internet

  • Postado por editora em Atualidades, Eventos em 16/04/2013 - 14:12

     

    Em discussão há três anos no plenário, o projeto do Marco Civil da Internet pretende estabelecer regras, direitos e deveres no ambiente virtual brasileiro.

    Considerado uma espécie de “Constituição da internet", o texto estabelece os conceitos básicos da navegação aonde se apoiarão projetos e leis futuras sobre o mundo digital.

    A liberdade de expressão, a proteção da privacidade e dos dados pessoais dos usuários e o estabelecimento da neutralidade da rede são princípios básicos da internet previstos nesse projeto, mas a atuação dos provedores de acesso na guarda dos logs (dados de conexão do usuário, que incluem endereço IP, data e hora do início e término da conexão) por um ano, também está prevista para o auxilio na identificação dos usuários que cometam algum tipo de crime virtual.

    ‘A neutralidade de rede como princípio garantidor da livre concorrência e circulação de ideias’ e ‘A responsabilidade dos provedores de aplicação de Internet e o sistema notice and take down’ serão os principais assuntos abordados no Seminário organizado pela FGV Direito Rio amanhã, 17/4, em Brasília.

    A entrada no evento é franca e as vagas são limitadas.

    Saiba mais em http://direitorio.fgv.br/seminario-marco-civil-da-internet.

    Arquivos:
  • Postado por editora em Atualidades, Entrevistas em 25/10/2012 - 17:33

    A História não é mais a mesma. O conteúdo estático, impresso como verdade absoluta em livros pesados (e que, muitas vezes, levavam anos para ter uma atualização), ganhou a internet. Com direito a twitter, Facebook e até rede social – como no caso do Café História. O espaço, criado em 2008 pelo jornalista e historiador Bruno Leal, reúne conteúdo produzido pela equipe e a colaboração dos usuários. Mais de 47 mil pessoas compartilham vídeos, fotos, discussões e artigos, abordando de forma muito mais dinâmica e democrática assuntos do Brasil e do mundo. A principal vantagem de tudo isso? Multiplicar as possibilidades de escrita e interpretação da história.

    Bruno respondeu a 3 perguntas nossas. Confira:

    1. Como a internet e, em especial, as mídias sociais influenciam o registro e a divulgação da história?

    Enumero três grandes mudanças: a) As novas mídias estão contribuindo para uma aceleração da história. Os jornais online, os blogs e as redes sociais relatam um número quase infinito de eventos, segundo a segundo. Ora, isso provoca uma mudança no status da categoria “acontecimento”, uma expansão daquilo que Benedict Anderson chamava de “comunidades imaginadas”. E a nossa comunidade imaginada de hoje vive a história intensamente, globalmente, mais do que qualquer outra civilização. Não à toa, nunca se discutiu, pesquisou, escreveu e publicou tanta história contemporânea.

    b) As novas mídias estão incrementando a produção e a disseminação do conhecimento histórico. Para explicar isso, invento uma historinha: uma instituição pública de Londres digitaliza um fundo histórico inteiro. Mais de 5 mil documentos, que podem ser vistos e copiados gratuitamente por qualquer internauta. E mais: é possível fazer busca por palavra-chave nesse fundo digitalizado. Resultado: a publicação do fundo na internet democratiza o acesso à informação; gera cópias que impedem a perda ou o esquecimento do documento; possibilita mais estudos sobre um mesmo assunto; poupa tempo e favorece novos olhares ao pesquisador; permite que historiadores de diferentes lugares do mundo abordem objetos de estudo que antes lhes eram vetados, fosse por custos ou por distância.

    c) As novas mídias fortalecem o espírito de uma comunidade especializada. Ao usarem blogs, redes sociais, e-mails e outras ferramentas online, os historiadores têm à disposição uma inteligência coletiva poderosa, que é a própria comunidade de historiadores, antes não tanto articulada, organizada, conhecida.

    2. Ser historiador, hoje, é uma boa ideia?

    Ser historiador hoje não é uma boa ideia. É uma ótima ideia (risos). Todas essas transformações, todos esses desafios fazem da história uma área muito mais interessante. O historiador não é mais o sujeito associado somente ao velho, ao que é do passado, habitante do arquivo. Ele também deve ser visto como aquele que: discute os processos complexos do presente; compartilha suas descobertas não só com a comunidade científica (mas também com os não historiadores); e se apropria das novas mídias para alcançar melhores resultados e provocar reflexões. O historiador hoje trabalha em muitas frentes: é pesquisador, professor, consultor, empresário, correspondente, comentarista, blogueiro.

     3. Como você imagina o ensino de história daqui a 50 anos?

    Dizem que o historiador é o profeta do passado. Pensar o futuro não é exercício assim tão comum para nossa “espécie”. Mas vamos lá: em 2062 eu vejo (ou desejo?) o ensino de história preocupando-se menos com o factual e mais com as relações, com as conjecturas, com a problematização dos fatos; o professor de história mais interdisciplinar, multimídia e (claro!) ganhando um salário muito mais justo; uma sala de aula sem quadro-negro e sem carteiras viradas para um mesmo lugar; alunos interessados no que está sendo discutido, não apenas porque “vai cair na prova”, mas porque isso faz muito sentido para suas vidas, faz parte do seu mundo.

Subscrever internet