gestão pública

  • Postado por editora em Atualidades, Destaques, Entrevistas em 24/02/2014 - 14:15

    Em parceria com a FGV EBAPE e IBRE, a Editora FGV lança o livro 'Gestão pública: a perícia criminal em foco'.

    A origem dessa obra parte da percepção da importância de uma abordagem mais particular sobre os diversos aspectos da criminalística no Brasil, muito pouco tratada em estudos ou publicações disponíveis.

    Reunindo os resultados de diversos estudos realizados durante o mestrado na FGV/EBAPE, o livro trata-se, de acordo com professor Joaquim Rubens Fontes Filho, de:

    "um extrato das dissertações dos alunos da primeira turma (de duas) do mestrado acadêmico com ênfase em criminalística, e todos os capítulos foram escritos pelos alunos em parceria com seu orientador (ou orientadores).  Os alunos são tanto peritos da Polícia Federal quanto das polícias civis de vários estados... Assim, o livro teve como duas principais motivações: (1) ampliar o conhecimento na área de criminalística no Brasil, com base nas pesquisas dos alunos; e (2) fortalecer a parceria discente-docente."

    Entrevistamos a professora Márcia Aiko Tsunoda, que organizou a obra junto aos professores Joaquim Rubens e Flávio Carvalho de Vasconcelos, sobre alguns pontos dessa publicação. Confira a seguir:

     

     1.       Qual o principal elo entre a gestão pública e a perícia criminal?

    A qualidade da gestão pública no Brasil vem evoluindo de forma gradativa, assim como a compreensão da sociedade com relação à importância de se gerir bem o recurso público. Neste contexto, a gestão da Perícia Criminal, como parte imprescindível das políticas de segurança pública e da efetivação da justiça no país, merece atenção e estudos que fomentem a melhoria de sua atuação, em busca da diminuição da impunidade e, consequentemente, da diminuição da criminalidade no Brasil. A qualidade da prova material é fator fundamental para solucionar crimes, e tal qualidade só pode ser atingida com uma boa gestão dos órgãos periciais.

     

    2.       Na apresentação do livro podemos encontrar a afirmação de que a publicação desses estudos caracteriza-se por ser ‘tanto uma contribuição ao conhecimento quanto à própria democracia’. Quais são os principais argumentos da perícia criminal como instrumento de democracia?

    Pode-se, de forma simplista, definir democracia como o governo do povo, pelo povo e para o povo, um governo que garante os direitos dos cidadãos. Não se trata apenas de realizar eleições democráticas. É preciso promover a participação de todas as classes, todas as crenças, todas as culturas. É preciso também, para a efetivação de uma sociedade democrática, garantir a justiça como forma de estabelecer as regras e buscar a equidade. E então, na busca pela efetiva justiça, chegamos à perícia criminal, que exerce função essencial para o esclarecimento da verdade, pois através dos exames periciais é possível identificar o crime, a autoria, a dinâmica dos fatos, sempre com isenção e imparcialidade. Contra fatos não há argumentos.  Desta forma, a perícia criminal age como instrumento de garantia dos direitos individuais, baseada na ciência e na imparcialidade, sendo portanto um instrumento da democracia.

     

    3.       Qual o objetivo de se destacar junto ao público especializado e a sociedade como um todo a importância da perícia criminal no Brasil?

    Infelizmente, quando se trata de problemas, não só de gestão, costuma-se remediar os sintomas, ao invés de se erradicar a causa. Pesquisas mostram frequentemente que um dos maiores problemas reconhecidos pela sociedade brasileira é o da segurança pública. Sabe-se que um dos fatores-causa do aumento da criminalidade é a certeza da impunidade. Segundo a pesquisa "Mapas da Violência 2011", divulgada pelo Ministério da Justiça, apenas 8% dos crimes de homicídio são solucionados no Brasil. Um dos motivos apontados pelo estudo é a falta de infraestrutura e pessoal das polícias técnicas nos estados para obtenção de provas, ou seja, a falta da perícia criminal. Em tempos de reivindicações, manifestações e portais de transparência, acredito que a compreensão do papel da perícia criminal e a exigência da sociedade para que ela exista, atue e traga os resultados esperados, de forma a diminuir a sensação de impunidade, sejam efetivas bandeiras de luta.  O objetivo, portanto, é levar ao conhecimento das pessoas a importância de exigir do Estado uma perícia criminal forte e isenta, sem que seja necessário para isso passar pela trágica situação de ter um conhecido assassinado e o local de crime não periciado, devido ao número insuficiente de peritos criminais no país.

     

    4.      O fato de alguns órgãos periciais criminais fazerem parte da estrutura das polícias não atrapalha a isenção necessária ao trabalho pericial?

    Existem diversas recomendações, nacionais e internacionais, que afirmam a necessidade de autonomia dos órgãos periciais para uma atuação isenta, de modo que toda ingerência sobre os laudos periciais criminais produzidos seja neutralizada. São exemplos dessas recomendações o Plano Nacional de Segurança Pública (2002), a Conferência Nacional de Segurança Pública (2008), a Conferência Nacional de Direitos Humanos (2000-2008), o Programa Nacional de Direitos Humanos (2009), o Relatório da National Academy of Science dos EUA (2009) e o Relatório do Subcomitê de Prevenção da Tortura da ONU (2012). Teoricamente, a autonomia pode existir em qualquer estrutura organizacional, mas na prática o que se observa é que a garantia da imparcialidade e isenção, nos casos de subordinação a órgãos policiais, fica condicionada ao bom senso e a vontades políticas de pessoas. Acredito que o órgão pericial deva ser realmente independente e autônomo, trabalhando em conjunto com todos os atores envolvidos no processo penal: Polícia, Ministério Público, Defensoria Pública, Magistrados, para que a busca da verdade dos fatos seja sempre garantida, em prol da sociedade.

     

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    Gestão pública: a perícia criminal em foco

    Organizadores: Flavio Carvalho De Vasconcelos, Joaquim Rubens Fontes Filho, Márcia Aiko Tsunoda

    R$65

     

  • Postado por editora em Atualidades, Entrevistas em 22/07/2013 - 14:14

    A Editora FGV lança o livro 'A reforma esquecida: orçamento, gestão pública e desenvolvimento' e traz à tona algumas questões sobre a 'reforma orçamentária':

     

     

     

     

    “Por que a noção da importância do orçamento e, portanto, o interesse por ele parece ter se perdido?”; “Quais as consequências do conformismo com essa situação?"

    Essas e outras questões são abordadas neste livro, que também avança em sugestões para o debate sobre o aperfeiçoamento do processo orçamentário brasileiro, tendo em conta a realidade nacional e as experiências de reforma realizadas em outros países. Nele, o leitor encontrará vários elementos para refletir sobre o esquecimento a que foi relegada a reforma orçamentária e contribuir para que ela seja lembrada.

    Fizemos 3 perguntas aos autores Fernando Rezende e Armando Cunha, levantando outras questões.

    Confira essa entrevista exclusiva:

     

    1. Por que a reforma orçamentária se arrasta por tantos anos sem uma solução satisfatória?

    O título do livro – A Reforma Esquecida – é uma primeira pista para responder a essa pergunta. Na verdade, não há uma reforma orçamentária ‘que se arrasta por tantos anos’. O grande desafio inicial associado com a reforma orçamentária é, exatamente, o de se alcançar um grau mínimo de mobilização social e política sobre a necessidade de mudança no processo orçamentário no setor público brasileiro.

    A necessidade da reforma vem aumentando e se tornando mais urgente em função das transformações econômicas, políticas e sociais na sociedade brasileira nesses últimos 30 anos. O Orçamento Público, como principal mecanismo da ação governamental, reflete o ordenamento jurídico, as relações de poder na república e na federação, o conteúdo das escolhas que anualmente ocorrem  para utilizar os recursos extraídos da sociedade e  a forma por meio da qual essas escolhas são feitas. No âmbito das organizações governamentais, consideradas em seus diferentes níveis de autonomia administrativa e financeira, o orçamento constitui-se em poderoso instrumento de gestão.

    Sob essa ótica multifacetada, não é surpresa que o Orçamento Público influencie e seja influenciado pela conjunção das dimensões econômica, política, legal, institucional e organizacional da ação governamental, o que se observa mais complexo ainda no ambiente de transformações profundas e aceleradas no contexto brasileiro. A complexidade refere-se à necessidade de promover mudanças nessa área que permitam conciliar a sustentação da disciplina fiscal, o atendimento das demandas sociais e a manutenção da governabilidade democrática num quadro de acentuada fragmentação partidária. Como garantir que a dinâmica orçamentária tenha as qualidades ou atributos socialmente desejáveis para contribuir com esse processo de transformações e a sustentação do desenvolvimento econômico e social nos anos a frente? A resposta a essa questão deverá definir o sentido das reformas necessárias.

     

    2. Como é possível pensar uma reforma orçamentária considerando que a quase totalidade dos recursos já está previamente comprometida com o atendimento de direitos constitucionais e outras normas legais?

    É preciso enfrentar essa questão e o ponto de partida consiste na promoção de um amplo diálogo nacional que explore esses aspectos e explicite as consequências da manutenção dessa situação, especialmente do ponto de vista da sustentação do modelo de crescimento econômico com inclusão social que tem sido motivo de orgulho dos brasileiros e objeto de reconhecimento internacional.

    As agendas para discutir as reformas necessárias seguramente incluirão um dos maiores problemas macroeconômicos na atualidade brasileira: o alto grau de  rigidez do orçamento público no país, isto é, a reduzida margem de manobra para proceder às escolhas orçamentárias  em face de decisões e compromissos anteriores  que pré-definem a utilização  dos recursos arrecadados anualmente. Tal discussão implica, dentre outras coisas, em considerar que o atendimento de necessidades prioritárias da sociedade, como saúde e educação, por exemplo, não depende  somente de se ampliar o volume de recursos de emprego obrigatório nessas áreas mas, também, depende de se melhorar, dramaticamente, a qualidade das políticas públicas, a capacidade de gestão para a sua implementação e provisão dos serviços públicos, e os esforços para avaliar os resultados – impactos na sociedade -  obtidos a partir dos ‘produtos’ entregues à população.

    O enfrentamento dessa questão tem como ponto de partida a promoção de um amplo diálogo nacional que explore esses aspectos e explicite as consequências da manutenção dessa situação, especialmente do ponto de vista da sustentação do modelo de crescimento econômico com inclusão social que tem sido motivo de orgulho dos brasileiros e objeto de reconhecimento internacional.

     

    3. Até que ponto a mobilização social, vista nas recentes manifestações que ocorreram em todo o Brasil, pode influir na elaboração de uma reforma orçamentária?

    A mobilização social recentemente observada no país pode ser vista como uma forma de avaliação de resultados, feita diretamente pela sociedade, sobre a implementação das políticas e provisão dos serviços públicos. Quando a administração pública falha em atender às demandas mais prementes da sociedade o sistema político é posto em causa. Como tem ficado muito claro nessas manifestações recentes, grande parte das reivindicações estão relacionadas não somente à baixa qualidade dos serviços públicos  que recebe em contrapartida aos pesados impostos que são cobrados pelos governos,  como também à forma por meio da qual as decisões são tomadas e implementadas, fazendo emergir fortemente a dimensão ética da governança e utilização dos recursos públicos. Essa é uma oportunidade que não pode ser perdida. A reforma orçamentária é indispensável para dar uma resposta adequada a essa questão.

     

    Com apresentação do presidente da Fundação Getulio Vargas, Carlos Ivan Simonsen Leal, 'A reforma esquecida' compõe um "primeiro diagnóstico da situação e aponta para os caminhos a serem percorridos com vistas à modernização do processo orçamentário brasileiro".

     

    A reforma esquecida: orçamento, gestão pública e desenvolvimento

    Editora FGV

    R$59 - impresso

    R$42 - eBook

  • Postado por editora em Eventos em 17/09/2012 - 15:56

    Ricardo de Oliveira lança, hoje, Gestão pública: democracia e eficiência. Uma visão prática e política. O livro apresenta, problematiza e propõe soluções para uma série de questões relacionadas à gestão pública, discorrendo sobre o Estado e suas reformas, políticas públicas, gestão para resultados, profissionalização, parcerias, qualidade do gasto e outros temas.

    O autor foi secretário de Estado de Gestão e Recursos Humanos do Espírito Santo (2005-2010); diretor de Planejamento do Inmetro (1994-2005); e, hoje, preside a Empresa de Tecnologia da Prefeitura do Rio de Janeiro (IPLANRIO).

    O lançamento é às 19h, na Livraria da Travessa de Ipanema.Todos convidados!

     

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