de leitura valiosíssima para o entendimento deste volume."

    Confira a entrevista concedida ao 'Café História TV'

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    Lições de história: da história científica à crítica da razão metódica no limiar do século XX

    Jurandir Malerba

    R$54

     

    Confira também o primeiro volume: Lições de história: o caminho da ciência no longo século XIX

  • Postado por editora em Atualidades, Destaques em 03/07/2014 - 12:37

    Neste segundo volume sobre o tema da reforma orçamentária, os novos elementos adicionados deixam claro que os expedientes utilizados, nos últimos anos, para administrar as contas do governo federal, contribuíram para a formação e o reforço de uma armadilha fiscal que cria problemas para a sustentação do modelo de crescimento econômico com inclusão social que marcou a experiência brasileira dos últimos anos.

    Capa_Reforma-esquecida2.inddAlém disso, a defesa da tese de que é preciso pôr a reforma orçamentária na agenda das reformas importantes para o futuro do País ganha um poderoso aliado: a insatisfação da sociedade, expressa nas manifestações que eclodiram em muitas cidades brasileiras, relacionadas à má qualidade dos serviços públicos. Os cidadãos vão às ruas para manifestar sua inconformidade com o tempo despendido, o dinheiro gasto e o desconforto experimentado nos deslocamentos diários para o trabalho; com as condições de saneamento das cidades; e com o aumento da insegurança e da violência, que geram um clima permanente de tensão. Mas ninguém se lembra de que boa parte dessas dificuldades tem a ver com o pouco caso dispensado ao orçamento.

    Ao agregar estes novos elementos ao estudo das distorções que o orçamento público foi acumulando, Fernando Rezende e Armando Cunha, organizadores deste volume, destacam os obstáculos a serem enfrentados, e esboçam os caminhos que podem ser trilhados para avançar no rumo da reforma orçamentária, pois não obstante o tamanho do problema, não há qualquer indício de que a reforma do processo orçamentário esteja sendo contemplada nos meios oficiais; e, tampouco, talvez pela incompreensão do que significa essa reforma, o assunto desperta o interesse das lideranças políticas e dos cidadãos.

    Nesse contexto, a tarefa que cabe executar é iluminar o problema, isto é, contribuir para que a sociedade compreenda as disfunções que foram se acumulando, e as consequências disso para importantes segmentos da população e para o nosso futuro. Iluminar o problema significa gerar informações e divulgar análises de forma clara e de fácil entendimento pela população, com a seriedade e a isenção requeridas para que tenham credibilidade.

    Com apresentação do presidente da Fundação Getulio Vargas, Carlos Ivan Simonsen Leal, A reforma esquecida II: obstáculos e caminhos para a reforma do processo orçamentário busca dar mais um passo nessa direção.

     

    Acesse também A reforma esquecida: orçamento, gestão pública e desenvolvimento em nosso blog. Nesse link você encontra a entrevista com os autores e mais sobre esse primeiro volume.

     

    A reforma esquecida II: obstáculos e caminhos para a reforma do processo orçamentário

    Editora FGV

    Impresso: R$61

    Ebook: R$43

  • Postado por editora em Atualidades, Destaques, Opinião em 01/07/2014 - 12:57

    Em 1º de julho de 1994 o Brasil deixava de calcular uma inflação de três dígitos e atualizações diárias de preços com a implementação do Plano Real.

    Após diversas tentativas de controle da hiperinflação e crescimento econômico, que teve início 30 anos antes, em 1964 com o Paeg, o Brasil passou por cerca de sete moedas até chegar ao Real.

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    De acordo com Samy Dana, professor de economia da FGV, O Plano Real foi diferente dos planos econômicos anteriores pois "foi pensando e preparado com um ano de antecedência: desde 1993 para sua implementação em 1994. Não foi simplesmente uma plano emergencial como os planos Cruzado (1986), Bresser (1987), Verão (1989) e Brasil Novo, que ficou mais conhecido como Plano Collor, em 1990. (...) Uma das medidas para alinhar os preços da economia foi a implementação da URV (Unidade Real de Valor), que vigorou de março a junho de 1994. Os preços passaram a ser cotados em URV, que equivalia à cotação do dólar do dia."

    Samy ainda comenta que "Naquela época não houve apenas corte de três zeros da moeda imediatamente anterior, como observado nos planos passados. Houve uma substituição de todo o dinheiro em circulação no país. Já em junho daquele ano (1994) a inflação caiu para 7% e manteve uma trajetória de queda ao longo do segundo semestre de 1994."

    Apesar desse sucesso inicial, a significativa perda do valor durante essas duas décadas, facilmente percebida em comparações corriqueiras, mostra que R$1 de 1994 equivalem hoje a R$0,20.

    O economista e professor José Julio Sena, autor do artigo sobre 'política monetária no Brasil antes e depois da crise', do livro Ensaios IBRE de economia brasileira - 1, faz um pequeno histórico da implementação da moeda, conforme trecho deste artigo a seguir:

    "No projeto de reforma monetária que caracterizou o chamado Plano Real, não estava claro o regime cambial que acabaria vigorando. Quando a unidade de conta (URV) introduzida na fase preliminar do Plano foi transformada em real, em primeiro de julho de 1994, a ideia inicial era a de que a relação entre o dólar e a nova moeda fosse de um para um. A confortável situação do balanço de pagamentos, porém, abriu espaço para que se permitisse a apreciação da moeda nacional. O fortalecimento nominal do real durou até outubro do mesmo ano, quando atingiu R$ 0,83 por dólar. A partir desse ponto, começaram as intervenções oficiais no mercado de câmbio. A crise do México e ajustes promovidos pelo Banco Central enfraqueceram o real, cuja cotação chegou a R$ 0,95/US$ 1 em setembro de 1995. Desse ponto em diante, e até meados de janeiro de 1999, funcionou uma espécie de minibanda, de natureza móvel. E a volatilidade da taxa cambial foi muito modesta."

    A estabilização alcançada com a moeda proporcionou a diminuição da desigualdade social e a formalização do mercado de trabalho, mas a economia brasileira ainda precisa avançar com reformas fiscal e política e redução dos índices atuais da inflação que, desde 2010, vem aumentando sensivelmente.

    20 anos após o plano que transformou 11.000.000,00 (onze milhões de cruzeiros reais) em R$ 4.000,00 (quatro mil reais), a alta de preços, mesmo que muito longe dos quase 50% de junho de 1994, ainda é uma realidade no país.

     

    A Editora FGV possui uma vasta quantidade de obras sobre economia. Acesse a seção em nosso site.

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    Samy Dana é professor de economia da FGV e colunista da Folha de São Paulo com o blog 'Caro dinheiro'. Autor do livro VBA para administradores e economistas da Editora FGV.

    José Julio Senna foi diretor do Banco Central e é membro do Conselho Diretor da FGV. Autor do livro Política monetária: idéias, experiências e evolução e do artigo citado contido no livro Ensaios IBRE de economia brasileira - 1, ambos da Editora FGV.

     

    Dica especial:

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    Paeg e Real: dois planos que mudaram a economia brasileira

    Autor: Alkimar Ribeiro Moura

    R$31

     

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