Entrevistas

  • Postado por editora em Atualidades, Destaques, Entrevistas, Eventos em 28/04/2015 - 21:42

    No contexto de crescente interesse pela história da ditadura, este livro, da professora Janaina Martins Cordeiro, chega em boa hora. A obra consiste em análise bastante original das festividades dos 150 anos da Independência do Brasil, data comemorada com pompa e circunstância pela ditadura.
    Para qualquer tipo de Estado, mesmo o ditatorial, as estruturas repressivas não são suficientes para manter o poder. Uma dominação estável e duradoura demanda também conquistar o consentimento de uma parte da sociedade. Seguindo essa trilha, o propósito da obra A ditadura em tempos de milagre: comemorações, orgulho e consentimento, é mostrar o lugar das comemorações do sesquicentenário nos esforços da ditadura visando a conquistar legitimidade.

    Fizemos 3 perguntas à autora. Confira:

    De acordo com a orelha do seu livro “Para qualquer tipo de Estado, mesmo o ditatorial, as estruturas repressivas não são suficientes para manter o poder.” Diante desta afirmação, quais foram os principais artifícios, além da repressão, utilizados pela ditadura brasileira?

    São muitas as formas que um regime encontra para manter o equilíbrio social. No caso de regimes autoritários, os mecanismos de repressão e informação são fundamentais, mas não bastam. Especificamente no caso da ditadura civil-militar brasileira, foi de fundamental importância criar uma narrativa histórica na qual o regime de 1964 aparecesse como desdobramento do "devir nacional". Nesse sentido, as comemorações do Sesquicentenário em 1972 configuram o auge do processo de construção dessa narrativa. Além disso, o diálogo com antigas tradições nacionais e o projeto de construção de um futuro grandioso - o "Brasil potência" - foram elementos que ajudaram a fortalecer o pacto social em torno da ditadura.

     O governo ditatorial logrou êxito em suas tentativas de criar popularidade junto à sociedade civil?

    É muito difícil afirmar categoricamente que sim ou que não. Mesmo porque, sob este aspecto, não podemos considerar a ditadura como um todo homogêneo. No caso particular do período de que trata o livro, ou seja, do governo Médici - e ainda mais especificamente, do ano de 1972 -, é possível dizer que naquele momento a ditadura desfrutou de expressiva popularidade. A capitalização da vitória da Copa do Mundo de futebol em 1970, as comemorações do Sesquicentenário da Independência e o crescimento da economia proporcionado pelo Milagre Brasileiro podem dar, em certa medida, a dimensão de um momento em que a ditadura conseguiu estabelecer algum diálogo com segmentos importantes da sociedade. Mas devemos levar em conta a particularidade do contexto daqueles primeiros anos da década de 1970.

     Qual a principal contribuição de sua obra para a história do Brasil?

    É muito difícil avaliar isso, mas penso que meu trabalho se insere em um contexto mais amplo da historiografia sobre a ditadura no Brasil. Recentemente, alguns estudos no Brasil têm buscado analisar os comportamentos coletivos sob a ditadura buscando compreende-la como um processo de construção social, seguindo uma tendência que vem se firmando na Europa e América Latina, no que tange aos estudos sobre as experiências autoritárias do século XX. Penso que meu trabalho é uma pequena contribuição nesse sentido.

     

    A obra será lançada na quarta-feira, dia 6 de maio, na Blooks Livraria. Todos convidados!!

     

     

     

  • Postado por editora em Atualidades, Destaques, Entrevistas, Opinião em 27/02/2015 - 18:03

    Para as comemorações dos 450 anos da cidade do Rio de Janeiro buscamos alguns depoimentos que identificam o espírito de ser carioca.

    Autores e colaboradores da Editora e de escolas, institutos, setores, diretorias e centros de pesquisa da Fundação Getulio Vargas foram convidados a descreverem seus sentimentos sobre a cidade.

    Os nascidos no Rio ou mesmo São Paulo, Minas, Piauí, Rio Grande do Norte e do Sul e ainda Itália, Argentina, Inglaterra, França e mundo afora nos narram suas experiências sobre ser carioca - da gema, de adoção ou de doação.

    Tudo em até 450 caracteres – ou perto disso.

    Aproveitamos esta oportunidade para convidar todos os nossos leitores - profissionais, alunos, professores, curiosos ávidos por conhecimento – a fazerem parte desta homenagem à cidade e nos deixarem seu comentário.

    Pode ser num “quase tweet triplo”, num post do Facebook, por email ou em nosso blog.

    Como Editora, recorremos às letras para o primeiro registro desta homenagem e, através de Vinícius de Moraes, identificamos o espírito que desejamos compartilhar.

    “Um carioca que se preza nunca vai abdicar de sua cidadania. Ninguém é carioca em vão. Um carioca é um carioca. Ele não pode ser nem um pernambucano, nem um mineiro, nem um paulista, nem um baiano, nem um amazonense, nem um gaúcho. Enquanto que, inversamente, qualquer uma dessas cidadanias, sem diminuição de capacidade, pode transformar-se também em carioca; pois a verdade é que ser carioca é antes de mais nada um estado de espírito.”

     Trecho de ‘Estado da Guanabara’ extraído do livro "Para Viver Um Grande Amor", Livraria José Olympio Editora – Rio de Janeiro, 1984, pág. 185.

     

    Confira alguns depoimentos e faça parte!

     

    “Existe um senso comum que caracteriza os cariocas como pessoas engraçadas, receptivas, divertidas e que sempre marcam compromissos com os habituais ‘a gente se vê’, ‘passa lá em casa’, ‘vamos marcar’, sem que nada de efetivo aconteça.
    Mas ser carioca é algo mais profundo e que envolve um processo da construção de identidade da cidade - que se modificou ao longo dos anos, já que foi Corte, Distrito Federal, estado da Guanabara  e capital do Estado do Rio.
    Moradores, nascidos aqui ou não, sempre acreditaram que esta cidade é um espaço especial e que ser carioca é sintetizar a ideia de ser brasileiro.”

    Marieta de Moraes Ferreira | carioca do Rio

    História | Diretora da Editora FGV e do FGV/Sistema de Bibliotecas

    Autora/organizadora das obras (entre outras): Rio de Janeiro: uma cidade na história (Relançamento previsto para segunda quinzena de março/2015); A História como ofício: a constituição de um campo disciplinar, História do tempo presente, História do tempo presente, Memória e identidade nacional, João Goulart - entre a memória e a história

     

     

     

     

     

     

    “Só posso dizer que nasci , me criei, estudei no Rio de Janeiro. Vivi alguns anos na Europa e conheço muitas cidades  no mundo. Considero que o Rio de Janeiro, das cidades que conheço, é uma das mais lindas. Ela tem algo de muito especial, tanto do ponto de vista de relevo e aspecto físico, como em relação a sua população, alegre, bem humorada. Além disso, tem uma arquitetura, tanto antiga como moderna, das mais importantes.”

     Alzira Alves de Abreu | carioca do Rio

    Sociologia| Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (FGV/CPDOC)

    Autora/organizadora das obras (entre outras): Dicionário da política republicana do Rio de Janeiro, Caminhos da cidadania, Dicionário histórico-biográfico da propaganda no Brasil, A democratização no Brasil: atores e contextos


     

     

     

     

     

     

    “Um paulistano que se preza ama o Rio de Janeiro, porque nenhuma outra cidade representa tão bem o Brasil. Mas eu tenho outras razões para amar o Rio de Janeiro. Foi a cidade de minha tia Maria José e meu tio, Alexandre Barbosa Lima Sobrinho, e dos seus quatro filhos, meus primos. Era para sua casa em Botafogo que eu e meu irmão íamos passar as férias, nadar na praia da Urca. Depois, eles e eu envelhecemos, mas nunca deixei de fazer a minha visita ao grande intelectual e homem público que foi meu tio.”

     Luiz Carlos Bresser-Pereira | carioca de São Paulo

    Direito, economia e ciência política, ex-ministro da Fazenda e mais no site http://www.bresserpereira.org.br/

    Autor/organizador das obras (entre outras): O que esperar do Brasil?, Depois da crise: s China no centro do mundo?, Construindo o estado republicano: democracia e reforma da gestão pública, Reforma do Estado e administração pública gerencial

     

     

     

     

     

     

    "Foi um RIO que passou em minha vida e meu coração se deixou levar. Bonito pela própria natureza. Mas que beleza! Da janela vê-se o Corcovado e o infinito azul do mar."

    Joaquim Falcão | carioca do Rio

    Direito e educação | Diretor da FGV/Direito Rio e site http://www.joaquimfalcao.com.br/

    Autor das obras (entre outras): Quase todos, Invasões urbanas: conflitos de direito de propriedade

     

     

     

     

     

     

    “Ser carioca é deixar-se balançar pelo tempo, desafiar o compromisso, esquecer, não pensar; viver o instante sem esforço. Ser carioca é maravilhar-se, emocionar-se, desejar, tremer frente ao compromisso que não seja familiar ou ligado ao trabalho; gosto do prazer. Ser carioca é também ser expansivo, excessivo, reativo comprometendo-se plenamente dentro de uma incerteza e sensibilidade sedutoras; E sempre repetir”.

    Charlotte Riom | carioca da França

    Musicologia | Professora da FGV

     

     

     

     

     

     

     

    "Ser carioca é ocupar as ruas. É ser uma das primeiras cidades do Brasil a se levantar em junho de 2013 e ser uma das últimas a se desmobilizar. Ser carioca é não ter medo de discursos autoritários vindos do poder público e lutar sem cansar pela liberdade de organização e de expressão. Ser carioca é procurar fazer ouvir a voz de todos os grupos sociais para  construir uma política e um direito cada vez mais universais. Ser carioca é compreender, como dizia meu falecido pai, que "beleza não põe mesa". A alma do Rio de Janeiro que me interessa está encarnada no corpo de todas as mulheres, homens, trabalhadores, trabalhadoras, estudantes, fluxo, gays, lésbicas, travestis, transsexuais que tem perdido o bom humor e repetido o gesto ancestral que fundou a ágora para se fazerem ouvir, em nome do direito e da democracia."

    José Rodrigo Rodriguez | carioca de São Paulo

    Direito, filosofia e poesia https://jrodrigorodriguez.wordpress.com/

    Autor da obra (vencedora do Prêmio Jabuti): Como decidem as cortes?: para uma crítica do direito (brasileiro)

     

     

     

     

     

     

     

    "Ser carioca é um jeito próprio de ver e lidar com a vida, seja dos nascidos ou não sob a sombra do Corcovado. O carioca tenta não se levar tão a sério, nem aos outros. Zomba de si e do resto do mundo. Só não tolera bancar o mané. Permite-se viver sem complexo ou arrogância. Define-se sem comparações. Carioca? Carioca é carioca. Nem melhor, nem pior. Uma opinião boa acerca de si mesmo."

    Mauricio Metri | carioca do Rio

    Economia, história e Viomundo http://www.viomundo.com.br/?s=mauricio+metri

    Autor da obra: Poder, riqueza e moeda na Europa Medieval: a preeminência naval, mercantil e monetária da Sereníssima República de Veneza nos séculos XIII e XV

     

     

     

     

     

     

    “Como não se encantar com o indescritível poder da cidade maravilhosa? Sinto o poder quando estou no Rio. O poder de encantamento, o poder de doçura gratuita, o poder de transformar as dores das mazelas do dia a dia na esperança de tempos melhores! O poder da mistura do samba com morro, praia e sol. E diante de todo esse poder, emanado sem discriminar raça, credo ou bolso, só nos cabe desfrutá-lo e abraçá-lo com devoção e reverência. Afinal, o Rio nos recebe sempre de braços abertos, assim como seu principal marco turístico. Parafraseando Chico Buarque: o poente na espinha das tuas montanhas quase arromba a retina de quem vê.”

    Samy Dana | carioca de São Paulo

    Economia, administração e dicas no blog 

    Autor da obra: VBA para administradores e economistas

     

     

     

     

     

     

    “O carioca é antes de tudo um forte, um Jó bronzeado que aplaude o pôr-do-sol e anseia por dias melhores, que às vezes chegam. O Rio de Janeiro está vivo e a cidade vibra entre maravilhas e engarrafamentos, chacinas e pacificações, nostalgias de ex-capital e dinamismos à procura de vocação global.  Ela está por aí, em algum lugar entre o Atlântico e a serra.”

    Maurício Santoro | carioca do Rio

    Ciência política e blog da Anistia Internacional

    Autor da obra: Ditaduras contemporâneas

     

     

     

     

     

     

     

    “Ensolarada, deslumbrante, paradoxal. Mar de morros, rica e mendicante em meio ao império de gentileza, musicalidade e insegurança pública. Contraditória, traz paz e preocupação, prazer e indignação. Cada improviso de artista nas ruas dessa cidade é ânimo, vida, inspiração. Sou privilegiada por caminhar pelos calçadões e poder olhar o horizonte, sentir a brisa e pensar livros que espelhem tal cultura cosmopolita e única, que atrai o mundo inteiro.”

    Sacha Mofreita Leite | carioca do Rio

    Jornalismo | Coordenadora de Publicações da FGV/Direito Rio

     

     

     

     

     

     

    "Tudo começou no encontro de calouros a EBAPE/FGV em 1978, então os dois gaúchos se conheceram, depois casaram, vieram quatro filhos e dois netos, todos cariocas, e a felicidade floresceu no Rio de Janeiro.
    Moram em Copacabana, ao lado do Parque Estadual da Chacrinha, incentivam  a preservação da natureza, e plantam sempre o bem.
    Há décadas trabalham no mercado financeiro, são autores do livro “A Bolsa no bolso”,  da Editora FGV, dedicado a todos os alunos e mestres que fizeram refletir sobre a educação financeira. A vida continua, a cidade maravilhosa e a FGV mudam para melhor a vida das pessoas."

    Moises e Ilda Spritzer | cariocas do Rio Grande do Sul

    Economia | Professores da FGV

    Autores da obra: A Bolsa no bolso: fundamentos para investimentos em ações

     

     

    “Bem-vinda ao Rio fui em 1994. Uma cidade que não te abraça, não te faz carinhos, nem afagos, mas que te proporciona tamanha beleza e pulsação que é quase impossível não viver uma atração irresistível. A cidade muito mais que partida, unida em suas desigualdades de renda, igualdades de praia, de território e de festa. É cidade do mundo, cidade das paixões, cidade dos desafios duros e desejos que parecem irreconciliáveis. Há 450 anos e tantos outros que virão.”

    Débora Thomé | carioca de Barra do Piraí

    Jornalismo, economia e livros

    Autora da obra: O Bolsa Família e a social-democracia

     

     

     

     

     

     

     

    "Um caudaloso rio de 450 janeiros, marços, a melhor dizer - o Rio de Janeiro. Rio de contrastes, de contradições, uma maravilhosa cidade, mesmo assim. Todo rio tem dois lados, o Rio tem vários e complexos, mas faz toda alma cantar. Um amigo italiano me disse: deslumbrante cidade, mas tenho pena do carioca. Por que, perguntei, pelas violências, pelos descasos? Nada disso, porque a ele não foi dado o direito de ver o Rio, pela primeira vez."

     Mauricio Murad | carioca de Carmo

    Sociologia, futebol e romance

    Autor das obras: Sociologia e educação física: diálogos, linguagens do corpo, esportes, A violência e o futebol: dos estudos clássicos aos dias de hoje

     

     

     

     

     

     

     

     

    "Não posso me queixar: acredito que mineiros têm uma espécie de salvo conduto no Rio, pois sempre presencio manifestações entusiasmadas quando alguém confessa vir de Minas. Nossas boas-vindas são, invariavelmente, as piores imitações de “mineirês” possíveis, porque cariocas acreditam não terem sotaque. Tudo bem. O fato é que o Rio é uma cidade que me espanta pela exuberância dos defeitos e qualidades. Desconfio de que não seja possível entender o Rio, é preciso apenas amá-lo."

    Renato Franco | Carioca das Minas Gerais

    História

    Autor das obras: A piedade dos outros: o abandono de recém-nascidos em uma vila colonial, século XVIII, Aprendendo história: reflexão e ensino

     

     

    “Para quem vem de fora, o Rio de Janeiro sequer é uma cidade: de longe, todo gringo esconde nela algumas esperanças, uma meia dúzia de sonhos e uns pedacinhos de seu próprio futuro, com um olho no "Vai que...". Depois, quando finalmente mora aqui, seu maior barato é sair em busca daquilo que ele mesmo espalhou. Se isso não é a definição perfeita de "maravilha", aí não sei mais o que é...”

    Marcello Perongini | carioca da Itália

    Coordenador de Marketing Digital da FGV

     

    Acompanhe mais depoimentos e envie o seu. O Rio merece esta homenagem.

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    Acesse a seção especial do nosso site com as obras relacionadas ao Rio.

  • Postado por editora em Atualidades, Destaques, Entrevistas em 25/11/2014 - 10:53

    ??! O Japão fica a um toque do Brasil!

    Devido ao interesse do jovem Alex Hasegawa, abrimos a venda de vários ebooks da Editora FGV na iBooks Store do Japão.

    De acordo com ele, a busca pelo aperfeiçoamento da língua portuguesa entre jovens universitários nascidos no Brasil, que residem no Japão por migração de seus pais, é cada vez maior e a oferta de obras disponíveis por lá, em contrapartida, muito escassa.

     

    "no Japão temos a 2ª maior comunidade brasileira no mundo. Muitos brasileiros estão fazendo faculdades via EAD aqui, mas o nosso grande problema é que viemos ao Japão quando éramos adolescentes e perdemos muito contato com a escola brasileira. Hoje, o grande problema da comunidade no Japão é a língua portuguesa e para quem está fazendo faculdade, os resumos, resenhas e a bendita monografia ou o tcc são os grandes terrores. Um professor amigo no Brasil indicou os seus livros e é muito gratificante para nós termos acesso a eles via e-book. Compartilharei a novidade com meus amigos."

    Alex tem 33 anos, é Bacharel em Teologia pelo Instituto Bíblico Betel Japonês, mora em Chita-gun, Aichi desde a adolescência, é casado e pretende voltar para o Brasil em 2 ou 3 anos para continuar estudando.

     

    quero fazer convalidação do meu Diploma para reconhecer pelo MEC. E fazer depois da convalidação, uma pós-graduação em Filosofia" (já no Brasil).

    Como um bom brasileiro, mesmo que do outro lado do mundo, Alex sente falta do "Calor humano!, comidas típicas, MPB." e deixa um desabafo:

    "Que o Governo Brasileiro olhasse mais para todos os brasileiros no Exterior e nos ajudasse a conseguir bolsas integrais para alguma faculdade via EAD. Pós-graduações, Mestrados, etc.."

     ???? aos nossos livros, Alex!

     

     

  • Postado por editora em Atualidades, Destaques, Entrevistas em 14/11/2014 - 12:06

    A história do tempo presente tem mobilizado segmento expressivo da comunidade de historiadores no plano nacional e internacional. Inscreve-se em um movimento mais amplo de renovação historiográfica que trouxe consigo revitalização da história política, ampliação do uso de fontes, valorização da interdisciplinaridade, maior diálogo com as ciências sociais, recusa de explicações deterministas e totalizantes, valorização de atores individuais e coletivos, relação dialética entre história e memória.
    Esse movimento é também demarcado por importante reflexão epistemológica que enseja densas análises referentes às especificidades teóricas e metodológicas desse novo fazer histórico. A eleição do tempo presente como temporalidade nuclear de pesquisas e análises é recente e, portanto, fértil em suas possibilidades de construção de uma forma inovada de conhecimento histórico que pressupõe redimensionamento do campo da história, da construção de abordagens, das noções de espacialidade, além de fértil construção de estratégias dialogais com diferentes áreas de conhecimento. Essas são necessariamente questões complexas em suas múltiplas dimensões. Sugerem a necessidade de um esforço reflexivo crescente e aprofundado que, além do enfoque teórico, considere resultados de pesquisas, traduzidos em uma escrita da história que visita o passado recente das sociedades em uma dinâmica inter-relacional de temporalidades.
    O livro História do tempo presente, organizado pelas professoras Luciliade Almeida Neves Delgado e Marieta de Moraes Ferreira, objetiva contribuir para a reflexão de historiadores, estudantes de história e profissionais de áreas de conhecimento afins à história que se dedicam a estudos sobre a história do tempo presente, com ênfase na história política. Nesse sentido, além de resultados de pesquisa e da apresentação de interpretações sobre experiências históricas específicas, incorpora reflexões sobre a peculiaridade da história política no tempo presente, considerando, inclusive, a inflexão paradigmática que marcou os últimos 40 anos no campo das ciências humanas e sociais.
    Nesse sentido, a concepção do livro prioriza as seguintes abordagens sobre a história do tempo presente: campo constitutivo e temporalidade, pluralidade de fontes e de procedimentos de pesquisa e diversidade de temática.

    Conversamos com a professora Lucilia. Confira a entrevista:

    Qual é a principal contribuição da obra para a disseminação do tempo presente como um campo importante da história?

    A obra, além de integrada a um movimento de renovação historiográfica caracterizado por ampliação e diversificação do uso de fontes, valorização da interdisciplinaridade, maior dialogo com as ciências sociais, apresenta análises sobre o estatuto teórico e metodológico do tempo presente e também resultados de experiências pesquisa que elegeram o presente, como temporalidade nuclear das investigações realizadas.

    Quais temas fazem parte do campo de pesquisa da História do tempo presente?

    Além de uma história política, renovada e atualizada a pesquisa da História do tempo presente engloba diversidade temática ampla, incorporando objetos tais como: mundo do trabalho, educação, memória social e individual, mídia, movimentos sociais, gênero, cultura, liturgias do poder, questão fundiária, saúde,  religiosidades, entre outros.

    Qual a importância social do historiador do tempo presente?

    O historiador do tempo presente inserido na realidade social na qual vive, pode contribuir  para:  o registro de narrativas da memória (história oral), .  o diálogo interdisciplinar da história com outras áreas do conhecimento e subsidiar reflexões e análise sobre o mundo no qual estamos inseridos.

     

    História do tempo presente

    Lucilia de Almeida Neves Delgado e Marieta de Moraes Ferreira

  • Postado por editora em Atualidades, Entrevistas, Eventos em 14/10/2014 - 10:38

    Rubem César Fernandes nasceu em uma família protestante de Niterói (RJ) em 25 de maio de 1943. Cursou história na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi exilado após o Golpe Militar de 1964. Na Polônia, cursou o mestrado pela Universidade de Varsóvia e participou do movimento político “Solidariedade”. Perseguido na Polônia em seguida aos eventos de março de 1968, foi para os Estados Unidos e doutorou-se pela Universidade de Columbia. Foi professor visitante na Universidade de Columbia (Nova York) e na Maison des Sciences de l’Homme (Paris). De volta ao Brasil, atuou como professor de antropologia na Universidade de Campinas (Unicamp), no Museu Nacional da UFRJ e em outras universidades brasileiras. Foi secretário executivo do Instituto de Estudos da Religião (Iser). Atualmente é diretor executivo do Viva Rio no Brasil e no Haiti. É autor de vários livros e artigos. É pai de três filhos.

    Neste breve currículo, o leitor pode perceber que a biografia do professor Rubem César será uma viagem.

    Saindo de Niterói, sua cidade natal, ele passa pelo Rio, por Varsóvia, por Nova York, por Campinas, retorna ao Rio e parte para Porto Príncipe no Haiti. Ao fazer isso, nosso ator vai se deslocando no espaço, no tempo e na hierarquia social até chegar ao que é hoje: conhecido como um homem do Viva Rio e reconhecido como um dos mais importantes atores/empresários de movimentos e causas sociais.

    Os depoimentos registrados pelas professoras Lucia Lippi Oliveira e Dulce Pandolfi, ambas do CPDOC, narram experiências resultantes da interação entre entrevistadoras e entrevistado.

    Na saída do Rio em direção à Varsóvia, nos anos de 1960, e nos dias de hoje, já estabelecido no Rio - registros contextualizados nos respectivos capítulos da obra - duas indagações das professoras ao biografado podem dar uma dimensão da história que publicamos. Confira:

    Seu trem era em direção a Viena ou Paris?
    Em direção a Paris, passando por Berlim. Só fui sair da cabine lá na frente, em terras “ocidentais”. Atravessei a Polônia, a Alemanha Oriental, depois Berlim Ocidental, depois Alemanha Oriental de novo, depois Alemanha Ocidental, e aí você está na liberdade. Passei uma noite inteira trancado na cabine. Então foi assim que saí da Polônia, a troco de uma garrafa de vodca. Uma pequena corrupção socialista.

    Como você vê o cenário de hoje quando as ONGs brasileiras tradicionais, importantes, estão com dificuldade de obter financiamentos?
    Eu acho que mudou o cenário e que, se você não mudar junto com ele, você morre. É um jogo cruel, darwiniano. Onde vejo que há campo de renovação e de continuidade? Há vários. Vou mencionar apenas o que o Viva Rio tem feito. São dois movimentos, um interno, outro externo.
    Em primeiro lugar, evoluímos de uma organização que defende causas sociais para uma prestadora de serviços. Não esquecemos as causas, é evidente. São elas que formam a nossa identidade, com ideias como a da integração da cidade, da inclusão social pela cidadania e a educação, da superação da violência pela via de uma política de segurança democrática, da formação de uma cultura de paz. Em nosso início, quando perguntavam... “O que faz o Viva Rio?”, respondíamos numa expressão breve: “O Viva Rio faz paz!”.
    A resposta é ainda válida. Os valores são os mesmos, mas o desafio do momento é fazer acontecer, ir além do anúncio dos princípios ou das denúncias, e contribuir positivamente para que as mudanças aconteçam. O contexto mudou, e nós mudamos com ele, sem perder o conteúdo da marca. A missão, os valores e as competências acumuladas nos permitem prestar serviços diferenciados justamente naqueles ambientes mais difíceis, onde prevalecem ainda a pobreza, a discriminação e a violência. No estado do Rio de Janeiro, trabalhamos em mais de 50 municípios, e na cidade do Rio gerenciamos programas que alcançam diretamente mais de 1 milhão de moradores de favela cadastrados. Crescemos,  sobretudo, no campo da saúde pública, com a Saúde da Família, as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), os programas de Saúde Mental e a assistência a moradores de rua dependentes de drogas. Crescemos também com a educação para o mercado de trabalho, com o “Jovem Aprendiz”, e nas parcerias com as forças de segurança pela pacificação de comunidades conflagradas. Com tudo isso, o Viva Rio tem hoje mais de 6 mil funcionários com carteira assinada. A missão segue viva e atual, mas as atividades, os resultados e os meios transformaram-se profundamente. Os desafios da gestão, da logística e da transparência ganharam dimensões que de início sequer imaginávamos. Somos avaliados agora não apenas pela pregnância de nossas intenções, mas pelos resultados produzidos, seu impacto e sua qualidade. Perdemos, em consequência, uma boa parte daquela liberdade dos inícios voluntários e não governamentais. Funcionamos hoje pela obrigação dos contratos e somos responsáveis pela execução de orçamentos importantes. O espírito voluntário continua sendo vital, marca identitária, mas a eficiência dos processos e a qualidade dos produtos, em ambientes particularmente difíceis, como sempre, é o que nos gratifica ou condena. Compartilhamos a gestão de políticas públicas, junto a prefeituras e a governos estaduais. Guardamos a independência no pensamento e na gestão, mas nos aproximamos dos gestores públicos. (...)

    O livro Fora de ordem: viagens de Rubem Cesár traz as experiências e relatos "sobre vida e a extraordinária obra de um grande e raro cidadão brasileiro", nas palavras do cineasta Zelito Viana, que assina a orelha da obra.

    O lançamento será no dia 16 de outubro, na Blooks Livraria | Rio. Todos convidados!

    rubem

     

     

    Fora de ordem: viagens de Rubem César

    Org: Lucia Lippi Oliveira e Dulce Padolfi

    Impresso | R$52

     

    Arquivos:
  • Postado por editora em Atualidades, Destaques, Entrevistas em 06/10/2014 - 17:01

    O trabalho do bibliotecário em proporcionar o encontro entre livro e leitor se transforma de forma definitiva. Com a modernização e a facilidade de acesso à informação os processos que estavam estabelecidos se alteram.
    Os bibliotecários se deparam com desafios sobre aplicação de novos modelos de negócio para licenciamento de conteúdo, empréstimo de livros digitais e privacidade dos usuários.
    A expectativa dos leitores, a biblioteca do futuro, a alteração da forma física da documentação e os impactos no consumo causados pelas transformações na forma de acesso à leitura são temas atuais e de grande repercussão na estrutura das tradicionais bibliotecas.
    Além de todo o avanço tecnológico que essas instituições vêm providenciando na disponibilização de seus acervos, uma outra necessidade deve ser considerada: a atuação profissional do bibliotecário.
    Esse 'novo' profissional deve alterar sua forma de atuação, priorizando o serviço prestado e a atividade desempenhada, utilizando as disciplinas técnicas como meio e não como atividade-fim da profissão, tornando o espaço da biblioteca um local convidativo de conhecimento, crescimento e troca. O local da biblioteca também deve ser repensado como um ambiente que seja atrativo ao usuário, que permita interação alinhada com liberdade, não sendo apenas um espaço de troca e aprendizado, mas uma opção de lazer, repleto de oportunidades de descobertas e conhecimento.
    É nesse cenário de tantas mudanças que a Editora FGV lança a obra Livro digital e bibliotecas, de Liliana Giusti Serra.
    A autora, responsável pelo desenvolvimento dos softwares SophiA Biblioteca e SophiA Acervo, respondeu a 3 perguntas nossas. Confira:

    Quais são as principais dificuldades encontradas pelas bibliotecas tradicionais na adequação da preservação e do acesso público às obras de seu acervo, funções originais dessas instituições, com o aumento cada vez maior da oferta e da demanda por publicações digitais?

    O tratamento e gestão dos livros digitais são distintos dos impressos. As Bibliotecas precisam aos poucos iniciar a inclusão dessas fontes aos acervos. Vejo que o digital não inviabiliza ou inutiliza o impresso. Eles se complementam e permitem às bibliotecas poderem oferecer mais opções de conteúdo ao usuário, com variação de suporte, formato etc. A tendência é as bibliotecas possuírem acervos híbridos, com os ajustes que cada tipo de documento exige. O digital favorece a preservação ao eliminar a manipulação e deslocamento de originais. O acesso é ampliado, com títulos disponíveis nos catálogos das bibliotecas, podendo ser consultados de qualquer lugar, em qualquer horário.

     

    O capítulo Sobre livros e música no formato digital inicia constatando uma certa resistência do mercado editorial sobre o avanço dos livros digitais com base nas grandes mudanças que ocorreram no mercado fonográfico há alguns anos. Até que ponto o futuro da leitura digital pode realmente seguir os mesmos passos da indústria fonográfica?

    O mercado editorial está passando por período de transformações e as possibilidades e consequências ainda não são claras. A forma de consumir, ler, produzir livros está alterada. Os impressos coexistirão com os digitais e existe, a meu ver, espaço para essa convivência. Os editores têm resistência pois o caminho é incerto e pode comprometer o negócio do livro. É natural que queiram se cercar de seguranças ou controles, mesmo que isso signifique adicionar barreiras. A forma de consumir livros será alterada. Não tenho dúvidas disso. Porém, é um processo que vem ocorrendo, com o amadurecimento de editores, autores, livreiros e leitores. Será diferente, mas isso não significa que o mercado editorial deverá se reinventar como o fonográfico, até porque aprendeu muito com ele.

     

    Qual a principal contribuição dessa obra para os profissionais envolvidos e leitores diversos?

    Os livros digitais não são muito discutidos no Brasil. Ainda é muito novo para bibliotecas e bibliotecários. Se considerarmos que  a oferta desses recursos já existe há mais de 10 anos nos Estados Unidos e Europa, podemos dimensionar o quanto temos que caminhar até estarmos familiarizados com o recurso. Os bibliotecários precisam conhecer a complexidade em trabalhar com os livros digitais, visando fazer as escolhas acertadas de fornecedores, modelos de negócios, tipos de conteúdo etc. Se o bibliotecário não conhece, como irá oferecer os livros digitais a seus usuários? A obra busca trazer o tema para discussão, alertando os profissionais da informação sobre a complexidade e possibilidades de aplicação desses recursos. É um tema aberto, com modelos de negócios e suas implicações sendo estabelecidos. Entender o que já foi utilizado em outros países pode auxiliar o Brasil no momento de estabelecer suas políticas de livros digitais para bibliotecas.

    Incluir livros digitais exige planejamento - assim como criar bibliotecas digitais. O profissional bibliotecário precisa estar ciente da complexidade da gestão do conteúdo licenciado para posicionar-se no momento da definição de contratação de conteúdo. Dessa forma terá mais subsídios para fazer os acertos necessários em suas atividades profissionais.

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    Livro digital e bibliotecas

    Liliana Giusti Serra

    Coleção FGV de Bolso | Série Sociedade & Cultura

    Impresso - R$22,00

    Ebook - R$15,00

     

     

     

     

    LANÇAMENTOS

    Dia 3 de dezembro, 14h30  

    Academia Brasileira de Letras | Auditório José de Alencar

    Av. Presidente Wilson, 203 | 1º andar | Centro | Rio de Janeiro

     

    Dia 4 de dezembro, 18h30

    Livraria Martins Fontes Paulista

    Avenida Paulista, 506 | São Paulo

    (próximo à Estação Brigadeiro do Metro)

     

    Todos convidados!!

  • Postado por editora em Atualidades, Destaques, Entrevistas em 24/09/2014 - 15:02

    16/10/2014 - Livro Vencedor do Prêmio Jabuti 2014 | Categoria Direito

    Recuperamos essa postagem, publicada em fevereiro desse ano, para comemorar a seleção da obra dentre as 10 finalistas da categoria Direito da 56ª edição do Prêmio Jabuti.

    Enquanto o dia 16/10 não chega com seleção das três finalistas, conheça melhor a obra de José Rodrigo Rodriguez.

    "Há certamente boas razões para criticar o direito em geral e, mais especialmente, o direito brasileiro. No entanto, também há razões injustas ou simplesmente equivocadas para fazê-lo. Este livro tem a pretensão de identificar as melhores razões para criticar o direito de nosso país tendo em vista o aperfeiçoamento de nosso estado de direito e o aprofundamento de nossa democracia."

    Com a publicação da obra 'Como decidem as cortes?: para uma crítica do direito (brasileiro)', o professor José Rodrigo Rodriguez identifica as melhores razões para criticar o direito de nosso país tendo em vista o aperfeiçoamento de nosso estado de direito e o aprofundamento de nossa democracia.

    Rodriguez pretende, ainda, apresentar ao leitor as feições mais marcantes da racionalidade jurídica no Brasil, as características mais gerais do modo de pensar e agir de juízes, advogados, promotores e outros agentes que atuam nesse campo.

    Confira um trecho da orelha desse livro, assinada pela professora Vera Karam de Chueiri, e, a seguir, a entrevista que o autor concedeu ao jornalista Ederson Granetto para a  UNIVESP TV.

    "O livro que se apresenta ao leitor, Como decidem as cortes? Para uma crítica do direito (brasileiro) de José Rodrigo Rodriguez, chama a nossa atenção para a decisão judicial, sua forma e conteúdo, desde uma perspectiva crítica, não naturalizada e fincada em nossa experiência pós Constituição de 1988. Dito de outra maneira, chama a nossa atenção para as razões de decidir, isto é, os argumentos de que se vale o aplicador para justificar sua decisão, e o faz com sofisticação teórica sem descurar a realidade da jurisdição brasileira e a necessidade de uma metodologia de análise empírica, pouco (ou mal) utilizada pela maioria dos juristas.
    A literatura jurídica brasileira tem enfrentado a questão das decisões judiciais ora como um problema (teórico) de argumentação ou de aplicação do direito, ora como um problema (técnico) relativo ao processo e aos procedimentos judiciais. De fato, a decisão judicial é tanto um problema teórico quanto um problema prático e requer reflexão crítica e ação transformadora, estas últimas, lugares-comuns na retórica política e jurídica pós-1988. Portanto, a diferença que faz a diferença no trabalho do autor é, justamente, a superação desses lugares-comuns, seja pela desnaturalização de conceitos de que o direito e os juristas se utilizam, seja pela reflexão que parte da
    realidade pouco ou nada tranquila do direito e da política na sociedade brasileira, levando em conta sua complexidade e especificidade."

    Confira a entrevista AQUI.

    entrevista

    Como decidem as cortes?: Para uma crítica do direito (brasileiro)

    Impresso: R$42  |  eBook: R$30  | Editora FGV

     

    Como decidem as cortes

  • Postado por editora em Atualidades, Entrevistas em 07/07/2014 - 17:59

    A Editora FGV, em parceria com a ediPUCRS, lança o livro 'Lições de história: da história científica à crítica da razão metódica no limiar do século XX', do professor Jurandir Malerba.

    Com a mesma proposta do primeiro volume (que tem por subtítulo O caminho da ciência no longo século XIX) – demonstrar ao público brasileiro obras-primas da teoria da história em traduções comentadas, precedidas de estudo introdutório – e conforme lá antecipado, este segundo livro tem como foco o balizamento das principais discussões que marcam a chamada (nem por todos assim entendida) “crise do historicismo”, algo entre o último quarto do século XIX e o primeiro do XX.

    De acordo com o próprio professor na apresentação da obra "O presente volume reúne alguns autores e textos seminais dessa passagem de uma fé quase religiosa dos historiadores nos prodígios do método científico à sua crítica em vários tons e matizes, cujas impugnações, projetos e práticas historiográficas ecoam com força na teoria e na prática do ofício histórico até os dias de hoje. Eu havia pensado originalmente em escrever uma apresentação mais detida, reflexiva, sobre o objeto e o processo de construção desta antologia. Porém, qualquer iniciativa nesse sentido se tornaria vã depois de ter sido presenteado com a generosa “Introdução”, escrita pelo Professor Allan Megill especialmente para este volume.
    Abordando topicamente os debates, os momentos e os personagens da história desta aventura do pensamento ocidental, centrada em torno de questões-chave da teoria da história, o Professor Megill, dando continuidade ao trabalho seminal iniciado por François Dosse na Introdução ao primeiro volume destas Lições de história, traz uma contribuição original e decisiva para a melhor compreensão deste período heroico do pensamento histórico, assim como uma chave de leitura valiosíssima para o entendimento deste volume."

    Confira a entrevista concedida ao 'Café História TV'

    jurandir

     

     

     

     

     

     

     

     

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    Lições de história: da história científica à crítica da razão metódica no limiar do século XX

    Jurandir Malerba

    R$54

     

    Confira também o primeiro volume: Lições de história: o caminho da ciência no longo século XIX

  • Postado por editora em Atualidades, Entrevistas, Opinião em 10/06/2014 - 16:58

    O livro 'O Bolsa Família e a social-democracia', da jornalista Débora Thomé, foi lançado na XXI Feira Internacional do Livro Universitário da Universidade Veracruzana, na cidade de Xalapa, no México.

    Durante sua estada na cidade, que aconteceu entre os dias 12 e 14 de maio, Thomé participou de uma palestra para pós-graduandos do Colégio Veracruzano e se encontrou com políticos da região para debates sobre as diferenças e semelhanças entre o Bolsa Família e os programas de distribuição de renda do México.

    As comparações entre as políticas dos dois países são quase inevitáveis e, neste encontro, a autora pôde ter acesso e analisar de maneira mais prática, com depoimentos de quem vive a rotina política  mexicana, as realidades que, ao mesmo tempo, aproximam e afastam os dois países.

    Confira essas impressões da autora num comentário feito para o nosso blog:

     

    "Brasil e México são dois países que caminharam sempre em linhas paralelas, com, verdade seja dita, alguma concorrência. Suas similitudes (grandes territorialmente, populosos, latino americanos, com índices de pobreza relevantes) fez com que, muitas vezes, optassem por políticas semelhantes em tempos parecidos, fosse no campo econômico ou social. 

    Assim também aconteceu com os programas de transferência condicionada. Antes de o Brasil desenvolver o Bolsa Família ou, mesmo pré Bolsa Escola, o México começou a aplicar programas de transferência condicionada. O primeiro, o Solidariedad, foi seguido pelo Progresa e, finalmente, pelo Oportunidades. Apesar das diversas semelhanças com o programa brasileiro, o mexicano não apresentou tão bons resultados. Assim, com a volta do PRI ao governo, o partido agora tenta aprender com o Brasil lições que lhes possam ser úteis nas políticas de combate à pobreza.

    O livro "O Bolsa Família e a social-democracia", publicado pela Coleção FGV de Bolso, teve sua origem numa dissertação de mestrado que, por sua vez, tinha como objetivo inicial comparar Brasil e México. O intuito não foi adiante, mas os laços com o país fizeram com que, em maio, o livro fosse apresentado em Xalapa, capital de Veracruz, o terceiro maior estado mexicano. A cidade abrigou a Feira Internacional de Editoras Universitárias, e o livro foi apresentado no Colégio Veracruzano, uma instituição de pós-graduação de política e relações internacionais. A pergunta que a maior parte das pessoas - entre acadêmicos, jornalistas e políticos - queria ver respondida era: afinal, o que o Brasil fez de diferente para conseguir tão bons resultados em termos de redução da pobreza e desigualdade?

    Os dois programas são realmente bem parecidos, mas alguns aspectos que os separam são claros: para começar o valor máximo e médio do benefício, que é muito maior no Brasil. Para continuar, lá existem mais lacunas de institucionalidade: enquanto aqui todas as etapas são profissionalizadas - ou assim se tentar fazer -, o uso de voluntárias, premiadas com eletrodomésticos, é amplamente incentivado no México, estando previsto em orçamento. O mau uso da verba pelos beneficiários, o que pressupõe uma fiscalização custosa e quase artesanal, também ainda é um ponto central da discussão quando, no Brasil, esse tema já é menos relevante do ponto de vista dos responsáveis pela política pública.

    Os dois países têm muito a aprender e trocar para o aperfeiçoamento das políticas em suas trajetórias análogas. Como nem sempre é possível atravessar o continente, o livro acaba sendo uma boa forma de mandar informação de um lado a outro."

     

    bolsa familia

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    O Bolsa Família e a social-democracia

    Débora Thomé

    Coleção FGV de Bolso | Série Sociedade & Cultura

     

     

     

     

    Arquivos:
  • Postado por editora em Atualidades, Destques, Entrevistas, Eventos em 20/05/2014 - 18:35

    O Porto do Rio — Plano de Recuperação e Revitalização da Região Portuária do Rio de Janeiro foi divulgado pela Prefeitura em 2001 e concentrou diferentes projetos, visando incentivar o desenvolvimento habitacional, econômico e turístico dos bairros portuários da Saúde, Gamboa e Santo Cristo. Em meados de 2007, a Zona Portuária carioca já passava por um rápido processo de ressignificação perante a cidade: nos imaginários construídos pelas diferentes mídias, não era mais associada apenas à prostituição, ao tráfico de drogas e às habitações “favelizadas”, despontando narrativas que positivavam alguns de seus espaços, habitantes e “patrimônios culturais”.

    Dentro do amplo território portuário, os planejadores urbanos que idealizaram o Plano Porto do Rio haviam concentrado investimentos simbólicos e materiais nos arredores da praça Mauá. Naquele momento, algumas transformações já haviam ocorrido em seu entorno: a rua Sacadura Cabral foi reurbanizada, o que resultou na instalação de bares e casas de espetáculos voltados para um público de classe média; na Gamboa, foram construídas as arquitetonicamente monumentais Vila Olímpica e Cidade do Samba; o terminal de passageiros do porto foi reformado, aumentando o fluxo de turistas nacionais e internacionais na região; e o Morro da Conceição foi divulgado como “sítio histórico de origem portuguesa”, atraindo gradualmente moradores de maior poder aquisitivo.

    Em ‘A utopia da Pequena África’, Roberta Sampaio Guimarães analisa a realidade do Morro da Conceição e os conflitos ocorridos durante o processo de revitalização dessa área, considerando o drama urbano movimentado pela intervenção urbanística e a mobilização local de uma cultura e identidade étnica baseada na ideia de ancestralidade africana.

     

    O lançamento do livro será nesta quinta, dia 22 de maio, às 19h, na nova Livraria da Travessa Botafogo. Todos convidados!

     

    Fizemos 3 perguntas à autora. Confira a seguir:

     

    1.       Qual a principal contribuição dessa obra?

    O que me levou a desenvolver o livro foi a divulgação em 2001 de um grande projeto de “revitalização urbana” voltado para a Zona Portuária, chamado Porto do Rio (posteriormente este projeto ganhou uma nova versão e foi denominado Porto Maravilha). Pesquisei então que práticas e espaços sociais estavam sendo transformados e quais estavam sendo preservados, fosse por iniciativa dos poderes públicos ou por iniciativas locais. Entre os diversos patrimônios que existiam na região, os que eram denominados como referentes à “Pequena África” me chamaram atenção porque mobilizavam vários grupos sociais portadores da memória e cultura afrodescendente e das práticas ligadas principalmente ao samba, ao trabalho portuário, ao candomblé e à moradia popular. Na época, esses grupos não estavam sendo contemplados por nenhuma proposta urbanística ou patrimonial e, em reação a esse esquecimento, começaram a propor ações de resgate de memória e de valorização de suas práticas culturais, ampliando seus vínculos sociais e logrando um reconhecimento político mais amplo.

    2.       Quais os principais desafios de ‘revitalizar’ e promover um novo projeto urbanístico em uma área habitada, ao mesmo tempo, por descendentes de imigrantes portugueses e recentes migrantes nordestinos, artistas e intelectuais, grupos sociais identificados com a religião afro-brasileira e o movimento negro, entre outros?

    O principal desafio em intervir urbanisticamente nos espaços da Zona Portuária é compreender as diferentes dinâmicas, desejos e necessidades de seus múltiplos usuários, memórias e culturas. Pois cada um deles movimenta pontos de vista diversos para se referirem muitas vezes aos mesmos espaços. Os conflitos que surgem dessa multiplicidade são cotidianos e inevitáveis, mas uma intervenção governamental de potencialização econômica e turística pode produzir como efeito o acirramento das tensões e também provocar a entrada de novos atores sociais e novas práticas culturais. 

     3.       Como prosseguir com as intervenções urbanísticas na Zona Portuária, acentuadas com a recepção de megaeventos na cidade, mantendo a tradição da Pequena África?

    A Pequena África é uma noção espacial baseada em alguns marcos territoriais, não exatamente um espaço físico bem delimitado. Portanto, analiticamente é mais preciso pensar que não há uma “tradição da Pequena África”, mas diferentes grupos e indivíduos que se reconhecem e auto identificam com a cultura e a memória que o termo Pequena África evoca. E, como essa evocação não é fixa nem consensual, mantêm-se em aberto sua trajetória simbólica.

    A utopia da Pequena A?frica

     

     

     

     

     A utopia da Pequena África: projetos urbanísticos, patrimônios e conflitos na Zona Portuária carioca

    Roberta Sampaio Guimarães

    R$39

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