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  • Postado por editora em Atualidades, Destaques em 08/10/2015 - 19:23

    O que é a chamada substituição tributária “para frente” aplicável ao imposto incidente sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS)? Por que existe esse regime jurídico que transforma um tributo plurifásico, como é o caso do ICMS estadual, que incide em cada etapa de circulação da mercadoria, em um imposto praticamente monofásico? Quais são, para o fisco e para o sujeito passivo (contribuinte e responsável), os principais desafios, virtudes e defeitos da substituição tributária em relação às operações e prestações subsequentes? Como é operacionalizada na prática a substituição tributária das bebidas, em especial do vinho, no estado do Rio de Janeiro?
    Inicia-se o presente texto com essas indagações, com a esperança de que você leitor, a partir de suas próprias reflexões, possa responder ao final da leitura deste livro.
    Preliminarmente, entretanto, é importante ressaltar que a compreensão dos desafios e da operacionalização da substituição tributária pressupõe o conhecimento dos elementos estruturantes da tributação como principal fonte de receitas públicas, requisito necessário à realização das políticas públicas.
    Com efeito, somente é possível entender os tributos e o regime jurídico aplicável à substituição tributária do ICMS, seus aspectos positivos e negativos, a partir das razões de sua existência, o que requer breve introdução acerca das múltiplas
    faces do financiamento das despesas públicas, as quais visam a atender as chamadas necessidades públicas no contexto socioeconômico-político da República Federativa do Brasil da atualidade.
    Nesse sentido, o livro subdivide-se em três capítulos, além desta introdução e das considerações finais.
    No primeiro capítulo, intitulado “A estrutura tributária brasileira e o ICMS estadual”, serão abordados os elementos essenciais da atividade financeira do Estado, os substratos econômicos de incidência dos tributos (a renda, o patrimônio e o consumo) e, bem assim, as linhas gerais do modelo brasileiro de distribuição de competência tributária entre os entes federados, isto é, a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios. Como ressaltado, os tributos consubstanciam a fonte primária de recursos para o financiamento das despesas públicas dos entes federados (também denominados entes políticos). No entanto, deve-se destacar que a maioria dos municípios e grande parte dos estados dependem financeiramente do complexo sistema constitucional de repartição de receitas tributárias (os estados dependentes de repasses da União, e os municípios, de transferências da União e dos estados). A rigor, a dependência decorre do fato de que a arrecadação dos tributos de suas respectivas competências é, em regra, insuficiente para cobrir todas as suas despesas.
    Em seguida, após breve introdução dos princípios jurídicos e econômicos fundamentais que norteiam a tributação, buscar-se-á delinear os principais aspectos que causam o elevado grau de complexidade do sistema tributário brasileiro, o que
    se encerrará com a análise do ICMS em face dos antagonismos federativos.
    Já no capítulo 2, após a apresentação do ICMS como imposto plurifásico, não cumulativo e indireto, objetiva-se ressaltar as distintas posições dos sujeitos da relação tributária: o sujeito passivo de um lado, que pode ser o contribuinte ou o
    responsável, e de outro o sujeito ativo, isto é, a Fazenda Pública, que pode ser tanto a União como os estados, o Distrito Federal ou os municípios. Nesse contexto, será introduzida a chamada substituição tributária das operações e prestações
    “subsequentes”: a ST “progressiva” ou “para frente” (termos utilizados indistintamente neste trabalho).
    Ainda no capítulo 2, visa-se analisar os aspectos operacionais da referida substituição tributária progressiva e também algumas das principais decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF) acerca da matéria.
    Com efeito, examinar-se-ão, também, os aspectos essenciais da substituição tributária em face do regime especial unificado de arrecadação de tributos e contribuições devidos pelas microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP), o chamado Simples Nacional, disciplinado pela Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, e pela Resolução do Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) no 94, de 29 de novembro de 2011.
    Por fim, no capítulo 3, antes das considerações finais, serão examinadas as regras da substituição tributária aplicáveis no estado do Rio de Janeiro às bebidas em geral e, em especial, ao vinho. O leitor perguntará o porquê dessa escolha em particular. Desde a introdução do regime de substituição tributária nas operações com vinho, por meio do Decreto no 44.950, de 12 de setembro de 2014 (publicado no DOE em 15 de setembro de 2014), muito tem se discutido acerca da aplicação do instituto a esse produto, por se tratar de mercadoria que teve, nas duas últimas décadas, um acréscimo expressivo tanto em relação à sua produção no país quanto à quantidade importada. É preciso destacar, ainda, que a bebida
    possui grande simbolismo devido a seus aspectos culturais, gastronômicos e sociais. Afinal, a cultura ocidental gira em torna da “boa mesa”, cercada pelos familiares e amigos e acompanhada, de preferência, de uma boa garrafa de vinho!

     


    Os desafios da substituição tributária: a incidência do ICMS sobre o vinho

    Coleção FGV de Bolso | Série Direito e Sociedade

    Autores: Leonardo De Andrade Costa e Luciana Azevedo Da Fülöp

  • Postado por editora em Atualidades, Destaques em 07/10/2015 - 13:20

    A década de 1950 registra o surgimento de artistas ligados aos movimentos concreto e neoconcreto, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Esses movimentos permitiram a assimilação dos resultados das inovações da linguagem visual desenvolvidas desde o cubismo, na Europa, sobretudo por Mondrian e Malevich, e ganharam uma força e uma estética próprias que distinguem os artistas brasileiros. Entre eles está Decio Vieira, artista petropolitano que talvez por sua timidez seja pouco conhecido do grande público, mas que teve uma destacada atuação entre seus pares, tendo assumido inclusive a liderança do Grupo Frente, criado em 1954.
    O curador Paulo Herkenhoff, parceiro da FGV Projetos em diversos trabalhos voltados para a arte e a cultura, descobriu que Decio Vieira havia iniciado seus estudos de arte na Fundação Getulio Vargas (FGV), e este foi o ponto de partida para o presente livro. A oportunidade consolidou-se com a proximidade da celebração dos 70 anos da FGV, o que levou a equipe da FGV Projetos a se dedicar a este projeto editorial, que se completa com uma contribuição inédita de Frederico Morais sobre o artista.
    De fato, a trajetória artística de Decio Vieira se iniciou no Curso de Desenho de Propaganda e de Artes Gráficas oferecido pela FGV, na cidade do Rio de Janeiro, no segundo semestre de 1946, no qual teve contato com professores como Axl Leskoschek, Carlos Oswald, Hanna Levy e com colegas como Ivan Serpa, Fayga Ostrower, Renina Katz, Edith Behring e Almir Mavignier.
    O objetivo do curso era atender a “profissionais em atividade em empresas gráficas particulares e em institutos oficiais ou paraestatais que mantêm serviços nesse ramo de desenho técnico”, como ocorria com alguns dos matriculados, mas não com um Decio Vieira que mal se iniciava no aprendizado. Objetivava ainda a “dar aos conhecedores do desenho básico o domínio seguro do desenho de propaganda e artes gráficas, especialização que dia a dia se torna mais necessária, em face do avanço da técnica de publicidade”. O curso, em tempo integral, estendeu-se de 29 de junho a 19 de dezembro e chegou a ter 39 alunos inscritos. Na ocasião, Decio Vieira conviveu e firmou laços de amizade com artistas que lhe deram a base conceitual que desenvolveria ao longo de sua carreira e que o levaria a destacar-se em meio aos artistas neoconcretos de sua geração.
    Para dar conta da tarefa que se propôs, Paulo Herkenhoff buscou conhecer a vida pessoal do artista. Entrevistou assim Dulce Holzmeister, viúva de Decio Vieira, sua companheira desde o final dos anos 1960 até sua morte em 1988. Foram mais de 20 horas de conversas sobre a vida do casal, revivendo o cotidiano na casa de São Conrado, lembrando amigos, leituras, identificando datas de obras, rememorando o interesse de Decio pelas cores e pelos tecidos. A pesquisa cuidadosa, que se desenvolveu ao longo de dois anos, permitiu também, com a colaboração de galeristas e colecionadores, identificar e fotografar as obras reunidas neste livro, que certamente permitirão aos interessados conhecer todas as
    fases e tendências do trabalho de Decio Vieira.
    Este livro não se organiza a partir da ordem cronológica da vida do artista. O primeiro capítulo contextualiza sua formação, as primeiras exposições, as amizades, leituras e influências, com especial destaque para Ivan Serpa, trazendo ainda referências à limitada bibliografia disponível sobre a sua obra. Apresenta também a colaboração entre o artista e Alfredo Volpi, a partir da parceria que estabeleceram ao trabalhar juntos no painel Dom Bosco, no Palácio dos Arcos, em Brasília, em 1966. A relação entre os dois artistas se inicia por intermédio da irmã de Decio, Gilda Vieira, que foi musa inspiradora de Volpi.

     

    A obra bilíngue  possui mais de 400 páginas, entre imagens das obras e histórias do artista.

     

    Decio Vieira

    Paulo Herkenhoff

    FGV Projetos

    R$290

    #frete gratuito

  • Postado por editora em Atualidades, Destaques, Eventos em 01/10/2015 - 11:52

    Como uma Assembleia de representantes políticos provenientes, em sua maioria, dos quadros políticos do regime autoritário foi a responsável pela geração de uma Carta Magna democrática e como a mesma Assembleia, tão politicamente fragmentada (inclusive na dimensão ideológica), pôde assentar consensos suficientes para formular a nova Constituição foram os pontos de partida da pesquisa do sociólogo Júlio Aurélio Vianna Lopes sobre a elaboração da atual Constituição brasileira.

    A obra Bernardo Cabral: um jurista-político - Depoimentos concedidos ao pesquisador Júlio Aurélio Vianna Lopes apresenta a trajetória de um dos atores fundamentais da ordem democrática de 1988 e revela fatos desconhecidos e surpreendentes sobre a resistência à ditadura militar, o papel da OAB na sociedade civil emergente, o processo constituinte, a experiência do governo Collor e as reformas constitucionais.

    Além da transcrição em duas partes dos depoimentos do único remanescente da sistematização do processo constituinte, que contou com as participações efetivas de Ulysses Guimarães, Mario Covas e Afonso Arinos, o livro republica, ainda, texto editado pela própria Assembleia Constituinte de 1987-88 no qual, conforme a longa tradição dos juristas-políticos no país, constam as várias polêmicas institucionais sobre o advento da atual Magna Carta, bem como o discurso de despedida do Senado Federal e a sabatina de Bernardo Cabral no conselho técnico da Confederação Nacional do Comércio quando dos 25 anos da Constituição de 1988.

    Confira abaixo um trecho da introdução do pesquisador Júlio Aurélio Vianna Lopes, que colheu os depoimentos que integram a obra

    "No depoimento de Bernardo Cabral, colhido para este livro, sobressaem dois aspectos de seu papel político para o assentamento da atual ordem constitucional:
    • o exercício da relatoria por um “jurista-político”, portanto, com determinadas características (Werneck Vianna, 1986);
    • o perfil conciliador exigido pela fragmentação característica da dinâmica constituinte.
    A condição de “jurista-político”, apresentada por muitos políticos brasileiros (inclusive o próprio Rui Barbosa), desde o Império, advém da própria instituição das primeiras faculdades de direito no Brasil: o imperador as fundara para formar as elites políticas imperiais, o que, mesmo após a proclamação da República, forjou uma tradição bacharelesca na política brasileira, tornando o bacharelado em direito um costume efetivo no desempenho de relevantes cargos públicos — o que, ainda hoje, se verifica na forte presença de bacharéis em funções públicas (parlamentares ou não) e no acesso em geral aos postos da administração pública."

     

     

     

    Bernardo Cabral: um jurista-político

    (Depoimentos concedidos ao pesquisador Júlio Aurélio Vianna Lopes)

     

    Editora FGV

    Impresso: R$39

  • Postado por editora em Atualidades, Destaques em 11/09/2015 - 15:28

    Fayga Ostrower, com a curadoria de Anna Bella Geiger, é uma seleção das obras mais emblemáticas da artista no período de 1940 a 2001 lançada por nós em parceria com a Insight Comunicação.

    Fayga (1920-2001) foi uma artista e uma intelectual. Criadora de um sem-número de obras seminais, essenciais para o contexto do movimento abstracionista informal na arte brasileira, considerado uma das vanguardas dos anos 1950; ela também irá se tornar uma teórica da arte de seu tempo, autora de uma série de livros pedagógicos sobre as artes visuais. Para ela, a palavra não seria apenas um meio de expressão; a palavra, o pensamento, a articulação verbal de certas experiências eram também uma forma de realização.

    No expressionismo figurativo, alguns dos conceitos essenciais sobre arte pautavam-se no ideológico, e isto irá caracterizar a obra de alguns artistas dos anos 1940/50, principalmente aqui no Rio de Janeiro (houve outros como os artistas do  Clube de Gravura em Bagé e Porto Alegre, RS , mais ligados ao realismo social3), por atitudes como a escolha preponderante do uso de meios gráficos, em técnicas como a xilogravura e a gravura em metal, pelo próprio compromisso com o valor simbólico atribuído à obra gráfica.

    Isso significando que, além do fato da gravura, do desenho e da aquarela terem sido uma escolha de meios de ordem pessoal de Fayga, por razões ideológicas, tratava-se de uma postura crítica radical de todos esses artistas. Fosse quanto ao alto valor mercadológico da pintura em detrimento da criação gráfica, multiplicável, e, portanto, mais acessível; fosse como protesto social e artístico e também forma de resistência baseada na crença utópica da influência da arte sobre o social — uma convicção da qual compartilhavam, além de Fayga, Goeldi, Livio Abramo e Lasar Segal.

    A vida de Fayga e parte de sua obra estão disponíveis para download gratuito no nosso site.

    Uma excelente oportunidade de acessar um novo conhecimento e se encantar com a arte.

    Faça o download AQUI

    Confira uma pequena mostra da sua arte. Acesse também o Hotsite

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  • Postado por editora em Atualidades, Eventos, Promoções em 08/09/2015 - 18:09

    Mais uma Bienal do Livro do Rio e mais uma vez estamos lá.

    Até o dia 13 de setembro o Riocentro é a sede da leitura, dos livros e dos leitores.

    Nos espaços dedicados às atrações, o público pode participar de debates, bate-papos com personalidades e escritores, além das atividades culturais que promovem a leitura.

    São quase 400 editoras reunidas apresentando obras dos mais variados temas para toda a família.

    Este ano, os ingressos podem ser comprados com antecedência, pela internet, para impressão em casa. Aproveite esta dica para evitar filas no local. Confira esta vantagem clicando aqui

    Nosso estande está no Pavilhão Azul, Rua I. Pertinho do Café Literário.

    Todos que levarem um livro usado, em bom estado, poderão fazer as compras com 20% de desconto em nosso estande. Esta ação é muito importante. Participe e ajude-nos a ajudar instituições especiais com essas doações.

    Mais de 700 pessoas já foram nos encontrar. Queremos te encontrar por lá também.

     

    Confira como estamos:

     

     

  • Postado por editora em Atualidades, Destaques em 13/08/2015 - 15:56

    Qual a diferença entre o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça? Todos os cidadãos podem solicitar assistência jurídica à Defensoria Pública? Quais as funções de um juiz, de um promotor de Justiça e de um defensor?

    As respostas para essas e outras perguntas estão no livro Conhecendo a justiça brasileira, publicado por nós em parceria com a FGV Projetos.

    A obra torna acessível ao leitor sem formação jurídica o complexo funcionamento do Poder Judiciário e pretende fortalecer o papel do cidadão na sociedade como conhecedor de seus direitos e deveres, já que o processo democrático é fator vital para a formação de uma sociedade aberta e plural.

    Com prefácio do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, a obra é a primeira de uma série dedicada às instituições do país, cujo objetivo é facilitar o entendimento sobre a estrutura do poder público em seus diversos setores, aproximando o cidadão do Estado.

    Sua linguagem é clara e com foco na prática do dia a dia, apresentando exemplos que facilitam a compreensão do cidadão não formado em Ciências Jurídicas e deixando de lado a questão ‘Filosofia, Direito e Justiça’ para responder como funciona a justiça no Brasil, compreensão fundamental não apenas para a garantia de direitos e o cumprimento de leis, mas para o exercício da cidadania.

    Desse modo, Conhecendo a justiça brasileira é um livro que apresenta informação de qualidade e de forma fácil a qualquer interessado em entender a engrenagem e a estrutura do setor. Informação e conhecimento são condições para o crescimento sustentável da economia e da sociedade, capacitando indivíduos e fortalecendo instituições.

    De acordo com Cesar Cunha Campos, diretor da FGV Projetos e idealizador do livro:

    “O desconhecimento da população civil acerca do funcionamento da Justiça é a causa de muitas ações desnecessárias, que terminam por sobrecarregar o sistema e motivam críticas desmerecidas, além de problemas administrativos. Este livro é o primeiro de uma série dedicada às instituições brasileiras, com a qual esperamos contribuir para a aproximar o cidadão do Estado”.

     

     

    Conhecendo a justiça brasileira

    FGV Projetos

    Impresso: R$30,00

    Ebook: em breve

     

  • Postado por editora em Atualidades, Destaques em 29/07/2015 - 15:01

    As Publicações FGV Management acabam de receber uma nova série.

    A Série Direito Tributário, organizada pelos renomados professores da FGV Direito Rio, Joaquim Falcão (diretor), Sérgio Guerra (vice-diretor de ensino) e Rafael Alves (coordenador geral da pós-graduação em direito), foi desenvolvida para ser um importante instrumento na difusão do pensamento e do tratamento dado às modernas teses e questões discutidas nas salas de aula dos cursos de MBA e de pós-graduação, focados no direito tributário, desenvolvidos por esta escola.

    Os dois primeiros livros já estão disponíveis e tratam do Direito constitucional tributário em dois volumes.

    De acordo com o diretor da FGV Direito Rio, Joaquim Falcão, a série "sintetiza e permite maior divulgação para o público dos materiais usados em cada classe. Por sua clareza, tais sínteses vão além dos cursos de pós-graduação. Servem muito bem para a graduação também sobretudo para a graduação que tende a se especializar e se aprofundar em determinados campos das profissões jurídicas."

    Confira mais informações sobre os dois volumes do livro Direito constitucional tributário e aguarde os novos títulos que serão publicados em breve.

     

    Direito constitucional tributário | Vol. 1

    Este primeiro volume aborda o conceito de tributo e direito tributário; a validação constitucional das espécies tributárias; o federalismo fiscal e a repartição das competências tributárias e princípio da legalidade.

     

    Confira um pequeno trecho da obra:

    "Conceito de tributo: Inicialmente, importante consignar que, no âmbito do ordenamento jurídico pátrio, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 — CRFB/1988 deixou de estabelecer formalmente um conceito predefinido de tributo, atribuindo ao intérprete do direito o ônus de “perceber, atrás da fachada constitucional, a que princípios jurídicos se reportou o constituinte na parte tributária, no que diz respeito ao conceito de tributo, à repartição de suas espécies”1 e, assim, buscar o sentido e os contornos da expressão genérica “tributo”. Faz-se necessário, assim, interpretar sistematicamente as disposições constitucionais que arrolam as diversas espécies de exação, como impostos, taxas e empréstimos compulsórios, em conjunto com o disposto no art. 3o do Código Tributário Nacional — CTN, instituído pela Lei no 5.172 de 25/10/66, como se verá."

     

    Direito constitucional tributário | Vol. 2

    Este segundo volume aborda o princípio da isonomia/capacidade contributiva; princípio da irretroatividade/princípio da anterioridade; confisco, liberdade de tráfego, outros princípios e imunidades.

     

    Confira um pequeno trecho da obra:

    "Disciplina normativa do princípio da isonomia: O art. 150, inciso II, da CRFB/1988 é o dispositivo fundamental da isonomia tributária. Em sua primeira parte, o referido dispositivo veda aos entes públicos que instituam tratamento tributário desigual entre contribuintes que estejam em situação equivalente, numa verdadeira reafirmação do princípio da igualdade já erigidono art. 5o da CRFB/1988. A segunda parte do dispositivo, que muitos autores (como Luciano Amaro) consideram redundante, possui uma explicação histórica, vez que teve como objetivo a revogação de privilégios odiosos relativos ao Imposto de Renda em favor de ocupantes de cargos públicos (como os magistrados, por exemplo), privilégios consentidos pela formulação da regra do art. 21, inciso IV, da Constituição de 1967-69."

     

    Em conformidade com a metodologia da FGV Direito Rio, cada capítulo conta com o estudo de leading cases para auxiliar na compreensão dos temas. Com ênfase em casos práticos, pretendemos oferecer uma análise dinâmica e crítica das normas vigentes e sua interpretação.
    Seus organizadores pretendem fornecer o instrumental técnico-jurídico para os profissionais com atuação ou interesse na área, visando fomentar a proposição de soluções criativas para problemas normalmente enfrentados.

  • Postado por editora em Atualidades, Entrevistas em 22/07/2015 - 12:53

    Maquiavel é um dos autores mais lidos e citados por pensadores e por políticos do Ocidente, em geral associado a atributos que continuam a gerar escândalo e a alimentar a hipocrisia, com a legitimação do recurso a quaisquer meios que sejam eficazes para a realização de fins desejados. Daí, a associação do maquiavelismo à sumária frase “os fins justificam os meios”, como resumo da doutrina de Maquiavel - expressão que, de acordo com os organizadores, nunca foi usada por ele, mas lhe é amplamente associada na linguagem comum.

    Maquiavel no Brasil, obra organizada pelos professores Rodrigo Bentes Monteiro e Sandra Bagno, trata dos percursos da obra deste florentino, desde os primeiros movimentos da colonização no século XVI até os dias de hoje.

    Assista à série de 4 vídeos produzidos pela Companhia das Índias (UFF) sobre a obra, com os professores Rodrigo Bentes Monteiro, Gustavo Kelly de Almeida, Angela de Castro Gomes e Arthur Weststeijn.

    Em seguida, confira a apresentação do livro.

     

    Vídeo #1 | Memórias da revolta | Rodrigo Bentes Monteiro

    Vídeo #2 | Do paço ao castelo | Gustavo Kelly de Almeida

    Vídeo #3 | Vargas e Maquiavel | Angela de Castro Gomes

    Vídeo #4 | Nassau e Maquiavel - Arthur Weststeijn

     

     

    "Mesmo sendo um dos autores mais acometidos na história ocidental por diferentes formas de censura, desde o Quinhentos o florentino Nicolau Maquiavel (1469-1527) tornou-se uma referência imprescindível. Seu O príncipe mudaria a maneira de encarar o que os gregos antigos chamavam de ?? ????????, ou seja, as questões ligadas à política. Entre várias interpretações, ele seria reconhecido como o fundador da ciência política moderna, com suas obras revelando-se mina ainda hoje inesgotável de reflexões e debates. Como poucos escritos na história do Ocidente, O príncipe, junto a livros como os Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio e Da arte da guerra, alimentou ao longo dos séculos, disfarçada ou abertamente, uma vasta produção de análises e refutações, mas principalmente de grandes polêmicas. Embora Maquiavel tenha ganhado novos rumos, marcando de forma indelével os âmbitos político e militar em escala universal, bem como os meios literário, teatral, filosófico e historiográfico, e mais especificamente os ligados à realidade linguística e cultural, somente após três séculos a Itália seria politicamente unificada — algo por ele tão almejado.
    Ao aproximar-se a efeméride dos 500 anos do primeiro prenúncio da escrita d’O príncipe — encontrado na carta escrita por Maquiavel em 10 de dezembro de 1513 ao amigo Francesco Vettori, anunciando seu trattatello —, o professor Artemio Enzo Baldini, da Universidade de Turim, criou o projeto de pesquisa internacional Machiavellismo e Machiavellismi nella tradizione politica occidentale. Um de seus objetivos era ampliar o espectro tradicionalmente interessado nas investigações acerca do autor florentino.1 Procurou então envolver novas áreas linguísticas e geográficas, para além dos países europeus que, grosso modo, desde o Quinhentos lidavam de modo mais ou menos velado com seu pensamento e obra, que então circulavam de vários modos. Na América Latina, o modesto número de estudos sobre Maquiavel em língua portuguesa até o século XX poderia levar a crer que o Brasil tenha permanecido mais periférico ou menos influenciado pelo debate em tela.
    Ângela Barreto Xavier, Giuseppe Marcocci, Rodrigo Bentes Monteiro e Sandra Bagno foram honrados com um convite de Enzo Baldini para estudar quais maquiavelismos possivelmente marcaram as tradições históricas, culturais e linguísticas de Portugal e do Brasil. Países por muitos aspectos hoje tão próximos, mais ainda no tempo em que a monarquia portuguesa apresentava uma forte dimensão ultramarina, ou mesmo no século XIX, com a dinastia de Bragança perpetuada no Brasil imperial. Partindo de um quadro de pesquisa e informações bastante escasso, no tocante aos vestígios da presença e da recepção de obras de Maquiavel entre os séculos XVI e XIX, sobretudo no Brasil, foram organizados dois colóquios, no Rio de Janeiro e em Lisboa.
    Aos poucos, os investigadores perceberam que o quase vacuum era na verdade um plenum. Pois o aparentemente vazio poderia ser repleto de uma tipologia específica de maquiavelismo, elaborado com sabedoria em Portugal a partir da década de 1530, num momento ainda de livre circulação das obras maquiavelianas. Logo após, ele seria metabolizado no contexto da censura formal e católica, em torno de ideias sobre como conquistar e manter o poder, no conjunto de uma monarquia detentora de vastas conquistas coloniais — a propósito, das mais duradouras entre os impérios nascidos na Época Moderna. Portanto, trata-se de um maquiavelismo destinado a arraigar-se sem que (quase) ninguém pudesse materialmente ler O príncipe. Disfarçado, ele ficaria implícita e longamente associado, na consciência linguística e cultural lusófona, a conceitos como simulação/dissimulação — o campo semântico lexical escolhido pelos organizadores para representar uma das facetas do maquiavelismo luso-brasileiro.
    O presente volume apresenta um dos primeiros resultados e algumas hipóteses de pesquisa sobre a presença e as possíveis formas de recepção das obras maquiavelianas no Brasil. Entretanto, muito resta a fazer, pois, além dos documentos dispostos em bibliotecas e arquivos portugueses e brasileiros, ainda por serem estudados, há os pertinentes a outros países de língua portuguesa. Segue-se, assim, uma adaptação em forma de proêmio — lembrando os livros de Maquiavel — de uma conferência do professor Baldini, bem como um estudo introdutório ao conteúdo específico do livro."

     

    Maquiavel no Brasil: dos descobrimentos ao século XXI

    Orgs.: Rodrigo Bentes Monteiro e Sandra Bagno

    Impresso: R$49

    Ebook: R$35

  • Postado por editora em Atualidades, Destaques em 17/07/2015 - 14:35

    19 de julho é o Dia Nacional do Futebol.

    Resgatamos uma obra especial na versão ebook, dedicada especialmente para torcedores fanáticos, estudiosos sobre o tema, comentaristas, colunistas e profissionais do campo.

    A segunda edição do livro A nova gestão do futebol, de Antonio Carlos Kfouri Aidar, Marvio Pereira Leoncini, João José Trindade Oliveira, se lida hoje, certamente mostrará expectativas frustradas e projetos não concluídos apesar de propostos e discutidos há 15 anos.

    Mantido o prefácio de Pelé da primeira edição, e atualizado em 2002 com prefácio de Antonio Carlos Kfouri Aidar, o livro comenta e desmistifica as então recentes alterações na Lei Pelé; aborda o futebol como negócio que envolve marketing e profissionalização; compara as ligas brasileiras e apresenta estudos de casos sobre o desempenho do Manchester United, do Flamengo e do São Caetano, além de registrar parte da história do futebol, entre vários outros tópicos.

    Confira abaixo um trecho do capítulo Estudos de casos: Flamengo e São Caetano (Antônio Carlos K. Aidar e Marvio Pereira Leoncini)

    "INTRODUÇÃO

     Para não limitar a análise do processo brasileiro de profissionalização dos clubes de futebol (que se transformaram ou estão se transformando organizacional e/ou legalmente em empresas) às comparações entre informações genéricas e dados gerais do Brasil com exemplos concretos europeus, um estudo sobre dois clubes de portes diferentes que estão vivendo este processo serve como instrumento para apontar o melhor modelo para a realidade local.

    O Clube de Regatas Flamengo, seguido pela maior torcida do país, e a Associação Desportiva São Caetano, que representa o universo dos times de apelo local, servem como objetos de estudo que apontam o modelo ideal para um processo de profissionalização capaz de chegar ao sucesso.

    O caso do Flamengo (que firmou parceria com uma empresa especializada em marketing esportivo) é um exemplo típico de clube-empresa focalizado na exploração da marca do clube. Já a Associação Desportiva São Caetano representa o foco na formação de talentos para o mercado de jogadores. Os dois casos seguem os princípios de maximização de receitas e controle de custos, juntamente com a busca de performance técnica, pois mesmo para a venda de jogadores, como é o caso do São Caetano, a obtenção de bons resultados técnicos é fundamental.

    ESTUDO DE CASO 1: CLUBE DE REGATAS FLAMENGO

    Dois fatores foram fundamentais para a consolidação do processo de parceria entre o clube e o investidor: o primeiro relacionado à grave situação financeira do clube e o segundo relacionado à nova visão estratégica concebida pela recém-eleita diretoria do clube. Num primeiro momento, em 1998, paralelamente ao início da vigência da Lei Pelé, as dívidas do clube já atingiam a cifra de R$80 milhões.

    Com a entrada de uma nova diretoria, as ideias centrais constantes no seu projeto de longo prazo caracterizaram um marco da mudança de visão estratégica para o clube, na tentativa de reverter o processo de agravamento de sua crise financeira. Para mudar a situação naquele momento, tais ideias focalizavam os esforços da nova diretoria na alavancagem de receitas, através de investimentos e ações na área de marketing para a valorização da marca Flamengo, e previam, ainda, a construção de um estádio na Baixada Fluminense.

    A primeira opção vislumbrada pelo clube para a implementação de seu plano estratégico foi o lançamento de debêntures, uma opção pelo mercado de capitais que se aproxima da via usada pelo Manchester United.

    No entanto, a falta de credibilidade dos clubes de futebol em geral junto ao mercado dificultaria a venda das debêntures. Além disso, a enorme dívida do Flamengo exigiria um valor muito elevado de recursos para cobrir estas dívidas e permitir os investimentos necessários (contratações, construções e reformas etc.). Finalmente, seria muito difícil a aprovação do processo de lançamento de debêntures pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), dados os números históricos do Flamengo.

    A solução foi a criação de uma parceria com algum investidor com experiência comprovada na área de marketing esportivo e exploração de marcas. Um projeto inicial foi conduzido pela Pelé Sports, que atuou como adviser da operação, montando um modelo de parceria e prospectando para possíveis investidores o potencial do negócio relacionado à marca Flamengo (este projeto envolveu, basicamente, pesquisas de mercado que subsidiaram a projeção do potencial de geração de receitas relacionadas à marca Flamengo).

    A modelagem do contrato de parceria foi a fase de concepção do modelo de parceria mais adequado para a real situação do Flamengo, segundo informa a Pelé Sports, que atuou junto ao investidor.

    Neste processo, a agência operadora de marcas, a suíça International Sports Leisure (ISL), fez suas primeiras ofertas com a intenção de negociar apenas a terceirização da exploração da marca do clube.

    No entanto, tendo em vista a situação geral e, principalmente, financeira do clube, percebeu-se que não adiantaria apenas licenciar a marca sem os urgentes investimentos nas áreas primordiais que dão suporte à marca: contratações de jogadores, manutenção de um time vencedor e o pagamento das dívidas. Com isto, o modelo de terceirização e licenciamento da marca Flamengo foi aprimorado e passou a incluir tais pagamentos, investimentos e o fomento dos recursos necessários para a operação do clube. A seguir, em concordância com o estatuto do clube, a proposta da ISL foi avaliada e aceita pelas comissões responsáveis por tal avaliação e o processo de negociação teve início.

    Durante a negociação, movimentos políticos (do clube) tornaram o processo mais lento, porém mais transparente. O jogo político entre correntes no clube — cujo objetivo não é necessariamente a maximização dos resultados financeiros ou em competições, mas a detenção do poder dentro do clube — mostrou-se uma variável inerente aos processos de modernização do futebol brasileiro.

    O caso do Flamengo serve para mostrar que ferramentas podem ser exploradas para contornar esse viés político e adequar a estrutura aberta e pulverizada de poder em um clube às necessidades de tomadas de decisões racionais e ágeis de um clube-empresa moderno.

    A Pelé Sports preparou um vídeo explicativo para a apresentação do projeto, que foi fundamental para a aprovação da parceria pelo conselho do clube.1 Ao mesmo tempo, foi contratada uma consultoria, com o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega entre seus consultores, para comparar as propostas existentes, feitas pela ISL e pelo grupo financeiro americano Hicks Muse Tate & Furst.

    O trabalho da consultoria sugeriu a proposta da ISL como a melhor.

    MODELO DE TRANSFORMAÇÃO/PARCERIA ADOTADO

    O modelo de parceria aprovado pelo conselho do Flamengo é o de licenciamento da marca com financiamento das operações esportivas do clube através de um orçamento anual fechado. Neste modelo, a ISL cria uma empresa, a Flamengo Licenciamentos, para administrar todas as receitas ligadas à exploração da marca Flamengo, com exceção das receitas que o clube obtém com arrecadações de sócios antigos (comumente chamada de parte social) e aluguéis de imóveis do clube.

    No entanto, o que caracteriza e diferencia o modelo de parceria do Flamengo é sua real autonomia para a gestão do futebol e de outros setores de sua estrutura clubística.

    A escolha deste modelo de parceria clube-empresa se deu por duas razões fundamentais. Com relação ao Flamengo, o conselho deliberativo do clube não aprovaria uma proposta de parceria que significasse qualquer tipo de venda (vide descrição dos modelos de transformação clube-empresa no capítulo 7) nem que contemplasse explícita e contratualmente a ingerência do parceiro na gestão de qualquer um dos departamentos do clube. Logo, a proposta da ISL de colocar tais condições no contrato de parceria foi revista para que o negócio se concretizasse.

    Apesar de inicialmente ter proposto ingerência em decisões de contratações e vendas de jogadores e comissão técnica, a ISL recuou, acreditando que a marca Flamengo valeria o risco da “não-ingerência”.

    Com relação ao investidor, a retirada de cláusulas que previam ingerência do parceiro na gestão das atividades desportivas do clube não era normal, mas estava sendo feita em função do enorme potencial econômico que representava a marca Flamengo no Brasil.

    Dos casos de parceria ocorridos até agora, apenas o do Vasco da Gama tem esta independência. Os demais apontam sempre ingerência do investidor. É muito difícil a injeção de recursos sem qualquer forma de interferência na gestão.

    O aporte de recursos (investimentos iniciais e orçamentos anuais) foi calculado para que o clube pudesse ter condições de sanear sua situação financeira e ao mesmo tempo investir e manter um grande time de futebol. Os valores e acordos contratados no negócio são detalhados a seguir.

    INVESTIMENTO INICIAL

    Estão previstos US$80 milhões para pagamento de dívidas e ações trabalhistas (prioridades), contratações de jogadores e construção e reforma de centro de treinamento, divididos da seguinte maneira: _ pagamento de dívidas — US$20 milhões (se necessário, o contrato permite a transferência de recursos destinados à contratação de jogadores e à construção do centro de treinamento para que as dívidas sejam cobertas prioritariamente);

    _ contratações de jogadores — US$40 milhões; _ construção e reforma do centro de treinamento — US$20 milhões; como a dívida do clube já superou o valor inicialmente projetado, atualmente o valor destinado à construção do centro de treinamento baixou de US$20 milhões para US$14 milhões.

    FINANCIAMENTO DAS OPERAÇÕES

    O financiamento das operações do clube está previsto em contrato como um orçamento anual “fechado” de R$60 milhões, sem restrições quanto à forma de utilização destes recursos. Este valor é pago em parcelas mensais e corrigido trimestralmente pela variação

    do índice geral de preços do mercado (IGP-M), publicado pela Fundação Getulio Vargas. A parte social, além de continuar recebendo as contribuições de seus sócios, poderá também utilizar uma parte desses recursos. Se pensarmos na nossa definição de gestão estratégica eficaz de um clube de futebol, isto indica, por um lado, que o parceiro adotou a estratégia do controle de custos através deste orçamento “fechado” e, por outro, que será o clube, e não o investidor, o responsável pela correta gestão dos recursos provenientes deste orçamento.

     GESTÃO DAS RECEITAS

    O contrato prevê a transferência da gestão das receitas ligadas ao futebol e à marca Flamengo no mundo para o investidor: bilheteria, direitos de TV, licenciamentos de produtos, venda de patrocínios e qualquer outra fonte potencial relacionada à exploração da marca Flamengo.

     CONSTRUÇÃO DE ESTÁDIO

    O contrato prevê a construção de um estádio (na forma do que se convencionou chamar de arena multiuso) num período de até cinco anos, com capacidade para 60 mil pessoas, telões e placar eletrônico, 5 mil cadeiras especiais, 150 camarotes em posições privilegiadas do estádio, restaurantes internacionais, butiques, praça de alimentação, elevadores panorâmicos, estacionamentos funcionais etc. (As receitas de exploração do estádio ficam com a ISL durante a vigência do contrato, aliás, como ficam todas as receitas do Flamengo.)

    DIVISÃO DE LUCROS

    Os lucros, enquanto o investimento feito pela ISL não for coberto, serão divididos da seguinte maneira: 25% para o clube e 75% para a ISL, descontada a taxa de administração de 10% sobre as receitas (ou seja, de todas as receitas são deduzidos os R$60 milhões e mais os 10% sobre as receitas cobrados a título de taxa de administração, e que na verdade já constituem receita da ISL). Só depois da cobertura desse investimento, ou seja, quando, através de sua retirada acumulada de lucros, a ISL tiver recuperado os US$80 milhões, é que a divisão será igualitária, novamente descontada a taxa de administração cobrada pela administradora da marca.

    Esta participação nos lucros é muito maior do que a obtida pelo Corinthians, por exemplo, em sua parceria. Mas vale comentar que a taxa de administração, inexistente no caso Corinthians, aumenta a fatia do investidor e reduz a do clube. De qualquer forma, nossas considerações no capítulo 7 já mostravam que os números obtidos pelo Flamengo em sua negociação são melhores do que os alcançados pelos outros clubes.

    Atualmente, o faturamento projetado para os próximos três ou quatro anos está abaixo do valor de R$60 milhões, orçamento operacional do clube (este ano está em R$45 milhões, valor igual ao de 1999), o que significa que somente daqui a quatro anos o investidor começará a obter lucros operacionais e, portanto, a distribuí-los ao clube (conforme as percentagens e descontadas as taxas de administração descritas anteriormente). Uma das razões fundamentais para esta demora na elevação das receitas é que os contratos de televisão, cerca de 35% das receitas globais, estão com valores definidos até 2004. A título de ilustração, dessa receita global de R$45 milhões previstos também para o ano de 2000, 20% correspondem a receitas com bilheteria, 35% com TV e 45% com patrocínio e merchandising.

    NEGOCIAÇÃO DE JOGADORES

    As receitas provenientes de negociação dos jogadores atuais não fazem parte do contrato (isto é, são exclusivamente do clube), mas as decorrentes dos jogadores revelados (ou profissionalizados) a partir da vigência do contrato serão divididas meio a meio.

    PERÍODO DO CONTRATO DE PARCERIA

    O período do contrato é de 15 anos, prorrogáveis pelo mesmo período.

    OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DA NOVA ORGANIZAÇÃO

    Como em qualquer parceria, uma confluência de objetivos deve ser buscada para que a organização resultante consiga gerir adequadamente seus recursos e, consequentemente, obter os resultados esperados.

    Os objetivos estratégicos da nova configuração organizacional resultante do contrato de parceria assinado entre o C. R. Flamengo e a ISL se relacionam diretamente aos respectivos know-hows de ambas as partes. Para o investidor, reconhecidamente uma empresa de sucesso dedicada à atividade de marketing esportivo e exploração de marcas, o principal objetivo da parceria é o lucro através da exploração da marca Flamengo. “A estratégia da ISL é vender o espetáculo, e não os artistas”, diz o diretor da Pelé Sports, Helio Viana. Para a realização do lucro, o aspecto de controle salarial foi mencionado como uma questão importante para o investidor, que, na prática, exerce tal política através de um orçamento anual fechado.

    Já para o C. R. Flamengo (um clube tradicionalmente eficiente na formação de talentos e experiente em termos de gestão esportiva), com a assinatura do contrato de parceria, o objetivo de conquistar títulos e, assim, expandir sua marca mundialmente se torna compatível com o objetivo do parceiro comercial, como diz o presidente do clube, Edmundo Silva.

    Para que o investidor consiga obter lucros, é importante para ele, além do controle de custos, buscar maximizar suas receitas relacionadas à exploração da marca Flamengo, o que depende fundamentalmente do desempenho em campo do time, havendo, assim, uma confluência de objetivos de clube e investidor. As recentes contratações de Denílson, Edílson e Gamarra estão comprovando esta estratégia.

    Inclusive, os primeiros jogos no Maracanã tiveram público maior que o dos jogos anteriores da mesma competição.

    Quanto às medidas de desempenho relacionadas aos objetivos  estratégicos do clube-empresa, o vídeo preparado pela Pelé Sports e apresentado no dia da votação da proposta de parceria pelo conselho deliberativo do clube mostra os resultados obtidos pelo clube ao longo dos últimos anos, considerando critérios de desempenho globais e específicos. A relação diretamente proporcional entre performance técnica e receitas fica demonstrada com a queda de 80% na venda de camisas do clube de 1995 até 1998 juntamente com a falta de conquistas significativas dentro de campo, ambos os fatos relacionados com o aumento da dívida do clube. Além disso, o que ficou claro neste vídeo foi tanto a preocupação da ISL com relação a estes números quanto suas declarações sobre as metas e planos estratégicos que nortearão a gestão da parceria para a melhoria dos critérios principais de desempenho: lucro e performance técnica.

    Por exemplo, quanto à melhoria na capacidade de geração de receitas, a ISL prevê que o futuro estádio do clube (concebido para ser uma arena moderna de entretenimento) poderá gerar cerca de US$30 milhões por ano e que a parte social do clube será reestruturada (com a construção de novas instalações e de um shopping de entretenimento ao lado do clube) para se transformar num centro moderno de entretenimento em massa e conquistar novos sócios. Já para a melhoria da performance técnico-esportiva (no futebol e em outros esportes olímpicos), a ISL, além dos investimentos em contratações de jogadores, prevê investimentos na construção de uma “academia de esportes”  para dar suporte total ao desenvolvimento das atividades esportivas do clube.

    O modelo de gestão estratégica da nova configuração resultante da parceria clube-empresa visa a permitir que os seguintes objetivos estratégicos sejam atingidos: _ lucro — assim como no caso do Manchester United, a parceria entre clube e investidor, no caso do Flamengo, também visa ao lucro através da operação dos negócios relacionados à exploração comercial do futebol e da marca Flamengo; _ desempenho em campo — a conquista de títulos esportivos é o objetivo primordial dos dirigentes do clube e, principalmente, da torcida; além disso, como o desempenho em campo do time é o principal fator que explica a geração de receitas ligadas ao futebol, a melhoria do desempenho em campo (objetivo do clube) tende a melhorar sua geração de receitas e, consequentemente, levar a um aumento no lucro do parceiro.

    No Flamengo, o plano de investimentos do parceiro ISL deixa clara a intenção de buscar a maximização das receitas: _ através da construção de uma arena multiuso, o que propicia um aumento no escopo dos serviços oferecidos aos torcedores (restaurantes, estacionamentos, museus etc.) e na capacidade de geração de receitas com o estádio (além da tradicional receita com bilheteria nos dias de jogos, outros eventos esportivos e de entretenimento poderão gerar receita durante todos os dias do ano); _ através de um plano de contratações que visa a trazer ídolos para o clube e, ao mesmo tempo, a melhorar seu desempenho em campo na busca de títulos esportivos, com a conseqüente melhoria na geração de receitas.

    O controle de custos se dá mediante a imposição, pelo investidor, de um orçamento anual fechado de R$60 milhões, que é gerido independentemente pelo clube.

    Já a estrutura e a gestão das funções são fatores marcantes na atual estrutura organizacional resultante da parceria entre clube e investidor, no que se refere à gestão do negócio futebol. Mas o maior desafio refere-se à não-ingerência do investidor nas decisões importantes relacionadas à política de contratações e demissões do clube, que podem, por exemplo, afetar a estratégia de marketing do investidor (já que este, por exemplo, pode considerar a permanência de ídolos no elenco uma estratégia importante, mas não tem poder formal para garantir este fato, já que a decisão de compra e venda de jogadores é exclusivamente do Flamengo)."

     

     

    A nova gestão do futebol

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  • Postado por editora em Atualidades, Destaques, Opinião em 13/07/2015 - 13:45

    O diplomata e internacionalista João Paulo Soares Alsina Júnior lança obra que revisa a imagem de ‘pacifista’ ligada ao barão do Rio-Branco e apresenta um novo perfil do patrono da diplomacia brasileira – o de um homem pragmático e consciente da importância do uso do poder militar na proteção dos interesses brasileiros.

    O livro Rio-Branco, grande estratégia e o poder naval apresenta uma reinterpretação do pensamento e da ação do barão do Rio-Branco baseada em meticulosa investigação histórica e bibliográfica sobre o seu papel no esforço de modernização e fortalecimento da Marinha no começo do século XX, momento sem precedente em termos de ampliação das capacidades bélicas do Brasil.

    Contrariando a figura registrada pela historiografia oficialista, Alsina Júnior mostra que Rio-Branco era um realista da melhor escola bismarckiana, pois sempre associou o êxito da ação diplomática a uma prévia avaliação da correlação de forças e a uma bem calibrada ameaça do uso do poder militar.

    Confira a breve resenha da obra e alguns depoimentos especiais sobre sua importância:

    "O Brasil atravessa crise profunda, cuja solução, ainda que parcial, demandará uma verdadeira reinvenção do País. Um novo olhar sobre a história representaria passo importante nessa direção: "Rio-Branco, Grande Estratégia e o Poder Naval" nos ajuda a refletir sobre o que fizemos de errado ao longo do nosso percurso histórico e os mitos do passado que nos aprisionam ainda hoje.
    Ao reinterpretar o legado de um dos emblemas do nacionalismo brasileiro, Alsina Jr. nos apresenta um barão do Rio-Branco muito distinto daquele difundido pelas narrativas oficialistas. O programa de reorganização da Marinha na primeira década do século XX - a mais importante iniciativa de incorporação de armamento naval da nossa história - serve de pano de fundo para a inquirição sobre a visão de mundo do Patrono do Itamaraty.
    O brilhante estudo desenvolvido pelo autor nos revela um estadista pragmático, realista, profundamente consciente de que, sem poder militar respeitável, o país estaria condenado à dependência e a uma posição subalterna no concerto das nações. Rio-Branco defendia a estreita simbiose entre diplomacia e defesa, voltada a permitir que o Brasil atuasse no plano internacional a partir de posição de força, jamais de fraqueza.
    Como decisiva contribuição à historiografia sobre um dos raros heróis nacionais brasileiros, este livro está destinado a se tornar marco incontornável sobre a obra do nosso diplomata-mor e o papel desempenhado pelas Forças Armadas na história do País."

    Depoimentos:

    "Ao mostrar, com precisão analítica e factual, os equívocos do oficialismo historiográfico acerca do barão – que o vê como um pacifista que só esgrimia argumentos históricos e geográficos -, o trabalho de Alsina Júnior está destinado a ser um ponto de inflexão nos estudos sobre a vida e a obra do nosso maior diplomata." Carlos Ivan Simonsen Leal, Presidente da Fundação Getúlio Vargas

    "João Paulo Alsina Jr. alerta para um tema que continua válido hoje, como ao tempo de Rio Branco: o desenvolvimento em paz e tranqüilidade precisa do respaldo de poder militar que o garanta. Rio Branco entendia assim, para o bem de nossa história."  Mario Cesar Flores, Almirante-de-Esquadra

    "(...) um estudo impressionante (...) Baseado em pesquisa exaustiva João Paulo Alsina Jr. demonstra que o Barão do Rio-Branco (...) apoiou o rearmamento naval (...) para atingir, a um só tempo, os objetivos diplomáticos que proporcionaram a atual conformação geográfica do país e a posição proeminente obtida no equilíbrio regional de poder no início do século XX. No Brasil contemporâneo, o mantra oficial de que "o Brasil não tem inimigos" tanto interpetra equivocadamente a realidade da diplomacia esposada pelo Barão do Rio-Branco quanto demonstra que o Brasil ainda não está pronto a assumir a liderança regional, sem falar na global, que se esperaria de um país com tamanho, população e riqueza equivalentes."  Thomas Bruneau, Professor Emérito, Naval Postgraduate School, Monterey, California.

     

     

    "João Paulo Alsina Jr., o mais destacado diplomata-acadêmico de sua geração, lustra o legado de Rio Branco. Diplomatas sim são importantes para um país. E sobretudo para o Brasil, pois foi sob a égide do maior de todos que se construíram as nossas fronteiras. Por sinal, o Brasil deve ser o único país no mundo que tem um diplomata como Herói da Pátria. O novo e instigante trabalho de Alsina Jr. honra as tradições semeadas pelo nosso patrono."  Hélio Vitor Ramos Filho, Embaixador

    "O Brasil sempre foi um país pacífico que resolveu os seus conflitos pela via diplomática. (...) Ou não? Com profundidade erudita e fervor nacional,  Alsina Jr. demonstra que o Barão não agia por principismo nem juridicismo abstrato. (...) Foi esse pragmatismo que o levou a desenvolver instrumentos de hard power, entre os quais o estratégico poder naval. Combinando a análise histórica das políticas externa e de defesa do Brasil, este livro é fundamental para perceber a brecha que separa o discurso oficial da realidade dos fatos."  Andrés Malamud, Professor de Ciência Política,  Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa

     

     

     

     

    Rio-Branco, grande estratégia e o poder naval

    Editora FGV

    Impresso | R$45

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